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Viagem

Brasileiros voltam a precisar de vistos para o México

Desde dezembro do ano passado, o México voltou a exigir oficialmente o visto de entrada para brasileiros. A decisão do Governo Mexicano faz parte de uma política de combate ao tráfico e contrabando de pessoas nas fronteiras do País com os Estados Unidos, que aumentou consideravelmente nos últimos dois anos. Entre a enorme quantidade de pessoas que tentaram cruzar o deserto ilegalmente neste período, milhares de brasileiros, incluindo o recente caso de Lenilda dos Santos, que contratou coiotes e faleceu tentando completar a travessia rumo aos EUA e cujo caso ganhou as principais manchetes do Brasil e do México. “Em outubro do ano passado, as autoridades americanas de fronteira divulgaram que cerca de 1,73 milhão de pessoas tentaram chegar ilegalmente aos EUA atravessando a fronteira com o México no último ano. Neste mesmo período, foram registradas 7. 300 apreensões de cidadãos brasileiros, muitos dos quais foram deportados de volta ao Brasil”, afirma Mark Morais, advogado de imigração que já atuou como agente federal dos Estados Unidos no combate aos crimes de fronteira.

Mas será que a exigência do visto resolve o problema?

Sobre isto, Mark Morais, que também é proprietário do escritório Mark Morais Law Firm, em Miami, explica: “A exigência do visto pode diminuir os números, mas sozinha não é suficiente para resolver a crise na fronteira. O grande motivador para esta decisão do Governo mexicano foi a pressão feita pelos EUA, além de terem que dar uma satisfação para a população no sentido de tentar reduzir a prática de fazer do México um trampolim para entrada na América. Especialmente em 2021, todos os índices de imigração ilegal, tráfico humano e contrabando de pessoas na fronteira entre México e Estados Unidos cresceram assustadoramente e existem duas explicações simples para isso. Em primeiro lugar, a crise causada pela pandemia agravou ainda mais o cenário econômico e causou desemprego em diversos países, entre eles o Brasil, e motivou pessoas destas nações a buscarem uma vida melhor na América. O outro fator foi a mudança no comando da Casa Branca, o que gerou a expectativa de que os EUA flexibilizariam suas leis de imigração”, completa Mark.

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E não é só o México que está combatendo o tráfico humano. Ainda em dezembro de 2021, um trabalho em conjunto da Polícia Federal Brasileira e da Polícia de Imigração Americana (ICE) desmontou uma organização criminosa que atuava em São Paulo e Minas Gerais e vinha atraindo indivíduos originários de países sul-asiáticos. A estratégia utilizada pelos contrabandistas era fazer com que estes estrangeiros residissem temporariamente no Brasil e dali partissem ilegalmente pelas fronteiras aos Estados Unidos. “Durante os anos em que trabalhei como agente de fronteira americana, pude observar esta prática diversas vezes. A pessoa interessada em migrar ilegalmente busca os serviços de um traficante (coiote) que arruma uma viagem de avião até o México, de onde a pessoa segue pelo deserto. Eles também ajudam a pessoa a conseguir um passaporte falso ou um visto de permanência para um País onde as regras alfandegarias e fronteiriças sejam menos exigentes, como no caso do Brasil, e de lá buscar a entrada nos EUA por rotas alternativas. Em todos os casos, não vale a pena arriscar a vida para fazer esta travessia”, finaliza Mark Morais.

Sobre Mark Morais

Mark Morais é advogado de Imigração e proprietário da Mark Morais Law Firm, escritório americano responsável por processos jurídicos de vistos e green cards para os Estados Unidos.

Mark é o único advogado brasileiro-americano que já trabalhou nas 3 principais agências federais de imigração dos EUA (USCIS, CBP e ICE) desempenhando as funções de Promotor de Imigração, Oficial de Asilo Político e Policial Federal de imigração e Alfândega.

Mark Morais é formado em Direito e Administração de Empresas no Brasil e é Doutor em Jurisprudência nos Estados Unidos. Ele é licenciado para praticar Direito no Estado da Flórida e também na Capital Federal (District of Columbia).