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Negócios

Os aviões com motores elétricos estão chegando ao mercado

O avião elétrico é a aposta do setor aéreo para as companhias diminuírem custos e seguirem as novas regras ambientais. Rolls-Royce, Boeing e a brasileira Embraer já testam protótipos, enquanto a Nasa finaliza sua primeira aeronave elétrica.

Como todos os setores, a indústria da aviação está sempre se adaptando às mudanças de vento no mercado. Atualmente, o caso é de um vendaval, com a explosão do preço do combustível. Além disso, o pós-pandemia e a alta mundial da inflação criaram desafios para a perspectiva de crescimento global. As atenções no momento estão voltadas para a alta de custos e as novas regras ambientais. O debate sobre meios de transporte mais sustentáveis e econômicos voltou à pauta com força. A visão utópica e futurista sobre carros e aviões elétricos voando no espaço aéreo está se tornando uma realidade cada vez mais próxima. Fabricantes de aviões como a Boeing, Airbus e Embraer estão trabalhando arduamente para que essa ideia se concretize em breve.

O setor de aviação comercial, por meio da Organização da Aviação Civil Internacional (Oaci), assumiu o compromisso de melhorar a eficiência energética das aeronaves e cortar as emissões de carbono pela metade até 2050, tendo como base os índices de 2005. Liderado por engenheiros da Boeing, o SUGAR Volt é o primeiro projeto de aeronave que combina a potência dos motores da aviação comercial ao uso da energia elétrica. O planejamento da empresa é que as inovações em estudo possam ser incorporadas aos novos modelos de aeronaves entre 2030 e 2050. A Rolls-Royce, em novembro de 2021 diz ter criado a mais rápida aeronave elétrica do mundo. De acordo com a empresa, o modelo batizado de Spirit of Innovation quebrou o recorde de velocidade entre sua categoria ao ultrapassar os 623 km/h. A fabricante britânica afirma ainda que a aeronave conquistou mais duas marcas recordistas ao atingir os 555 km/h em uma distância de três quilômetros – o maior número anterior era de 213 km/h, subir a 3.000 metros em 202 segundos.

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Já o X-57 Maxwell, protótipo de avião 100% elétrico desenvolvido pela NASA, é uma adaptação do avião italiano Tecnam P2006T, que recebeu novas asas e propulsores. Diferente de sua versão padrão, a modificada pela NASA tem asas mais finas, já que não precisa mais armazenar querosene. Em contrapartida, o assoalho abriga as baterias de íon-lítio que dão vida à aeronave. No Brasil, já foi feito um projeto de avião totalmente elétrico. Segundo Alexandre Zaramela, CEO da ACS-Aviation, a SORA-e é resultante de um projeto de pesquisa e desenvolvimento da companhia. O voo inaugural já foi realizado na cidade de São José dos Campos, interior paulista. “O projeto do SORA-e foi iniciado em 2011, a partir de um programa de subvenção econômica da FINEP”, conta.

Por enquanto, os projetos mais avançados da indústria aeronáutica envolvem carros voadores. A própria Boeing e a Wisk estão desenvolvendo o táxi aéreo eVTOL para dois passageiros, que realizou mais de 1.500 voos de teste bem-sucedidos desde 2017. “Recentemente, a Boeing investiu US$ 450 milhões, além de aportes anteriores que estabeleceram a Wisk como uma das empresas mais avançadas em mobilidade aérea no mundo. O eVTOL é o primeiro modelo para a certificação de aeronaves autônomas, totalmente elétricas, para transporte de passageiros nos EUA”, afirma Landon Loomis, diretor-geral da Boeing Brasil.

Em agosto de 2021, a brasileira Embraer realizou o primeiro voo do avião Demonstrador Elétrico, em Gavião Peixoto (SP), que é baseado na plataforma do avião agrícola EMB-203 Ipanema. Paralelamente, a companhia também prepara seu carro voador elétrico, que está sendo desenvolvido nos EUA pela Eve, filial norte-americana da empresa, com previsão para entrar em operação em 2026. A gigante Airbus há vários anos vem trabalhando nesta área e está focada num modelo de aspecto futurista, elétrico, que promete pouco ruído e autonomia de até 80 km. “Estamos em busca de criar um mercado totalmente novo que integre de forma sustentável a mobilidade aérea urbana nas cidades”, diz Bruno Even, CEO da Airbus Helicopters. O primeiro voo do protótipo está previsto para 2023.