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Política

‘Candidatura de Ciro é um desserviço ao Brasil’, diz fundador do PDT de São Paulo

Em meio aos desentendimentos do Partido Democrático Trabalhista, um dos fundadores da legenda em São Paulo manifestou-se de maneira contrária à candidatura de Ciro Gomes à presidência. Com o pedetista sendo acusado de municiar ataques de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o empresário Jairo Moura, que já integrou a Executiva Nacional do PDT, diz que o ex-governador do Ceará virou “linha auxiliar do bolsonarismo” e tem afastado o partido das ideias do ex-governador Leonel Brizola, um dos maiores nomes da história da legenda. “O PDT de hoje não é o verdadeiro PDT com as ideias do velho Brizola. Goste-se ou não, hoje não é mais”, disse em entrevista ao site da Jovem Pan. Moura é um dos signatários do manifestado que tem sido articulado por dissidentes da sigla, que defendem o “voto consciente” em Lula no primeiro turno para tentar derrotar o candidato do PL ainda na primeira etapa de votação. “O Ciro tem a candidatura dele, é um direito que ele tem, foi aprovado na convenção e não tem como negar esse direito a ele. Agora, a questão é no que ele se transformou. Hoje, basicamente ele se transformou em linha auxiliar do Bolsonaro e isso não dá para aceitar”, acrescenta.

O ex-dirigente do PDT defende um movimento de pressão sobre Ciro Gomes para que o presidenciável dê uma “marcha ré” nos ataques a Lula ou desista de sua quarta candidatura ao Palácio do Planalto. “Acho que a candidatura dele é um desserviço. Não só ao partido, mas ao Brasil. Dentro do espectro ideológico que nós representamos, não faz o menor sentido ele ter uma candidatura”, opinou. Na visão de Jairo, Ciro Gomes não abrirá mão de sua candidatura por ser “ególatra” e “autossuficiente”, além do desgaste ao PDT em ter seu nome ao Planalto fora da disputa pouco mais de dez dias antes do pleito. “Acho que é um erro dele. Ele não irá apoiar [o Lula] nem no segundo turno. Conheço o Ciro, conheço o que ele pensa e a maneira que ele age. O ressentimento dele vem desde 2018 e está muito aflorado nas posições políticas dele hoje. Pouco importa se ganhar o Bolsonaro ou o Lula. Se ganhar o Bolsonaro, para o projeto político dele de 2026, que é uma balela dizer que está colocando a ‘viola no saco’, é melhor. Será que ele é capaz de apostar nisso [reeleição de Bolsonaro]? Se ele fizer, é o pior dos mundos”, finalizou.