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Ciência & Tecnologia

Nova Zelândia vai testar eletricidade sem fio de Nikola Tesla

Uma empresa da Nova Zelândia está prestes a testar o grande sonho do inventor croata Nikola Tesla: transmissão de energia sem fios a longas distâncias.

Nikola Tesla foi um inventor nos campos da engenharia mecânica e electrotécnica. As suas experiências, conduzidas no Colorado, Estados Unidos, com transmissão de energia sem fios levaram a uma das suas propostas mais ousadas: alimentar o mundo com energia sem fios.

Na época, Tesla fez manchetes com os seus planos para um “sistema sem fios mundial” e ganhou financiamento do JP Morgan para construir a primeira de várias gigantes torres de transmissão.

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No entanto, o sonho da energia sem fios de Tesla morreu pouco depois: JP Morgan cancelou financiamento adicional e a torre foi demolida.

Cientistas posteriores ficaram céticos sobre se os planos de Tesla – que eram um pouco vagos – teriam funcionado.

Enquanto isso, o colega de Tesla, Guglielmo Marconi, perseguia um sonho paralelo com muito maior sucesso: a transmissão sem fios de informações em ondas de rádio. O mundo de hoje está inundado de informações sem fios.

Agora, a startup Emrod da Nova Zelândia - que está sendo financiada pela Powerco, a segunda maior concessionária do país - pode conseguir fundir estes dois sonhos, construindo um sistema para transmitir energia sem fios a longas distâncias. Para os testes ela r

O sistema consiste em quatro componentes: uma fonte de energia, uma antena transmissora, vários relés transmissores e uma retina.

A antena transmissora transforma eletricidade em energia de microondas – uma onda eletromagnética como as ondas de rádio de Marconi, mas mais energética – e concentra-a num feixe cilíndrico. O feixe de microondas é enviado por uma série de relés até atingir a retina, que o converte novamente em eletricidade.

A tecnologia de transmissão de energia via energia de microondas existe há décadas. Porém, para torná-la comercialmente viável, é necessário minimizar as perdas de energia. Kushnir disse que os metamateriais desenvolvidos nos últimos anos são os que fazem a diferença.

A empresa usa metamateriais para converter com mais eficiência o feixe de microondas em eletricidade. Os relés, que são como “lentes” que estendem o feixe além da linha de visão ao refocalizá-lo, quase não têm perdas. A maior parte das perdas acontece na outra ponta, onde a eletricidade é convertida em energia de microondas.

O protótipo da empresa consegue atualmente enviar alguns watts de energia a uma distância de cerca de 40 metros.

No projeto Powerco, uma versão maior está sendo trabalhada, capaz de transmitir alguns quilowatts. O plano é entregar o novo sistema à Powerco em outubro, testá-lo no laboratório durante alguns meses e, se tudo correr conforme o planeado, testá-lo em campo. Os testes terão como objetivo validar quanta potência o sistema pode transmitir e em que distância.

Para já, a tecnologia da Emrod não é o “sistema sem fios mundial” da Tesla, mas pode tornar a energia sem fio de longa distância uma realidade comercial num futuro não muito distante.

Tags: Powerco, Tesla, Nikola, energia sem fios, Guglielmo Marconi, Nova Zelândia