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Eleição no Senado: Marinho se irrita com suposta interferência de Moraes; entenda
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Eleição no Senado: Marinho se irrita com suposta interferência de Moraes; entenda

Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro já pensam em "resposta" ao ministro do STF

Política

Às vésperas da eleição que vai definir o novo presidente do Senado, o candidato Rogério Marinho (PL-RN) teria manifestado insatisfação com a interferência do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na disputa.

De acordo com informações da coluna de Igor Gadelha no portal Metrópoles, Marinho está reclamando nos bastidores de uma suposta atuação de Moraes em defesa do outro candidato, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Aliados de Marinho relataram que chegou ao ouvido do senador eleito que o ministro do STF está telefonando para alguns parlamentares pedindo votos para a reeleição de Pacheco.

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"Opção mais alinhada à democracia"

Em seus contatos, Moraes estaria dizendo aos senadores que o atual presidente da casa é uma opção mais alinhada à democracia, especialmente após os atos terroristas ocorridos em Brasília no último dia 8.

Marinho ficou irritado com a informação e manifestou aos quatro cantos que não considera "papel" de um ministro do STF ser "cabo eleitoral" de uma disputa desse tipo.

Por isso, o senador e seus aliados avaliam que será necessária uma "resposta" a Moraes, independentemente do resultado da eleição desta quarta-feira (1º).

A ala não entende que haja motivo suficiente, por exemplo, para um pedido de impeachment do ministro do STF, mas pensa em uma forma de escancarar a insatisfação com o episódio.

Senador é esperança bolsonarista

Com o presidente da Câmara e favorito à reeleição, Arthur Lira (PP-AL), cada vez mais alinhado ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marinho é a esperança da ala radical de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de manter uma liderança política na capital federal.

Para superar o favoritismo de Pacheco, o PL negociou a formação de um bloco com as outras duas siglas que reúnem hoje os principais aliados do ex-presidente: PP e Republicanos.

Com as últimas eleições, as bancadas dos três partidos no Senado se tornaram um microcosmo do último governo.

Dos 23 senadores, cinco foram ministros de Bolsonaro e um, secretário especial. Também estão neste bloco o ex-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e o filho mais velho de Bolsonaro, Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Pacheco foi eleito em 2021 com o apoio de bolsonaristas e petistas, o que garantiu que os dois partidos tivessem espaço na mesa diretora do Senado — o PL com Romário (PL-RJ) na 2ª vice-presidência, e o PT com Rogério Carvalho (PT-SE) na 3ª secretaria.

Ameaça de Pacheco

Desta vez, no entanto, Pacheco ameaça isolar o PL de cargos de comando, caso a candidatura do rival vá até o fim.

Pelo critério de proporcionalidade, o maior bloco ou partido tem direito a escolher com qual cargo ou comissão gostaria de ficar. Aliados do presidente do Senado afirmam, no entanto, que, sem acordo com Marinho, o bloco adversário terá que disputar os espaços no voto.

Mesmo com a ameaça de isolamento, integrantes do PL afirmam que Marinho não vai recuar de sua candidatura, e que este é também um compromisso do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, com Bolsonaro.

Como será a votação no Senado?

Para vencer, o candidato precisa de ao menos 41 votos favoráveis;

Caso a quantidade não seja atingida, a votação vai para o segundo turno;

Eleição acontece na quarta-feira, também na Câmara dos Deputados;

Eleitos comandarão as casas de 1º de fevereiro de 2023 até 31 de janeiro de 2025

Apoios

Pacheco possui o voto de senadores da base de apoio do presidente Lula e dos partidos de centro – o que dá entre 50 e 55 votos.

Marinho, aliado de Bolsonaro, conta com os votos da oposição, totalizando cerca de 23 votos.

Alguns partidos ainda não decidiram quem apoiar. Veja abaixo:

Declararam apoio à reeleição de Rodrigo Pacheco:

PSD: 14 senadores;

MDB: 10 senadores;

PT: 9 senadores;

PDT: 3 senadores;

PSB: 2 senadores;

Cidadania: 1 senador;

Rede: 1 senador.

Declararam apoio ao senador Rogério Marinho:

PL: 13 senadores;

PP: 6 senadores;

Republicanos: 4 senadores.

Ainda não se posicionaram:

União Brasil: 10 senadores;

Podemos: 5 senadores;

PSDB: 3 senadores.