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Conhecimento

Fake News, reality shows e fórmulas mágicas lotam as redes sociais – qual é o nosso papel nisso tudo?

As redes sociais fazem parte do dia a dia de todas as pessoas, isso é fato, e com a pandemia e o isolamento social, o acesso a elas se tornou ainda maior. Se, por um lado, elas servem para informar e aproximar as pessoas, criando, muitas vezes, conexões reais e de peso, por outro existe uma avalanche de desinformação e armadilhas nos pots que invadem os celulares e computadores de estudantes, profissionais, empreendedores e empresários.

Para Caio Infante, vice-presidente regional (LATAM) da Radancy e um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil, não são poucas as oportunidades de comprometer negativamente a imagem profissional nas redes sociais. “As pessoas ainda não se deram conta de que não tem como separar a vida real do perfil da rede social, mas as empresas já sabem disso e esse desencontro pode fazer com que candidatos não sejam contratados, colaboradores não sejam promovidos e negócios não sejam fechados”, garante o especialista.

Um dos maiores riscos nas redes sociais, segundo Caio, é a quantidade enorme de gurus que oferecem fórmulas mágicas para absolutamente tudo, desde como emagrecer comendo de tudo até como ficar rico sem trabalhar. Além de lotarem os perfis das pessoas com frases prontas motivacionais que não acrescentam nenhuma novidade, o perigo dessa relação é real. “Recentemente, vimos na mídia um caso em que as pessoas correram risco de morte e isso não está longe de acontecer com qualquer um de nós se não tomarmos cuidado. É preciso, antes de mais ada, não acreditar em mágica – sucesso é consequência de trabalho e conhecimento é resultado de estudo. Isso não vai mudar nunca”, afirma.

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Outro ponto que chama atenção é a quantidade cada vez maior de enquetes vazias que, além de não trazerem nenhuma novidade por meio dos seus resultados, roubam tempo de quem responde e de quem as elabora sem objetivo prévio definido. “Quando uma empresa faz uma enquete no Linkedin, por exemplo, para seus colaboradores ou seus futuros talentos, é preciso saber como e para que os resultados daquelas perguntas serão usados, com que objetivo. Também é preciso saber que peso aquelas respostas têm e analisar, principalmente, se a amostra conseguida realmente prova alguma coisa, e isso se não faz só não analisando a quantidade de respostas mas, principalmente, o perfil dos respondentes”, explica.

O número de seguidores de um perfil representa hoje que o dono daquele espaço é um especialista ou influenciador em determinado assunto. “No passado, tivemos aquela época em que todo mundo se intitulava coach e agora isso está acontecendo com a profissão de influenciador. Influenciar é algo muito complicado e vai além de ganhar dinheiro com as redes sociais. Pessoas tomam decisões com base em posts dos seus ídolos, acreditam cegamente em tudo que eles postam e, mais que isso, vivem em busca de se tornarem pessoas iguais ou parecidas com eles, e sabemos que a vida real não funciona assim. Cada um de nós é protagonista da nossa vida e não existe ninguém no mundo que vai responder pelo nosso sucesso ou nosso fracasso a não ser nós mesmos”.

E quando se analisa este cenário fazendo relação com o quanto essas armadilhas podem comprometer ou até minar uma carreira profissional, Caio ainda é mais cuidadoso. “Um exemplo que gosto de usar nas minhas aulas e palestras são, por exemplo, os conselhos de carreira que aparecem centenas de vezes por dia nas redes sociais na época dos grandes reality shows. Não dá para tomar como regra a história de vida de um participante ou achar que o caminho do sucesso é participar e ganhar um milhão de reais e uma nova profissão. As pessoas precisam pensar em como otimizar, de fato, o uso das redes sociais em busca do sucesso profissional”, explica. O especialista garante que os cuidados vão muito além daqueles já conhecidos como ter uma boa foto de perfil ou evitar roupas provocativas e bebidas alcoólicas – é preciso saber qual é, de fato, o papel de cada uma das redes sociais e se perguntar o que fazer em cada uma delas e como isso interfere, atrapalha ou ajuda na vida profissional. “As pessoas acreditam terem uma vida paralela na rede social. As fake news são exemplos disso. As pessoas acham que podem tudo na rede social, podem espalhar notícias falsas e, pior que isso, acreditar nelas e ainda fazem comentários sobre o assunto. É preciso pensar: você falaria sobre o assunto daquele post pessoalmente com seus amigos na mesa de um bar? Você colocaria sua opinião para o seu chefe do mesmo jeito que coloca no seu post? Você dividiria essa opinião no ambiente de trabalho com seus colegas? Na rede social, devemos (ou pelo menos deveríamos) ter o mesmo cuidado que temos com nossa imagem na vida real perante nossos familiares e amigos e, principalmente, nossos colegas de trabalho, superiores e parceiros de negócios”, alerta Caio.

Reclamação demais e vitimismo também podem comprometer uma imagem – as empresas sabem que se uma pessoa reclama de tudo, um dia ela vai reclamar da companhia também e ninguém quer isso. Apostar em comoção por meio de vitimismo e pedido de ajuda também não melhora a situação. “As pessoas querem, cada vez mais, tudo para ontem e esse imediatismo faz com que não invistam em nada, nem em conhecimento, se tornando rasos. É preciso ter cuidado com o que se consome e o que se publica nas redes sociais. É preciso checar informações e ter consciência de que nem tudo que é postado é real – isso ajuda a diminui a chance de frustração também”, finaliza Caio.

Sobre Caio Infante

Caio Infante é formado em Publicidade e Propaganda pela ESPM e possui MBA em Gestão Internacional pela University of Technology, em Sidney, na Austrália. Com carreira profissional desenvolvida na área de Negócios em agências de propaganda do País e do exterior, atuou, também, no site Trabalhando.com como diretor Comercial e de Marketing, chegando a Country Manager da operação. Desde o início de 2017, Caio está na Radancy, onde seu conhecimento sobre marca empregadora cresceu exponencialmente. Hoje, ocupa o cargo de vice-presidente regional da agência, mantendo contato com alguns dos maiores nomes mundiais do tema.

Caio Infante também é um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil, a maior comunidade sobre marcas empregadoras, com mais de 40 mil seguidores nas redes sociais.