O Governo da Espanha anunciou nos últimos dias uma série de mudanças em suas leis de imigração com o objetivo de resolver de uma vez dois antigos problemas do País: o desemprego, que atinge quase 3 milhões de pessoas, e a falta de mão-de-obra especializada para preencher as vagas de emprego disponíveis.

Com as novas regras, imigrantes que estão indocumentados na Espanha desde 2020 poderão se legalizar, desde que passem por uma checagem de antecedentes criminais, já tenham trabalhado legalmente no País por, pelo menos, seis meses e desejem exercer cargos para os quais a indústria privada e o próprio Governo não conseguem encontrar profissionais qualificados. Além disso, estudantes estrangeiros poderão receber uma permissão de trabalho durante o período em que estiverem estudando em alguma instituição de ensino local. Vários outros incentivos pró-imigrantes serão anunciados nos próximos meses.

De acordo com o advogado de imigração Marcelo Gondim, o modelo imigratório que a Espanha está se propondo a adotar é muito semelhante ao que os Estados Unidos vêm utilizando desde o início da década passada (entre 2011 e 2020). Cada vez mais a chegada de imigrantes bem qualificados por suas carreiras profissionais ou formações acadêmicas vem sendo estimulada, trazendo resultados extremamente positivos para a economia americana. “Existem quase 3 milhões de pessoas desempregadas na Espanha não porque faltam empregos, mas sim porque o mercado de trabalho espanhol não encontra gente qualificada. A mesma coisa aconteceu nos Estados Unidos há alguns anos, quando os setores essenciais para a sociedade americana começaram a sofrer com a carência de bons profissionais, como as áreas de Saúde, Engenharia, Tecnologia, Aviação etc. Para resolver este problema, os EUA adotaram uma política de incentivo à chegada de imigrantes por meio da concessão de green cards com base em carreira, investimento ou oportunidades de emprego no País, exatamente como a Espanha agora se propõe a fazer”, explica Marcelo.