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Saúde

Cinco pontos que cientistas ainda desconhecem sobre a varíola do macaco

O atual surto da varíola do macaco (monkeypox) começou em maio deste ano, e de lá para cá já são quase 25 mil infectados, em 83 países, de acordo com levantamento em tempo real da iniciativa Global Health. Muitas características já foram descobertas sobre o vírus, um velho conhecido de pesquisadores. Porém, os cientistas seguem com pelo menos cinco dúvidas sobre o monkeypox, segundo um comunicado emitido pelos CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos nesta semana

De acordo com os CDC, ainda não é possível dizer até que ponto as crianças, as pessoas imunocomprometidas e as grávidas correm o risco de, se infectados, desenvolverem a forma mais grave da doença, como foi visto em surtos anteriores no continente africano.

Há uma semana, a OMS (Organização Mundial de Saúde) divulgou em coletiva de imprensa quem fazia parte do grupo de risco da doença. Em transmissão feita nas redes sociais da organização, nesta terça-feira, a líder técnica de monkeypox da OMS, Rosamund Lewis, ressaltou que é possível que esses grupos desenvolvam doença grave.

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"Pessoas em uso de medicamentos imunossupressores, em tratamento quimioterápico, algumas que tenham HIV, mas não estejam completamente tratadas, então elas podem ter algumas questões imunológicas. E há pessoas que naturalmente têm uma imunidade mais baixa, por exemplo, crianças ou pessoas grávidas, que podem passar o vírus para o feto, e o bebê pode nascer com o vírus. Então, há algumas situações em que as pessoas podem ter risco de doença grave", afirmou Rosamund Lewis.

Outra questão que ainda intriga os cientistas e que foi relatada pelos CDC se refere à frequência com que a varíola do macaco pode ser transmitida a partir de secreções respiratórias. Além de não se saber quando, durante a infecção, uma pessoa com sintomas de varíola de macaco pode ser mais propensa a espalhar o agente infeccioso por meio dessas secreções.

A presença dos vírus em fluidos corporais segue em estudo por cientistas do mundo todo. A dúvida é se o vírus monkeypox está presente em secreções orais e respiratórias, urina, fezes e sêmen. No caso de ser encontrado, os pesquisadores querem saber se essa é causa de a transmissão estar tão rápida no atual surto. Em estudos feitos na Itália e em Barcelona, já foram encontradas amostras do vírus no sêmen e na saliva.

Há uma semana, a OMS (Organização Mundial da Saúde) admitiu que a doença pode ser considerada sexualmente transmissível. Todavia, o conselheiro da OMS Andy Seale, especialista em HIV, hepatite e ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), afirmou que conselheiros da agência estão analisando a questão.

"Em resumo, eles [especialistas] concluíram que essa é claramente uma doença transmitida durante o sexo e, portanto, é configurada como uma doença sexualmente transmissível, mas ainda não foi classificada como tal. Eles ainda estão comparando essa com outras doenças, avaliando dados laboratoriais".

A quinta questão que ainda está sendo estudada por cientistas também se refere aos fluidos corporais. Os especialistas pesquisam se as pessoas com problemas no sistema imunológico, quando infectadas, têm uma quantidade maior do vírus monkeypox presente em seus fluidos corporais.