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Atriz Jacqueline Sato milita por mais espaço para mulheres asiáticas | Metrópoles
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Atriz Jacqueline Sato milita por mais espaço para mulheres asiáticas | Metrópoles

Além de ser atriz e dubladora, Jacqueline Sato atua em diversas frentes seja na preservação da natureza, proteção animal ou sustentabilidade

Moda & Beleza

Jacqueline Sato se destacou como atriz e dubladora em diversas produções que trabalhou, seja em novelas da Globo ou nos streamings. Entretanto, a profissional ainda tem um outro lado muito aguçado e atua em diversas frentes na militância ambiental, seja na preservação da natureza, proteção animal ou sustentabilidade.

Ao Metrópoles, Jacqueline explicou como funciona todo esse trabalho e ainda como foi visitar a comunidade do Tumbira e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro a convite do Greenpeace. A atriz ainda fundou uma ONG chamada House of Cats.

O trabalho como atriz

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Jacqueline Sato entra na lista de artistas que abriu os seus horizontes quando o assunto é a atuação. A atriz fez novelas na Rede Globo, mas também em outros streamings, como na HBO Max, Netflix, Canal Sony e no Star+. Além de atuar, Jacqueline Sato também trabalha como dubladora e diz amar a atividade e acredita que a autenticidade é imprescindível para viver cada personagem.

Sobre os dois trabalhos, Jacqueline explica que as funções conversam. “O dublador também interpreta. E quando faz isso bem, e você o olha trabalhando, percebe todas as células do corpo presentes e ativas na situação do personagem. Pra mim, não existe dublador que não seja também ator, ainda que só trabalhe em dublagem. Mas existe ator que não é dublador”, explicou.

Mulheres Asiáticas

Além de atriz e dubladora, Jacqueline Sato apresenta o programa Mulheres Asiáticas no Canal E!, que dará protagonismo às mulheres asiáticas brasileiras, quebrando possíveis estereótipos, desconstruindo narrativas preconceituosas e celebrando a diversidade de uma maneira dinâmica. A profissional abriu o jogo sobre a importância do assunto para a sua carreira.

“Pessoalmente, de acreditar no meu potencial criativo e capacidade de escrever e produzir um projeto. Algo que sempre quis. Estudei. Tive muita vontade, mas o autoboicote foi, por anos, maior. Muitas de nós, mulheres, duvidamos de nossas capacidades e minamos nossas potências por inúmeras razões, muitas delas advindas de construções históricas e sociais”, declarou.

“Quebrar com esse padrão, acreditar em si, ter sua inteligência valorizada, administrar a tal ‘síndrome da impostora’ e vencê-la, pelo menos na maior parte das vezes que ela aparece, configuram um degrau maior e mais difícil de subir; principalmente quando é o primeiro passo”, explicou.

No Oscar 2023, Michelle Yeoh se tornou a primeira mulher asiática a receber uma estatueta da Academia. “Isso é histórico e emocionante demais. Eu e todas as minhas amigas, atrizes e não atrizes vibramos muito com isso. Foi um mix de alívio com extrema felicidade, de ‘não acredito’ com ‘até que em fim’, e tem um significado profundo. Como ela mesma disse, só queremos oportunidades iguais”, declarou.

Sobre o mercado audiovisual, Jacqueline Sato opinou que o sucesso de Todo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo deve mudar o olhar das produtoras com relação às atrizes asiáticas. Por muitas vezes, a atriz conta que foi muito inviabilizada e estereotipada, assim como outras mulheres asiáticas. A atriz relembrou uma parte de sua vivência e de todos os comentários que ouviu durante a sua trajetória.

“Durante a maior parte da minha vida eu me senti feia, não aceitava meu corpo como era, queria ‘melhorar’, mudar, para me adequar ao padrão de beleza vigente. Era como se não adiantasse eu estudar e ser boa atriz, eu precisava modificar algo em mim para que me vissem como uma opção, afinal, em muitos testes eu escutava: ‘Ah, mas você não é brasileira, né?’, e em outros, ‘Ah, mas você não é bem japonesa’- então, qual era o meu ‘perfil’?”, desabafou.

Jacqueline Sato ativista

“São causas que mexem comigo desde pequena”, explica a atriz sobre o trabalho em que prioriza questões como preservação da natureza, proteção animal e sustentabilidade. Além de tentar conscientizar a sociedade por meio da arte, Jacqueline fundou uma ONG chamada House of Cats e recebeu um convite do Greenpeace para visitar uma comunidade do Tumbira e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro.

“Sempre quis que, com meu trabalho como comunicadora, eu pudesse gerar mais conscientização sobre estes temas. Quando nos tornamos pessoas públicas, acabamos conseguindo nos comunicar com mais gente. Isso é ótimo para levar estes assuntos para as mais diversas rodas. Uso da minha imagem e dos ambientes que tenho acesso pra conversar também sobre estes temas”, explicou.

Antes mesmo de criar a House of Cats, Jacqueline Sato já resgatava animais de rua. Aos 9 anos de idade, a atriz resgatou a primeira ninhada de sua vida, com sete animais. “Meus pais foram uns anjos e toparam que cuidássemos até encontrarmos donos responsáveis para eles. A ONG já cuidou e encaminhou para a adoção um total de 2127 gatinhos”, explicou.

Nesta atividade, a ativista explicou que a sua família, amigos e pessoas próximas são importantes para que tudo funcione de maneira perfeita. “Quem ama colocar a mão na massa é minha mãe. Temos voluntárias maravilhosas, algumas veterinárias parceiras que oferecem seus serviços com preços amigos. Preciso falar, também, das nossas voluntárias de lar temporário, algo tão fundamental e gostoso de se fazer e que ajuda muito os animais, oferecendo a eles uma qualidade de vida melhor”, falou,

Convite da Greenpeace

Jacqueline Sato foi convidada pela Greenpeace para visitar a comunidade do Tumbira e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Negro: “Sabe aquela sensação de acontecimento certo na hora certa? Foi isso e muito mais. Eu sempre sonhei em conhecer a Amazônia, e realizar isto ao mesmo tempo em que ajudava o Greenpeace numa causa que mexe com a minha alma, e com o futuro de todos nós, foi o melhor dos mundos”.

Sobre o trabalho no local, Jacqueline contou que a oportunidade foi tranformadora. “Realizar isto durante uma imersão com as comunidades locais potencializa tudo. Muda sua visão de mundo. Te dá mais energia ainda para seguir lutando. E usar da minha imagem e canais de comunicação para evidenciar o trabalho lindo que tem sido feito nessa RDS foi gratificante demais”, pontuou.

Com tantas atuações diferentes, Jacqueline Sato explica como alia o trabalho social com a carreira de atriz. “Aproveitando da visibilidade que o trabalho na TV traz para trazer estas pautas, quando não diretamente no projeto que estou fazendo, nas entrevistas, como estamos fazendo agora. Acho muito bom usar desse veículo que tem tanto poder e chega em tanta gente de uma forma que gere algum benefício socioambiental”, finalizou.