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Viagem

Ondas de calor na Europa fazem temperaturas passar dos 40°C antes do auge do verão

O verão na Europa começou em 21 de junho e, embora seu auge seja só em agosto, o continente está registrando recordes de temperaturas. Na França e na Espanha, por exemplo, os termômetros passaram dos 40°C. O recorde de 2021 foi 48,8°C em Sicília, na Itália, segundo o Serviço de Informação Agrometeorológica da Sicília.

As marcas incomuns para essa época do ano são por conta da chamada "onda de calor". De acordo com Wilson Roseghini, climatologista e professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná), as ondas de calor são classificadas como um período no qual as temperaturas ficam muito acima da média por vários dias seguidos.

Você tem uma série histórica de dados climáticos, de dados meteorológicos, que são coletados numa região e esses dados têm um valor médio, então tudo que ficar acima desse valor, acima do esperado, é uma anomalia positiva de temperatura”, explica Roseghini.

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Eliane Arcuri é brasileira e vai completar, em novembro, quatro anos morando na Europa. Nos primeiros três, ela vivia em Milão, na Itália, onde diz nunca ter presenciado tanto calor como agora em Madri, na Espanha, local em que reside atualmente.

Ela conta que, além de quentes, os últimos dias estão extremamente secos e sem vento. A situação afeta a rotina das pessoas que precisam sair de casa nos dias abafados.

“Usar o metrô com máscara, lotado e sem ar condicionado é desumano. As pessoas passam mal. Depois de todo o estresse com a Covid-19, pensávamos que o mundo tinha respirado e estivesse menos poluído, mas veio a onda de calor”

Embora as altas temperaturas sejam comuns na região, Eliane conta que já são visíveis algumas mudanças de hábitos.

“No parque, as mulheres fazem piqueniques de sutiã e, nos dias de muito calor, mais de 40°C, a rua fica vazia até às 19h, porque ninguém aguenta caminhar com tanto calor e com o asfalto tão quente”, explica.

Mudança climática

As altas temperaturas não estão sendo observadas só nos países europeus, mas em todo o planeta. O professor da UFPR reforça que as ondas de calor não são um efeito pontual, mas uma verdadeira alteração no clima, já que têm acontecido cada vez com mais frequência.

“A gente não precisa voltar muito no tempo para lembrar que, no ano passado, nós tivemos uma onda de calor muito forte na região noroeste da América do Norte, com recordes sendo batidos. Entre setembro e outubro de 2020, o mesmo aconteceu no Brasil”.

As emissões de gás de efeito estufa, o excesso de urbanização, que reduz as áreas verdes e impermeáveis nas cidades, são exemplo de atividades humanas que impactam nas mudanças climáticas que o planeta está passando.

De acordo com um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), o mundo pode ter um aquecimento, em relação aos níveis pré-industriais, até 1,5 °C até 2026.

Risco para crianças e idosos

No caso específico do continente europeu, Roseghini diz que principalmente as crianças e os idosos, que são mais frágeis e sensíveis às altas temperatura. Por isso, as alteridades orietam usar filtro solar, evitar sair de casa nos horários mais quentes e se hidratar.

“É importante que as cidades se preocupem em criar áreas menos impermeáveis, com menos concreto e asfalto, mais arborização, mais parques para aumentar e melhorar o conforto térmico, evitando que esses aumentos de temperatura e essas ondas de calor tenham impactos maiores na população."