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Previsão de inflação para 2022 avança para 5,92%
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Previsão de inflação para 2022 avança para 5,92%

Sexta alta consecutiva da projeção ocorre com fim do ciclo de deflações e faz índice oficial se distanciar da meta do governo

Economia

A volta da inflação para o campo positivo fez os analistas do mercado financeiro elevarem, pela sexta semana seguida, as expectativas para o índice oficial de preços ao final de 2022, segundo dados apresentados nesta segunda-feira (5) pelo BC (Banco Central).

A previsão atual feita a partir de estimativas apresentadas pelo mercado financeiro é de que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) encerre o ano em 5,92%, ante alta prevista de 5,91%. Há quatro semanas, a expectativa era de um salto de 5,63% nos 12 meses, finalizados neste mês.

Para novembro, a previsão para a divulgação a ser realizada na sexta-feira (9) é de alta dos preços na casa de 0,53%. Já neste mês dezembro, os analistas projetam avanço de 0,64% do índice oficial de preços, alta inferior à prevista há quatro semanas, de 0,66%.

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As expectativas mostram um distanciamento da inflação oficial para a meta estabelecida pelo governo para o período, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%). Para 2023, a previsão para o índice oficial de preços subiu de 5,02% para 5,08%. Ao mesmo tempo, as projeções para 2024 e 2025 permaneceram estáveis em 3,5% e 3%, respectivamente.

Com as novas estimativas de alta, o mercado financeiro manteve em 13,75% a projeção da alta da taxa básica de juros para o final deste ano, mas elevou as projeções para 2023 (de 11,5% para 11,75% ao ano) e de 2024 (de 8,25% para 8,5% ao ano), o que sinaliza para uma manutenção dos juros em níveis elevados por mais tempo.

A percepção leva em conta que a taxa Selic é o principal instrumento para combater a inflação. Isso acontece porque, ao aumentar os juros, o BC encarece o crédito, reduz a disposição para consumir e estimula novas alternativas de investimento, o que tende a puxar os preços para baixo em uma ação para equilibrar a oferta e a demanda pelos bens e serviços disponíveis na economia.

Mesmo com as novas projeções, a aposta na cotação do dólar na chegada de 2023 caiu para R$ 5,25. Para os preços administrados, como energia e combustíveis e planos de saúde, a expectativa voltou a subiu e passou para uma queda estimada em 3,59% neste ano, resultado motivado pela isenção de impostos sobre os combustíveis e a energia elétrica.

PIB

Os analistas consultados pelo BC também melhoraram, pela quarta semana consecutiva, as apostas de alta para o PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Conforme a nova projeção, a economia nacional deve crescer 3,5% neste ano, ante alta prevista de 2,81% na semana passada.

A revisão ocorre mesmo após a divulgação de que a economia nacional cresceu 0,4% no terceiro trimestre de 2022, na comparação com os três meses anteriores, e alcançou o maior patamar da série histórica, iniciada em 1996.

A divulgação traz também uma projeção mais otimista para o avanço do PIB em 2023 (de 0,7% para 0,75%) e em 2024 (de 1,7% para 1,71%). Em 2025, a aposta de crescimento na casa de 2% foi mantida pela 56ª semana seguida.