Viagem
Segundo maior templo budista da América Latina, Chen Tien, em Foz do Iguaçu, encanta os visitantes com sua beleza e atmosfera de paz e tranquilidade
Construído em 1996 pela comunidade chinesa da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, o templo Chen Tien, o segundo maior templo budista da América Latina, proporciona uma experiência única aos visitantes e deixa muitos impressionados com sua beleza. Com estátuas espalhadas pelo jardim, o espaço de aproximadamente 2,5 mil metros quadrados, situado em Foz do Iguaçu, no Paraná, Brasil, é perfeito para quem pretende recarregar as energias e aqueles que estão em busca de paz, tranquilidade e boas energias. Adeptos ou não ao budismo, simpatizantes ou não, é difícil não se emocionar e não se deixar envolver pela beleza do local, pela atmosfera acolhedora, especial, extremamente envolvente, um tanto quanto misteriosa e que eleva nossos pensamentos. O budismo traz uma infinidade de ensinamentos e é muito rico em conteúdo. É impossível sair de lá da mesma forma que entrou. O templo segue o budismo Terra Pura. Nesta linhagem de budismo, a Terra Pura é como o paraíso, onde todos podem renascer através da devoção e o Buda Amitabha, o Buda da Luz Infinita, é o grande anfitrião.
Cada uma das estátuas tem um significado e uma das que mais chamam atenção é a réplica de Mi La Pu-San, Buda Maitreya, o "Buda sentado" ou o "Buda sorridente" olhando para o sul. Ela tem cerca de 7 metros de altura e fica logo na entrada do templo. Outra estátua que se destaca é a representação do Buda Shakyamuni (que fica em frente ao templo), um príncipe indiano que abriu mão da riqueza em busca da "iluminação" e da felicidade eterna. No budismo, a postura deitada significa paz de espírito após a ascensão, o Nirvana (estado de libertação do sofrimento) . A maior e mais nova estátua do templo é a representação do fundador do budismo, Siddhartha Gautama, o "Iluminado". Importada da China e montada em 2014, a estátua possui 10 metros de altura e é considerada a maior representação de Buda na América do Sul.
Situadas no pátio principal ao lado do templo, 108 estátuas, com 2,5 metros de altura e posicionadas em sequência, representam Buda Amitabha. Elas estão alinhadas em direção ao pôr do sol e representam a reencarnação de Buda na terra. O número 108 é muito importante e não está lá por acaso. 108 é o número de peças de um rosário (japamala) hindu ou budista e é a quantidade de vezes que o mantra (NAMO AMITUOFO) deve ser entoado ou recitado. Segundo a tradição, este mantra ajuda a eliminar os sofrimentos, as aflições e a atrair riqueza, longevidade, saúde e harmonia. Amitabha é um dos cinco budas da meditação e sua imagem faz dois gestos com as mãos: o da direita representa sabedoria e iluminação e o da esquerda simboliza generosidade. As estátuas emanam boas energias aos visitantes e induzem a meditação.
Além de diversas estátuas que representam encarnações de Buda e os quatro principais Boddisattvas (seres iluminados), existem duas estátuas dos guardiões de Buda: Kongo Rikishi ou Niou. Eles ficam na entrada do templo e, segundo a tradição budista, impedem a entrada de mãos espíritos. O templo em si, uma construção de dois andares, não pode ser visitado. A "Sala dos Guardiões" é o único espaço com acesso liberado aos visitantes dentro do templo. Lá há 18 estátuas dos Arahants, discípulos de Buda que atingiram um estado de iluminação tão grande que não precisam mais reencarnar. No salão, não é permitido fotografar nem filmar. Vale lembrar que é preciso respeitar o local, que além de ser uma atração turística é um santuário.
O ideal é iniciar o passeio na loja onde são vendidas lembranças como incensos, estátua, enfeites, livros, japamalas e um livreto com mais informações sobre o templo, com o significado detalhado das estátuas e um pouco sobre a história do local. Lá também é vendido um kit com 2 velas, 2 incensos e 2 cartões para fazer agradecimentos, pedidos e orações. Os cultos são realizados na parte superior do templo e acontecem aos domingos.
O budismo é uma filosofia ou religião, que surgiu originalmente na Índia por volta do século VI A.C. e abrange diversas tradições, crenças e práticas baseadas nos ensinamentos das leis do universo, o Dharma, de Sidarta Gautama, intitulado de Buddha ou Buda. Sidarta foi um príncipe nascido em Lumbini, no Nepal, na Ásia, que renunciou ao trono e se dedicou à busca da erradicação das causas do sofrimento humano e de todos os seres vivos. Ele encontrou um caminho até o "despertar" ou "iluminação" e se tornou mestre ou professor espiritual, fundando o budismo. Gautama, figura-chave do budismo, também é conhecido como "sábio do clã dos Shakyas". A religião é dividida em três grandes tradições: theravada (também chamada de hinayana), mahayana e vajrayana (ou tantrayana). Essas tradições englobam as mais diversas escolas budistas como o zen, terra pura, kadampa e o budismo tibetano. Estima-se que existam 500 milhões de seguidores no mundo. O budismo é considerado a quinta maior religião em termos de adeptos no mundo. A maioria dos praticantes vive no oriente, em países como Japão, China, Tibete e Tailândia. No Brasil, segundo o censo de 2010, há 245 mil budistas.