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Ciência & Tecnologia

Com gasolina nas alturas, carro elétrico é uma opção viável no Brasil?

Os carros elétricos começam a receber mais atenção por parte dos consumidores no mundo, embora ainda estejam distante da realidade da maioria dos brasileiros. Os veículos são mais sustentáveis, silenciosos e eficientes do que os tradicionais. Com a gasolina a quase R$ 8, porém, não é a sustentabilidade que se destaca, e sim a possibilidade de economizar com o combustível.

Mas os chamados carros do futuro são opção viável para o bolso dos brasileiros? É preciso estar atento a algumas coisas antes de embarcar nesta viagem.

Primeiro, é importante ressaltar que o veículo elétrico não é barato. O menos caro, atualmente, um JAC iEV20, é encontrado a partir de R$ 159 mil. Existem modelos que ultrapassam com folga a casa dos R$ 500 mil. Por isso, os veículos que já dominam a Europa e crescem cada vez mais nos Estados Unidos ainda estão longe do topo das vendas no Brasil.

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Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico, janeiro de 2022 foi o melhor janeiro para as vendas de carros elétricos no Brasil. Foram 367 unidades vendidas no período. Hoje, são cerca de 5 mil veículos 100% elétricos em circulação no país. O destaque deste ano é o Volvo XC40 Recharge, com 107 unidades, superando a liderança do Nissan Leaf Tekla (41).

Gasolina x tomada

Em contrapartida, quando o assunto é abastecimento, os automóveis eletrificados podem ser até 85% mais econômicos do que os tradicionais. A diferença é vista como investimento e aguça o interesse de alguns brasileiros em um momento com o preço da gasolina nas alturas.

A empresa NeoCharge fez uma comparação (veja tabela abaixo) entre carros elétricos e os movidos a combustão. Para o proprietário de um carro a combustão percorrer 15 mil km em um ano, levando em consideração um consumo médio de 10 km por litro e custo de R$ 7,10 no litro do combustível, ele gastaria cerca de R$ 10.650 anualmente em combustível.

No carro elétrico, o equivalente ao consumo de km por litro é o km por kWh. Este valor pode ser obtido dividindo a autonomia do veículo pela capacidade total da bateria. Por exemplo: um carro com autonomia de 480 km e capacidade total de 60 kWh terá um consumo de 8 km por kWh – (480 km ÷ 60 kwh = 8 km/kWh).

Levando em consideração que o preço médio da energia residencial, já com impostos, é na faixa de R$ 0,86 por kWh (média da cidade de São Paulo em março), o gasto total do carro elétrico para percorrer os mesmos 15 mil km em um ano seria de R$ 1.612,50 – ou seja, uma economia de praticamente 85% em comparação com o carro a combustão interna.