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Saúde

Colesterol: alternativa à estatina reduz mortes por doenças cardíacas

As doenças cardiovasculares associadas ao colesterol alto estão entre as principais causas de mortes no mundo. Pesquisadores da Cleveland Clinic, dos Estados Unidos, afirmam em um novo estudo que o ácido bempedoico – uma alternativa às estatinas – pode ajudar a reduzir significativamente o número dessas mortes.

Os resultados animadores da pesquisa foram apresentadas neste sábado (24/6), na reunião anual da Associação Americana de Diabetes, no mesmo momento em que foram publicados na revista científica JAMA.

As estatinas são consideradas o medicamento padrão-ouro no tratamento do colesterol alto, especialmente o LDL (conhecido como colesterol ruim). No entanto, muitos pacientes abandonam o uso delas devido a efeitos colaterais como dor de cabeça, dores musculares, problemas de sono e problemas digestivos.

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Os pesquisadores reconhecem que o ácido bempedóico não é tão eficaz quanto as estatinas mas, quando tomado diariamente, ele pode oferecer bons resultados. A partir do controle do colesterol é possível diminuir significativamente os casos de ataques cardíacos e mortes relacionadas a doenças cardíacas.

No estudo com 4.206 pacientes, com idade média de 68 anos, sendo dois terços deles diabéticos, o ácido bempedóico foi relacionado à redução de 23,2% no colesterol LDL e de 22,7% na inflamação causada por uma proteína no sangue associada ao risco cardíaco e derrame após seis meses de acompanhamento.

A pesquisa se concentrou em pacientes que nunca haviam sido diagnosticados com doenças cardíacas, mas apresentavam alto risco devido a fatores como colesterol LDL alto, diabetes e hipertensão.

Ao final de três anos, foi registrada a redução de 39% do risco de ataques cardíacos e de morte relacionada a doenças cardíacas entre as pessoas que receberam a medicação, comparado com o grupo placebo. O risco combinado de um paciente morrer, ter um ataque cardíaco ou um derrame foi reduzido em 36%.

“O que vimos realmente me surpreendeu. Espero que isso seja um alerta para pacientes e médicos”, disse o principal autor do estudo, Steven Nissen, diretor acadêmico do Heart, Vascular & Thoracic Institute da Cleveland Clinic.

Segundo Nissen, tratar as pessoas com fatores de risco antes de seu primeiro evento cardiovascular traria grandes benefícios para a prevenção de complicações posteriores, bem como a prevenção de mortes.