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PF completa 78 anos garantindo retorno anual de R$ 43 bi à sociedade

Investigar e elucidar crimes de desvios de recursos públicos, pedofilia, corrupção, lavagem de dinheiro, crimes ambientais e cibernéticos, contrabandos, tráfico de drogas e armas, bem como exercer funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras. Essa é parte das funções exercidas pela Polícia Federal, que neste mês de março completa 78 anos. Para ter ideia da importância do trabalho desenvolvido pela PF, para cada real investido na instituição, R$ 5,30 são retornados aos cofres públicos.

Um exemplo é o trabalho de apreensão, recuperação e prevenção de prejuízo de dinheiro público que devolve à União cerca de R$ 43 bilhões anuais. Porém, ao contrário do que se imagina, o dinheiro recuperado em operações não é investido para melhorar o desempenho da Polícia Federal.

O policial federal trabalha em regime de dedicação exclusiva, sem benefícios extras, auxílio moradia ou qualquer outro tipo de bonificação. Em muitos casos, ele acaba pagando para trabalhar, já que é comum deslocamentos em missões sem diária suficiente para cobrir os custos de hospedagem, alimentação e transporte.

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Além disso, por falta de efetivo, o sobreaviso mensal – situação que deveria acontecer em caráter excepcional e é aquela em que o policial é previamente escalado para ficar em alerta para retornar ao trabalho fora do horário normal – também é uma prática muito comum na categoria, mas sem qualquer remuneração extra ou compensação de horário. A falta de delegacias de plantão é outro problema instaurado.

Os pontos citados e outros problemas enfrentados no exercício da função no dia a dia comprometem a eficácia maior das estratégias da instituição. Por isso, as três principais entidades de classe de servidores da Polícia Federal se reuniram e lançaram a campanha nacional “Valorização da PF já”. A ação tem por objetivo evidenciar contribuições, responsabilidades e riscos enfrentados pelos profissionais. O movimento vem no momento em que se debate a reestruturação do órgão e das demais carreiras ligadas ao Ministério da Justiça, entre outras medidas que a categoria entende como necessárias para a valorização dos policiais federais.

“Há muitos anos a Polícia Federal se paga, por isso não estamos falando de gasto e sim de investimento com retorno garantido para a sociedade. Uma polícia bem estruturada impacta em uma corporação mais qualificada, com mais atuação e maiores resultados e benefícios para o país e para população.”

Luciano Leiro, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF)

Outro argumento que os servidores debatem na campanha é de que hoje um policial que morre no exercício da função, em muitos dos casos, deixa a família desamparada com pensão de 60% do subsídio.

“Nos deparamos com traficantes de armas e drogas, garimpeiros ilegais e armados, pedófilos, entre outros, e quem atua somos nós, os policiais federais. Não tem nada de glamoroso na troca de tiros, na erradicação de drogas, nas horas de campana, nas imagens de pornografia infantil”, ressalta Marcus Firme, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).