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Dólar fecha em leve queda com mercado à espera de primeira prévia da inflação | O TEMPO
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Dólar fecha em leve queda com mercado à espera de primeira prévia da inflação | O TEMPO

Investidores aguardam a divulgação do IPCA-15 nesta terça-feira (24)

Economia

O dólar fechou em leve baixa nesta segunda-feira (23), beirando a estabilidade, com a Bolsa mostrando a mesma tendência nesta última hora de pregão, com os investidores aguardando a divulgação do IPCA-15, primeira prévia da inflação oficial em 2023, nesta terça-feira (24).

O dólar comercial à vista encerrou o dia em baixa de 0,11%, a R$ 5,201. Às 17h30, o Ibovespa operava em baixa de 0,32% a 111.674 pontos.

Os juros apresentam tendência de alta nesta segunda-feira, após a divulgação do relatório Focus do Banco Central. Os contratos com vencimento em 2024 saíam de 13,50% ao ano no fechamento da última sexta-feira (20) para 13,56% às 17h10. Para 2025, os juros saíam de 12,77% para 12,84%. Para 2027, de 12,80% para 12,91%.

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O dólar oscilou próximo da estabilidade durante todo o dia, e segundo Marcela Rocha, economista-chefe da Principal Claritas, reflete a agenda econômica fraca deste começo de semana. "O mercado está de lado com a China em feriado e dados econômicos melhores vindos da Europa", explica.

Para a economista, o mercado de juros reflete principalmente as incertezas sobre a política fiscal do governo, e pelo ruído causado pelas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre uma eventual moeda única com a Argentina. "Depois, houve o esclarecimento de que se trata de uma moeda comum", lembra Rocha.

Para o estrategista Brendan McKenna, do Well Fargo, em análise para a agência Bloomberg, o real tem boa perspectiva de valorização frente ao dólar, com a perspectiva de que o presidente Lula será "um tanto pragmático" em suas políticas econômicas.

A Bolsa chegou a operar boa parte do dia em alta, impulsionada pela Petrobras. A cotação do petróleo chegou a subir quase 2% e perto das 17h20, subia menos de 0,5%. As ações da estatal seguiram o mesmo caminho, e depois de chegarem a registrar alta superior a 4%, subiam 2,38%, no caso das preferenciais, enquanto as ordinárias tinham valorização de 2,81%.

Em direção oposta, as ações dos grandes bancos, com pesos importantes no Ibovespa, começaram a cair com mais intensidade nesta tarde. Em relatório, o Credit Suisse projeta que o setor deve apresentar maiores provisões contra créditos em atraso, inclusive por conta do caso Americanas, e de toda a cadeia produtiva que envolve a varejista.

Os analistas Marcelo Telles e Daniel Vaz afirmam, no entanto, que não enxergam "o escândalo contábil" envolvendo a Americanas como um risco sistêmico, assim como destacam a boa saúde geral do setor corporativo.

O Credit Suisse cortou a recomendação para as Units do Santander Brasil de neutra para venda, e o papel recuava 3,56% às 17,25. As ações ordinárias e preferenciais do Bradesco caíam 3,18% e 4,29%, respectivamente. As preferenciais do Itaú Unibanco recuavam 3,14%.

O dia também é marcado pela saída da Americanas do Ibovespa. A sexta (20) foi o último dia de negociação da ação ordinária do grupo, depois de realizar o pedido de recuperação judicial.

Agora, a ação da Americanas entra na categoria conhecida como penny stock, quando vale menos de R$ 1. Se permanecer nesta situação por 30 dias seguidos, a empresa será notificada pela B3, e terá 15 dias para apresentar uma solução. Caso contrário, será punida com multa diária pela Bolsa.

A ação ordinária da Americanas subia 12,67% perto da 17h30, cotada a R$ 0,80. Nesta segunda, a companhia pediu mais 48 horas para entregar sua lista de credores na recuperação judicial.

O trio de acionistas de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que juntos possuem 31% da empresa, divulgou nota neste domingo (22) na qual afirmam que jamais tiveram conhecimento e que nunca admitiriam quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia.

Em Nova York, os principais índices de ações estão em alta, na expectativa pelo anúncio de resultados de gigantes do setor de tecnologia essa semana, como Microsoft, Tesla e Intel.

O mercado já tenta antecipar também uma diminuição no ritmo de alta de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. Segundo a Bloomberg, os analistas projetam uma retomada da alta de 0,25 ponto percentual na taxa na reunião marcada para a próxima semana, depois de alguns aumentos de 0,50 ponto nos últimos encontros.

O índice Dow Jones subia 0,50% perto das 17h30 (horário de Brasília), o S&P 500 tinha alta de 0,98%, e o Nasdaq avançava 1,69%.