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Vale é condenada a pagar R$ 100 milhões às famílias de vítimas de Brumadinho

A 5ª Vara do Trabalho de Betim (MG) condenou a Vale a indenizar em R$ 100 milhões as famílias de trabalhadores que morreram no rompimento da barragem em Brumadinho, incluindo os de empresas terceirizadas. O rompimento aconteceu em janeiro de 2019 e matou 270 pessoas, entre elas 258 trabalhadores. A decisão foi dada pela juíza Vivianne Correa em uma ação coletiva sindical. Os sindicatos dos Trabalhadores da Construção Pesada, dos Empregados em Empresas de Refeição e a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Imobiliário do Estado de Minas Gerais.

A condenação foi em 1ª Instância e a Vale ainda pode recorrer da decisão. A empresa disse, em nota, que ainda irá analisar a decisão da 5ª Vara do Trabalho. Também afirmou que desde 2019 fecha acordos com familiares de trabalhadores falecidos e já pagou R$ 1,1 bilhão no âmbito da Justiça do Trabalho. Na decisão da 5ª Vara, a juíza Vivianne Correa considerou que a Vale foi culpada pela tragédia de Brumadinho por conhecer os riscos de rompimento da barragem. Correa considerou que a mineradora escolheu correr o risco e, assim, agiu com negligência.

A barragem rompeu em 25 de janeiro de 2019. É considerado o maior acidente de trabalho do Brasil, com 270 mortos. Ao todo, 16 pessoas foram denunciadas em fevereiro de 2020 por homicídio duplamente qualificado, por 270 vezes – em referência ao número de vítimas. Em outubro desde ano, o relatório final de um estudo conduzido pela Universidade Politécnica da Catalunha indicou que o rompimento foi causado por uma perfuração em um ponto crítico da barragem da Mina Córrego do Feijão. O procedimento, que estava sendo realizado no momento da ruptura, é considerado o potencial gatilho da liquefação, processo em que os sedimentos sólidos passam a se comportar como fluídos e sobrecarregam a estrutura.