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Política

Moraes diz que Jair Bolsonaro ordenou desvios de presentes

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, disse ter encontrado “fortes indícios de desvio de bens de alto valor patrimonial” no comportamento de militares, que supostamente venderam presentes oficiais oferecidos pelos países à Presidência da República.

Por essa razão, o magistrado autorizou a Operação chamada Lucas 12:2. O versículo bíblico que dá nome às diligências diz: “Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido”, em uma possível provocação ao ex-presidente, que durante seu mandato dizia, reiteradas vezes, o versículo João 8:32: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

– Após a realização da operação, a Polícia Federal procedeu à análise de parte dos materiais apreendidos, concluindo pela existência de fortes indícios de desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras ao presidente da República ou agentes públicos a seu serviço, e posterior ocultação da origem, localização e propriedade dos valores provenientes, com identidade de agentes já investigados por outros fatos nesta Suprema Corte – diz trecho da decisão de Moraes.

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Para o ministro, a decisão de desviar os presentes destinados à Presidência da República teria sido tomada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

– Destaca a Polícia Federal que (a)os dados analisados indicam a possibilidade de o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência da República (GADH/GPPR) – órgão responsável pela análise e definição do destino (acervo público ou privado) de presentes oferecidos por uma autoridade estrangeira ao presidente da República – ter sido utilizado para desviar, para o acervo privado do ex-presidente da República, presentes de alto valor, mediante determinação de Jair Bolsonaro – afirma o ministro.

Para o magistrado, “há indícios de que alguns presentes recebidos por Jair Messias Bolsonaro em razão do cargo teriam sido desviados sem sequer terem sido submetidos à avaliação da GADH/GPPR”.

Moraes toma como principal contexto fatídico a suposta negociação de uma palmeira banhada a ouro, que foi recebida em 16 de novembro do ano passado, quando Bolsonaro viajou à Bahrein.