BACK
Cultura & Entretenimento

AS FOLHAS AMARGAS E A FESTA VERDE

A FESTA DAS FOLHAS AMARGAS

Entrei em uma festa, sem saber onde entrava, e não fui rejeitado, fui convidado a comer salada, folhas verdes amargas. Achei estranho, mas aceitei. Afinal, quem sou eu para recusar um convite tão gentil? Talvez fosse uma tradição da família, ou uma dieta especial. Não quis ser indelicado.

A dona da casa era uma mulher bonita, uns 30 anos, viúva com 3 filhas de 18 anos, que usavam camiseta e jeans. As meninas eram idênticas, como trigêmeas. Tinham os mesmos olhos verdes, os mesmos cabelos loiros, o mesmo sorriso encantador. Pareciam anjos. Mas algo me dizia que elas não eram tão inocentes quanto pareciam.

Click to continue reading

Aí chegaram os avós, pais da mãe da menina. Eram um casal de velhinhos simpáticos, que me cumprimentaram com um abraço. Disseram que estavam felizes em me conhecer, e que eu era muito parecido com o falecido marido da filha deles. Fiquei sem graça. Não sabia quem era o homem, nem como ele tinha morrido.

A mansão era espaçosa, e o pessoal muito rico. No estilo de uma “manor” inglesa. 190819. Tinha quadros nas paredes, tapetes no chão, lustres no teto. Tudo muito elegante e sofisticado. Mas também tinha algo de sinistro. Uma atmosfera pesada, que me fazia arrepiar.

Foi então que percebi que eu era o único convidado da festa. E que todos me olhavam com um misto de curiosidade e fome. Foi então que ouvi um grito vindo da cozinha. E vi um cozinheiro correndo pelo corredor, com o rosto ensanguentado. Ele gritava por socorro, mas ninguém se mexia.

Foi então que entendi o que estava acontecendo. Eu não estava em uma festa normal. Eu estava em uma festa de canibais. E a salada de folhas verdes amargas era apenas um aperitivo. O prato principal era eu.