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Internacional

Guerra na Ucrânia?

Movimento de tropas russas perto da fronteira ucraniana e o recrutamento na Crimeia elevam a tensão entre Moscou e o Ocidente

A guerra no leste da Ucrânia recrudesceu nas últimas semanas. Os combates entre as forças ucranianas e os separatistas pró-russos, respaldados militar e politicamente pelo Kremlin, são os piores em vários meses, numa nova amostra de que as hostilidades, que já completaram sete anos e custaram 14.000 vidas, segundo a ONU, estão longe de ter um fim. Moscou elevou ainda mais a tensão ao mobilizar tropas a uma centena de quilômetros da fronteira com a Ucrânia, que por sua vez reforçou suas unidades no leste do país e junto à península da Crimeia, que a Rússia anexou para si em 2014. Os movimentos militares russos servem como teste para o apoio da União Europeia e dos Estados Unidos a Kiev, marcando uma nova disputa com Moscou no pior momento das relações entre a Rússia e o Ocidente em várias décadas.

O Kremlin, que acusa a Ucrânia de causar o aumento da tensão e de fazer “provocações” para esquentar as hostilidades e conduzir a uma guerra aberta, negou que esteja preparando um ataque. Entretanto, defendeu veementemente seu direito de mobilizar o seu Exército no seu território a fim de garantir a segurança da Rússia ―um movimento que Dmitri Peskov, porta-voz do presidente russo, Vladimir Putin, descreveu como “necessário” diante da “maior atividade” das forças dos países da OTAN e de outros governos. “A Rússia não representa uma ameaça para nenhum país do mundo”, salientou Peskov nesta segunda-feira. O chanceler russo, Serguei Lavrov, também advertiu de que um recrudescimento do conflito militar na região do Donbas, no qual o Kremlin sempre negou participar, poderia “destruir” a Ucrânia.