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Viagem

O sonho da Cidadania Italiana se renovou durante a pandemia

É nos primeiros meses do ano que, geralmente, as pessoas renovam as esperanças de um mundo melhor e tratam logo de fazer novos planos e projetos para o futuro. Mudar de emprego, entrar na faculdade, trocar de carro, aquela viagem dos sonhos... E a conquista da Cidadania Italiana!

No início de 2020, muitos brasileiros tinham o objetivo de resgatar suas raízes e correr atrás do reconhecimento da Cidadania Italiana, direito garantido a todos os descendentes de imigrantes italianos espalhados pelo mundo, mas com a pandemia da Covid-19, a Itália se destacou como um dos primeiros focos da doença e os planos de muita gente teve que ser adiado. “Além da tristeza causada pelas mortes e da sensação de impotência diante do planeta em lockdown, para milhares de ítalo-descendentes que se acumulam na Fila da Cidadania há tantos anos esta doença apareceu como um novo obstáculo. Num primeiro momento, a gente achou que ficaria tudo paralisado, pois os órgãos públicos não estavam preparados para o trabalho home office”, lembra Patricia Mora, proprietária do Ser Italiano, empresa que há quase 10 anos oferece serviços relacionados ao processo de reconhecimento da Cidadania Italiana. A empresa é uma das pioneiras em processos judiciais, com 100% de causas ganhas. Com sede na Itália, a empresa tem uma filial em Sorocaba (SP) para estar mais próxima dos clientes que estão no Brasil.

Vivendo na Itália, Patricia afirma que os primeiros meses de 2020 foram os mais difíceis. “Passamos 70 dias trancados dentro de casa, pois não sabíamos o que estávamos enfrentando. Com o tempo, as pessoas foram compreendendo um pouco melhor como o vírus podia se espalhar e o que poderiam fazer para se prevenir. Aos poucos, a vida continuou”, conta. “Com relação à Cidadania, o Processo Presencial, que é aquele em que o requerente precisa fixar residência na Itália por um tempo, se reduziu muito. Devido à dificuldade de viajar por causa das fronteiras fechadas, foi preciso colocar em pausa esta modalidade, mas, por outro lado, o processo realizado via Tribunal Civil em Roma cresceu muito”, afirma a empreendedora.

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Com as mudanças, quem havia deixado o sonho da Cidadania Italiana em segundo plano, acabou tirando novamente os sonhos da gaveta e colocando-os em ação. O fato de refletir mais sobre o futuro também aflorou nas pessoas a vontade de não deixar nada para amanhã e a possibilidade de deixar para filhos e netos uma herança cheia de oportunidades fez crescer muito a procura pelo Processo Judicial. “Em 2020, superamos nossos números de anos anteriores de processos protocolados no Tribunal”, destaca Patricia.

O Tribunal de Roma também evoluiu. Diante das dificuldades, os juízes passaram a contar com a tecnologia para facilitar o julgamento das ações. Agora, as audiências são realizadas pelo Sistema da Justiça Italiana, o que agilizou - e muito - o andamento dos processos. Os juízes trabalham em home office e o requerente pode acompanhar o andamento da ação por aplicativo baixado no celular. Com a pandemia, o Processo Judicial se consolidou como a melhor opção para quem busca o reconhecimento da Cidadania Italiana. “A principal vantagem é que os requerentes não precisam viajar à Itália em nenhuma etapa do processo, pois são representados junto ao Tribunal por meio de procuração. Também é possível reunir um grupo familiar, o que contribui para reduzir os custos tanto da documentação como do processo”, ressalta Patricia.

O prazo médio do processo também ficou bem mais interessante: uma média de 2 anos, entre protocolo e audiência. Pelo Consulado, a fila de espera já supera os 12 anos.

Patricia conta que muitas pessoas que procuram o Ser Italiano não têm certeza se realmente têm direito à Cidadania. “Deixamos sempre claro que qualquer pessoa que tem um antepassado italiano na família, seja homem ou mulher, pode ter direito à Cidadania Italiana, que, inclusive, não tem limite de gerações”. Outro ponto importante é que a Cidadania não é transmitida pelo sobrenome, mas pelo sangue. “Temos muitos clientes de sobrenome Silva, Campos ou Almeida que não carregam o sobrenome italiano e acham que isso pode ser um impeditivo. Quando existe uma mulher na linha de transmissão, normalmente, o sobrenome do antepassado italiano se perde, mas o direito é mantido. Por isso, nunca subestime suas chances. São mais de 30 milhões de descendentes de italianos no Brasil e muitos nem sabem disso”, adverte Patricia.