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Arthur Nory revela depressão, assume erro em caso de racismo e desabafa contra 'haters': 'Não vou ficar mais quieto'
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Arthur Nory revela depressão, assume erro em caso de racismo e desabafa contra 'haters': 'Não vou ficar mais quieto'

Ginasta desabafou após a eliminação

Esportes

Campeão mundial na barra fixa em 2019, Arthur Nory era uma das esperanças do Brasil na ginástica artística nos Jogos Olímpicos. O ginasta, porém, somou 14.133 e a nota não foi o suficiente para avançar à final. No solo, caiu e também não avançou.

O brasileiro estava visivelmente abalado e teve que ser consolado pela comissão técnica e pelos atletas. Na zona mista com a imprensa, Nory desabafou.

"Atleta, né? Atleta, ser humano. A gente erra, a gente acerta. Treinei bastante. Foi um ano bem complicado, bem difícil pra gente, mas eu me entreguei, fui até o fim ali brigando, ajudando a equipe no que eu podia ajudar. Eles foram muito bem nos aparelhos que eu não precisei fazer e ali foi no detalhe. A gente sabia que a saída era o que definia, entrei mais alto. Não tem, não tem muito o que buscar. É assumir mesmo essa responsabilidade e trabalhar agora pro que vem pela frente", disse.

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Na sequência, o ginasta relembrou o episódio de racismo com o colega Ângelo Assumpção e assumiu seu erro.

Eu sempre tive muito medo. Muito medo desde o episódio de racismo, desde tudo que vem passando, que vem acontecendo. Medo de falar, medo de me assumir, medo de tudo. Fico sempre muito acuado", comentou.

"Teve um momento que eu falei assim: ‘chega, eu vou falar’. Estou de frente, estou disposto a isso e não vou ficar mais quieto. Não vou mais me esconder. E assumir realmente essa responsabilidade. Assim como eu erro aqui, eu erro na vida. E assumir pra mim. Procurar reparar todos os dias, procurar melhorar todos os dias em todos os aspectos".

"Entender que eu sempre estive do lado dele, estou também aqui procurando, sempre questionando, ‘cadê clubes’? Isso fica muito. Isso sempre volta pra mim. Isso sempre vai. A gente está sempre conectado e eu tenho certeza que agora tem muita gente está vendo, muita gente está falando", desabafou.

Por fim, o atleta revelou ter sofrido com "burnout e depressão" durante o ciclo olímpico.

"Agora, com a internet, com toda essa visibilidade, o ódio vem muito grande. Vem ameaça, vem xingamento, vem tudo. E bloqueia. E suspende. Fica fora das redes sociais pra se blindar, mas é isso. É pegar minha família, meus amigos aqui, minha equipe, a comunidade da ginástica, que estão comigo todo dia, é seguir. Não foi um empecilho pra mim. É treino. Foi um ano bem difícil, desde o começo do ano, que eu tive burnout, tive depressão e aí teve que parar um tempo. Voltar de novo. Focar na barra. Então foi puxado e eu estou aqui", finalizou.