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Conhecimento

Pesquisa mostra que 56,6% da população brasileira tem sobrepeso

O relatório Covitel 2023, divulgado nesta quinta (29/6) em evento realizado em Brasília, mostra que a população brasileira está hipertensa, diabética e com sobrepeso.

“Sete em cada 10 mortes são causadas por doenças não transmissíveis que, na maioria das vezes, são preveníveis. Nem sempre uma decisão individual, como fumar, se exercitar, ou comer bem, é a única culpada. Também é algo que está no nível social, e precisamos criar e fortalecer políticas públicas”, alerta o CEO da Vital Strategies, um dos responsáveis pela pesquisa, José Luiz Castro.

Foram feitas entrevistas por telefone com 9 mil pessoas em cinco regiões do país, inclusive no interior. Ao contrário de levantamentos anteriores, também foi feito contato por telefone celular além do fixo, garantindo uma amostragem mais jovem. O estudo foi feito pela Vital Strategies, em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Umani e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

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O levantamento mostra que 26,6% da população brasileira têm hipertensão, em um cenário estável em relação ao ano anterior, e os diagnósticos são feitos principalmente em mulheres (que procuram mais o sistema de saúde), pessoas acima dos 55 anos, com escolaridade baixa e na região Sudeste.

A quantidade de pessoas com diabetes segue estável, com 10,3% da população diagnosticada — a doença crônica é mais prevalente entre mulheres, com mais de 55 anos, baixa escolaridade e da região Sul.

Confira alguns dos indicadores descobertos pelo Covitel 2023:

Obesidade e sobrepeso

A pesquisa mostra que 56,6% da população está com sobrepeso, principalmente na faixa etária entre 45 e 54 anos (68,5%). Em comparação com os dados de 2022, a quantidade de indivíduos com obesidade cresceu cerca de 1%, e já chega a 22,6% dos brasileiros. A maioria das pessoas com IMC maior que 30 tem baixa escolaridade.

O maior aumento foi entre os jovens de 18 a 24 anos — nesta população, a quantidade de obesos cresceu 90% em apenas um ano.

Considerado um marcador para a alimentação saudável, o consumo de frutas só é regular (cinco ou mais vezes por semana) para 41% da população, principalmente mulheres, idosos, com alta escolaridade, brancos e moradores da região Sul, indicando que apenas a população mais rica do país tem hábitos saudáveis.

A pesquisa também mediu a autopercepção de boa saúde — cerca de 62,69% da população acredita que está em uma situação positiva, mas a maioria também é de escolaridade alta, branco e da região Sul, confirmando a desigualdade social.

Saúde mental

O levantamento mostra que, no pós-pandemia, a população passou a se preocupar mais com a saúde mental. Antes da Covid-19, apenas 9,6% da população era diagnosticada com depressão — a porcentagem cresceu para 12,7% em 2023. O Brasil tem ainda 26,8% de indivíduos com ansiedade, sendo que a maioria deles tem alta escolaridade, mora no Centro-Oeste, e é jovem, entre 18 e 24 anos.

Covid-19

O Covitel 2023 também perguntou aos participantes sobre os sintomas que sentiram seis meses após terem sido diagnosticados com Covid-19. Os principais são perda de memória, fadiga, perda de olfato e/ou paladar.

“Essa é uma informação importante. Muitas pessoas acabam procurando um pronto-socorro com dores, mas é uma questão que deveria ser atendida pela atenção básica. Precisamos ter um olhar e nos prepararmos melhor para essas consequencias”, explica a pesquisadora Luciana Sardinha, da Vital Strategies.

Consumo de álcool

Uma das descobertas da pesquisa é que o consumo regular de álcool, que acontece em três ou mais vezes na semana, tem caído ao longo dos anos. No período pré-pandemia, 9,3% dos brasileiros fazia uso da bebida nessa frequência, e a porcentagem baixou para 7,2% em 2023. Entre as pessoas que bebem regularmente estão, na maioria, os homens, de 45 a 54 anos, com alta escolaridade, cor branca e da região Sudeste.

Porém, apesar de beberem poucas vezes por semana, os indivíduos bebem grandes quantidades de álcool de uma vez só — entre os de 35 a 44 anos, 17,1% bebe de sete a nove doses em um só dia.

Os dados mostram ainda que a maioria das pessoas que bebem de forma abusiva o fazem pelo menos uma vez por mês, e são maioria entre os mais jovens, de 18 a 34 anos.