BACK
Conhecimento

Por que Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro

Comemorado nesta terça-feira (13), o dia do santo é celebrado com fervor e devoção, trazendo rituais e simpatias que atravessam gerações, tudo para encontrar o grande amor.

A tradição de Santo Antônio, conhecido como o santo casamenteiro, se mantém viva e presente na cultura de muitos de fiéis em todo o Brasil. Comemorado nesta terça-feira (13), o dia do santo é celebrado com fervor e devoção, trazendo rituais e simpatias que atravessam gerações, tudo para encontrar o grande amor.

E quem nunca comeu o bolo de Santo Antônio esperando achar a famosa medalha, que, de acordo com a lenda, se encontrada trará seu par perfeito, ou já colocou a imagem do santo de cabeça para baixo ou ainda tirou o Jesus menino do colo dele para deixá-lo “de castigo” para chamar a sua atenção, forçando-o a auxiliar no encontro da alma gêmea? As fórmulas usadas pelos solteiros são várias, mas o que realmente importa é a fé, segundo o frei Gilberto Marcos, de Sorocaba (SP).

Click to continue reading

“A sua fama de casamenteiro começou na Europa, quando uma moça que não tinha o dote suficiente para poder contrair o matrimônio pediu para o Santo Antônio e o dote aumentou espantosamente no peso do papel, e ela conseguiu, então, o casamento”, explica o frei da Paróquia Santo Antônio.

Desde então, o santo ficou conhecido por aquele que intercede pelo matrimônio, pelas pessoas que desejam buscar a felicidade a dois. No Brasil, histórias também enfatizam o poder do santo, como a de uma moça de Minas Gerais que fez uma trezena e não conseguiu o namorado de imediato. Mas durante o momento de aborrecimento, ela atirou o santo pela janela, que acabou acertando a cabeça de um rapaz que passava na rua. Ele voltou para devolver o santo e acabou se tornando o futuro esposo da mulher.

“A verdade é que ele nunca se preocupou com essa questão do casamento. Ele é um santo que faz milagres, que intercede a Deus porque é bom, porque é maravilhoso, porque viveu o evangelho, porque é querido por todo o povo”, conta.

O Santo Antônio também fez história pela sua simplicidade, pelo modo como viveu, como franciscano, pobre, simples, desapegado de todas as coisas, mas apegado essencialmente a Cristo e a sua palavra ao santo evangelho.

São vários os aspectos da vida de Santo Antônio que despertam a devoção dos fiéis católicos. Entre as muitas intercessões atribuídas a ele, está a tradição em socorrer os mais necessitados. A imagem inspiradora de Santo Antônio é uma fonte de esperança e amparo para milhões de pessoas em todo o mundo.

“As simpatias são apenas coisas que as pessoas acreditam e realizam, que acham que vão ter sorte, vão ter felicidade no amor, uma vida melhor. Mas isso não importa, o que importante é ter fé na intercessão do santo e buscar o que Deus deseja para nós, que é a felicidade.”

Sua história

“Ele também é conhecido como o santo do mundo inteiro, um grande intercessor junto a Deus.”

Nascido em Lisboa, Antônio foi um homem que não falava muito o que fazia, e, sim, vivia de modo intenso a sua vida Cristã, a sua vida de batizado. Já desde a adolescência, ele sentia à vontade de ser religiosos e de se dedicar à igreja.

O Frei ainda explica que ele entrou para os agostinianos, em um convento, em Coimbra, mas um fato mudou algumas coisas. Cinco missionários da ordem franciscana foram enviados para pregarem para muçulmanos que não acreditavam em Deus, em Marrocos.

“Antônio viu aqueles frades, conviveu um pouquinho com eles, e partiu viagem, mas semanas depois voltou e encontrou os corpos martirizados. Quando ele viu aquela cena e o exemplo de humildade, simplicidade, ele também teve o desejo de ser mártir.”

Sua primeira atitude foi querer ir para Marrocos. Mas entre uma viagem e outra para chegar no destino, ele contraiu malária, onde adoeceu rápido, não conseguindo andar, enxergar, dificultando até mesmo a sua saída do barco.

Tentando voltar para Portugal, por causa do estado de saúde de Antônio, o barco passa por uma tempestade e o barco desvia e vai parar na Sicília, onde ele começa então a percorrer toda a Itália.

“Ele percebeu que a vocação que ele queria de ser mártir não era o designo de Deus. Então, ele entende perfeitamente isso e começa a pregar e acaba se tornando um grande pregador da ordem franciscana.”

No primeiro momento ele era apenas um frade que limpava corredores, que fazia serviços gerais, mas depois descobre-se com o dom da pregação, o conhecimento do evangelho e a perspectiva de meditação. “Ele meditava, ele se colocava nas grutas, aprendia muito, sabia a sagrada escritura de cor e aí ele vai no seu caminho, na sua vida pregando e evangelizando”, finaliza o frei.