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Negócios

Quiet Quitting é assunto na Internet e levanta discussão entre os profissionais de Recursos Humanos

Um dos conselhos mais antigos que escutamos para quem busca crescer profissionalmente ou encontrar uma vaga no mercado de trabalho é “fazer mais que o esperado para mostrar seu valor para as empresas. Na contramão disso, vem ganhando espaço na Internet o chamado Movimento Quiet Quitting, expressão que em Português pode ser traduzida por “demissão silenciosa”. O assunto não é novidade nas palestras, aulas e artigos de Caio Infante, vice-presidente regional (LATAM) da Radancy e um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil. “Falo sobre este tema há muitos anos, mas costumo chamar essa ação de aposentadoria ativa. Dou este nome à atitude daqueles profissionais que mantêm seus empregos cumprindo horário à risca sem levar inovação para seus ambientes de trabalho. São pessoas que estão lá apenas cumprindo a função para a qual foram contratadas, sem pensar em seu crescimento ou no crescimento da empresa”, define.

A filosofia virou um dos assuntos mais comentados da Internet depois que um vídeo sobre o tema viralizou nas redes sociais. Segundo os adeptos da nova onda, a ideia não é trabalhar pouco até ser demitido, mas sim priorizar o bem-estar mental no trabalho, evitando estresse por pressão ou deixar a vida de lado para fazer hora extra. Para estes profissionais, a meta é estabelecer limites muito bem definidos entre a vida pessoal e profissional. Para Caio, a novidade que já é realidade nos Estados Unidos, levanta uma discussão importante: até que ponto as empresas ficariam dependentes da boa vontade dos colaboradores se continuarmos caminhando neste sentido? “Não é novidade que as pessoas estão buscando locais de trabalho que tenham a ver com suas filosofias de vida e seus valores, tanto que o tema marca empregadora vem crescendo cada vez mais entre os profissionais de RH. Seguindo o raciocínio deste novo movimento, as empresas vêm pensando em como contratar os profissionais certos, adeptos ou não das mesmas opiniões que ela compartilha, inclusive com relação às atitudes que os profissionais devem ter para crescer em suas carreiras dentro destas companhias”, discute Caio.

Quando as empresas param para trabalhar sua proposta de valor, o chamado EVP dentro do universo de Employer Branding, elas consideram, sim, hoje, a existência destes profissionais que optam em manterem seus empregos fazendo o mínimo mas, dependendo a meta e os objetivos da empresa com relação à sua reputação no mercado como empregador vai avaliar os talentos que, com certeza, segundo o especialista, são os que se destacam por agregar no seu dia a dia de trabalho. “A marca empregadora de uma empresa se constrói de dentro da fora. Usando outro exemplo, não é porque a moda é trabalho remoto que as empresas precisam fazer isso para contratar os melhores talentos e serem vistas como boas empregadoras”, explica.

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Quiet Firing

Agora ainda mais recentemente uma nova expressão também vem sendo discutida na Internet, depois do Quiet Quitting, que é o Quiet Firing. Desta vez, o movimento parte da gerência da empresa e de seus líderes, que passam a criar condições de trabalho desvantajosas para causar a saída espontânea dos colaboradores não mais desejados pela companhia. Neste caso, as práticas vão desde o corte de promoções e de feedbacks até a diminuição de tarefas e da jornada de trabalho. “Os líderes criam um ambiente insatisfatório para o funcionário, que se sente isolado e sem espaço para crescer profissionalmente. Essa é a forma controversa das empresas convencerem os profissionais a se desligarem. Assim como foi com o Quiet Quitting, existem muitas discussões sobre a prática estar certa ou errada. Pensando em marca empregadora e reputação, o caminho das empresas em resposta ao movimento dos profissionais deve ser olhar para suas práticas de gestão e identificar o movimento do comportamento, e não agir em reposta a ele”, aconselha Caio.

Sobre Caio Infante

Caio Infante é formado em Publicidade e Propaganda pela ESPM e possui MBA em Gestão Internacional pela University of Technology, em Sidney, na Austrália. Com carreira profissional desenvolvida na área de Negócios em agências de propaganda do País e do exterior, atuou, também, no site Trabalhando.com como diretor Comercial e de Marketing, chegando a Country Manager da operação. Desde o início de 2017, Caio está na Radancy, onde seu conhecimento sobre marca empregadora cresceu exponencialmente. Hoje, ocupa o cargo de vice-presidente regional da agência, mantendo contato com alguns dos maiores nomes mundiais do tema.

Caio Infante também é um dos co-fundadores da Employer Branding Brasil, a maior comunidade sobre marcas empregadoras, com mais de 40 mil seguidores nas redes sociais.