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Saúde

COVID: superando o medo e a ansiedade

Desde que a pandemia ganhou sua maior expressão com os sucessivos confinamentos iniciados a partir de março de 2020 na Europa tenho percebido uma prevalência de fobias entre muitos pacientes.

Muito longe de querer discutir a epidemiologia das fobias em época de COVID, gostaria de dividir minhas impressões sobre os principais comportamentos fóbicos e ansiosos, muitos conscientes e outros nem tanto.

Até a "era COVID", a presença de pacientes com sintomas depressivos ou ansiosos era extremamente frequente. Casos de fobias (medos exagerados), apesar de frequentes também, apresentam uma incidência menor em minha prática clínica, relativamente aos demais adoecimentos emocionais. Com a chegado vírus chinês, entretanto, tenho observado uma incidência maior dos comportamentos de medo entre as pessoas.

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Pelos relatos trazidos, não tenho dúvidas de que a exploração mediática da pandemia tem muito mais força nos sintomas fóbicos do que o saber epidemiológico divulgado pelas sociedades científicas. A televisão e sobretudo as mídias sociais da Internet se tornaram um verdadeiro esgoto de emoções e os usuários os depósitos que escoam de tais esgotos.

Ao perderem a capacidade de filtrar informações ou até mesmo interromper o fluxo de informações, as pessoas se tornam multiplicadoras de códigos midiáticos de medo e ansiedade. Tais códigos são explorados de forma sensacionalista por vários meios de comunicação social como forma de capturar audiência.

O problema é que os sintomas de fobia e de ansiedade permanecem mesmo quando os pacientes desligam os seus equipamentos eletrônicos. Invariavelmente ouço pessoas com medo intenso do que pode acontecer, medo de se contaminaram, medo da morte, medo de passarem fome, enfim, medos que, unidos à ansiedade desencadeada pelos confinamentos, levam as pessoas a intensas sensações de pânico.

A fórmula é essa: medo intenso mais ansiedade intensas resulta em pânico. O ataque de pânico é ums sensação imediata de morte ou de proximidade da morte, uma experiência de sofrimento emocional extraordinária.

Lidar com o atual cenário da "era COVID" de forma saudável requer algumas atitudes de elevada inteligência emocional:

* Criar e manter uma boa visão de futuro: imaginar os sonhos, os planos e as realizações que mereces e queres alcançar, sejam elas profissionais e/ou pessoais.

* Manter elevada autoestima, privilegiando sempre a melhor visão de si mesmo e o teu valor no mundo.

* Estabelecer parcerias e rede de relacionamentos que agreguem valor, seja pela qualidade das pessoas envolvidas mas também pelo elevado nível do conteúdo partilhado, presencial ou online .

* Colocar objetivos quantificáveis na vida, em tempo presente, e perseguir tais objetivos, por mais simples que possam ser.

* Agradecer continuamente pelas coisas boas da vida, pelas coisas más (que ensinam) e pelas coisas más que nem chegam a acontecer felizmente.

* Meditar constantemente para melhorar a comunicação interna entre as dimensões racionais e emocionais da personalidade.

* Exercitar constantemente o perdão por meio da misericórdia.

Para impulsionar tais atitudes pondere o uso de ferramentas como a auto-hipnose. Lembre que o processo de mudança comportamental ocorre na tríade querer-ver-permitir. Tenho ensinado muitas pessoas a criarem sugestões (autosugestões) hipnóticas que reduzem a incidência dos sintomas fóbicos e ansiosos.

Certamente passaremos por esta era e com a devida inteligência emocional é possível superar com o mínimo de sofrimento possível.

Dr. Márcio Moraes

Psicólgo e Hipnoterapeuta com 20 anos de experiência.

Contatos: https://linktr.ee/drmarciomoraes

Membro:

Associação Americana de Psicologia

Conselho Federal de Psicologia do Brasil

Ordem dos Psicólogos Portugueses

Federação Europeia das Associações de Psicólogos