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Café com leite pode ser um aliado no combate a inflamações, sugere estudo
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Café com leite pode ser um aliado no combate a inflamações, sugere estudo

Pesquisadores notaram que combinação de proteínas e antioxidantes duplica as propriedades anti-inflamatórias nas células imunes

Saúde

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, mostra que uma bebida apreciada por muita gente pode trazer benefícios para a saúde. O café com leite demonstrou potencial efeito anti-inflamatório.

O café é rico em polifenóis, um conhecido antioxidante. Já os aminoácidos, que formam as proteínas, estão presentes em abundância no leite. Foi a relação entre esses dois componentes que os cientistas resolveram estudar.

Os resultados foram publicados nesta segunda-feira (30) no Journal of Agricultural and Food Chemistry.

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O grupo de pesquisadores investigou o efeito anti-inflamatório da combinação de polifenóis com proteínas ao provocar uma inflamação artificial em células do sistema imunológico.

Algumas células receberam várias doses de polifenóis, que reagiram com um aminoácido. Outras receberam apenas polifenóis, enquanto um grupo de células não recebeu nada.

Ao fim, eles perceberam que as células imunes que haviam recebido polifenóis e aminoácidos (equivalentes ao café com leite) eram duas vezes mais eficazes no combate à inflamação do que as que haviam recebido somente os polifenóis (café).

"No estudo, mostramos que, quando um polifenol reage com um aminoácido, seu efeito inibitório sobre a inflamação nas células imunológicas aumenta. Como tal, é claramente imaginável que esse coquetel também possa ter um efeito benéfico contra a inflamação em humanos. Nós agora vamos investigar mais, inicialmente em animais. Depois disso, esperamos receber financiamento de pesquisa que nos permita estudar o efeito em humanos", comentou em comunicado a professora Marianne Nissen Lund, do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade de Copenhague, que liderou o estudo.

O autor sênior do trabalho, o professor Andrew Williams, do Departamento de Ciências Veterinárias e Animais da Faculdade de Saúde e Ciências Médicas, afirmou que os resultados abrem caminho para experimentos mais avançados.

"Isso só nos deixou mais interessados ​​em entender esses efeitos na saúde com mais detalhes. Então, o próximo passo será pesquisar os efeitos em animais."

Um estudo realizado pela Faculdade de Saúde Pública da USP (Universidade de São Paulo) em 2017, com 550 pessoas, na capital paulista mostrou que o consumo de uma xícara de café por dia pode ser benéfico para a saúde do coração.

E tudo tem a ver com os polifenóis. Apesar de eles serem encontrados em frutas e verduras, o café "acaba tendo maior contribuição nutricional porque o consumo diário dele é mais frequente", afirmou na ocasião a pesquisadora Andreia Miranda.

"Cerca de 70% dos polifenóis ingeridos por meio dos alimentos pelos paulistanos têm como fonte o café", disse.

Os polifenóis atrasam a oxidação de substâncias químicas saudáveis no nosso corpo. Dessa forma, protegem órgãos e tecidos de danos ou destruição.

Quem são as pessoas que devem ter cuidado com o consumo de café

Os benefícios do consumo moderado de café são amplamente conhecidos. Diversos estudos já o associaram a uma melhora da saúde cardiovascular, menor risco de desenvolver doença de Parkinson, melhores níveis de energia, redução do risco de ter diabetes tipo 2 e depressão, entre outros efeitos positivos. Entretanto, neste Dia Nacional do Café, é importante lembrar que essa não é uma bebida que pode ser ingerida em grandes quantidades, especialmente por algumas pessoas que podem sofrer com os efeitos indesejados de um componente específico do café: a cafeína

A cafeína está presente em outros alimentos e bebidas, como chocolate, chás e refrigerantes, por exemplo. A FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) considera seguro o consumo de até 400 mg por dia dessa substância. Para efeito de comparação, uma xícara de café coado tem cerca de 80 mg de cafeína, enquanto um café expresso de máquina pode variar entre 40 mg e 125 mg

Cabe ressaltar que não existe uma contraindicação absoluta em relação ao consumo de cafeína, mas é importante consultar o seu médico em caso de algum desconforto físico que possa estar associado ao café

Um documento produzido por pesquisadores dos Estados Unidos lista uma série de efeitos adversos da cafeína, que podem depender da dose e do quão sensível o indivíduo é à substância. Efeitos adversos leves incluem: ansiedade, inquietação, insônia, rubor facial, aumento da micção, espasmos ou tremores musculares, irritabilidade, agitação, frequência cardíaca elevada ou irregular, desconforto gastrointestinal

Com base nisso, pessoas que sofrem de ansiedade severa, por exemplo, devem evitar o consumo de cafeína. A depender da quantidade, esses indivíduos podem experimentar sensações desagradáveis, como tremores, coração acelerado, mãos frias, suores, tontura, entre outras

Pessoas com úlcera péptica ou doença do refluxo gastroesofágico também podem sentir desconforto após o consumo de café — mesmo descafeinado. Isso ocorre porque o café estimula a secreção de ácidos do estômago e reduz a pressão da contração esofágica. Muitas pessoas com essas condições, todavia, fazem consumo de café sem perceber piora do quadro.

Quem sofre de hipertensão ou arritmia também deve prestar atenção às doses habituais de café. Por ser estimulante do SNC (sistema nervoso central), a bebida pode elevar os batimentos cardíacos e a pressão arterial, o que é um sinal de risco para crises dessas duas doenças.

Quem tem insônia também deve ter cuidado com o café, especialmente a partir do fim da tarde. Mesmo em pequenas quantidades, a bebida pode fazer com que o sono natural chegue mais tarde. Nesses casos, o café descafeinado é uma opção.

Médicos pedem cautela em relação ao consumo de cafeína durante a gravidez. O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas considera 200 mg diários seguros na gestação. Doses acima de 400 mg/dia podem estar associadas ao menor peso ao nascer devido à restrição do crescimento intrauterino, aumento do risco de aborto espontâneo, mas não ao nascimento prematuro.