Política
MST invade área pública no Distrito Federal
Alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que deve apresentar o relatório final na próxima semana, o Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) retomou as ocupações. Na madrugada do último sábado, invadiu um terreno de 75 hectares que pertence ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) em Brazlândia, no Distrito Federal.
De acordo com o movimento social, a área que pertence à Fundação Assistencial dos Servidores do INCRA (Fassincra) estava abandonada. Em nota, o MST alegou que em junho havia sido costurado um acordo frente ao governo para que as famílias do acampamento Ana Primavesi recebessem terras destinadas à reforma agrária, interesse que não foi atendido.
Diante do descumprimento do compromisso, as famílias que estariam vivendo em situação de vulnerabilidade montaram um acampamento popular provisório no terreno.
O INCRA foi procurado pela reportagem que será atualizada em caso de retorno.
A insatisfação com acordos firmados com o governo Lula (PT) e não cumpridos já gerou reações anteriormente. Em julho deste ano, o movimento invadiu em Caruaru (PE) e Hidrolândia (GO) por esta motivação. Ao longo do mês passado, o MST também ocupou momentaneamente um terreno que pertence à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) em Petrolina (PE). A invasão possibilitou uma mediação de interesses com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e que os interesses apresentados durante o Abril Vermelho fossem atendidos.
Dissonâncias com Lula
Esta não é a primeira vez que o movimento manifesta descontentamento com o governo. Em live em junho deste ano, Lula afirmou que não seria mais necessário invadir terra já que sua gestão promoveria a reforma agrária.
Momentos após a fala, o MST convocou um tuitaço contra a CPI, medida que já vinha efetuando em todos os dias de sessão do colegiado, mas com mensagens em prol das ocupações. "Ocupar a terra é defender a natureza porque o MST tem um projeto: reforma agrária popular”, dizia um texto.