A simples tarefa de inovar

Todas as vezes que você olhar para algo super novo e revolucionário, desconfie da tese sedutora de que aquela solução partiu de alguém genial, com uma mente super criativa, que em dado momento sentou numa cadeira, olhou para o alto e disse: - hoje irei criar algo novo e revolucionário!

Pode acontecer? Até pode. Mas, normalmente não é assim.

As grandes ideias partem sempre de um princípio simples: resolver um problema.

Quando algo não funciona ou pode melhorar, a melhor maneira de resolver a situação é fazer algo diferente do que sempre foi feito. Isso é inovar!

Portanto, o poder da inovação não é uma dádiva atribuída divinamente para alguns escolhidos. Todos nós temos esse poder e, se você parar para pensar 5 minutos, certamente vai perceber que esse dom também corre nas suas veias. Vai ver claramente que você mesmo já precisou criar algo ou seguir algum caminho diferente em algum momento da sua vida, e fez isso de forma tão simples que talvez nem tenha prestado atenção na hora.

Pois, inovar não é nada além disso. Existem muitas teorias brilhantes que vendem muitos livros. Mas, todas elas, das mais complexas as mais óbvias, vão precisar de uma demanda para ser resolvida de forma diferente das que foram tentadas anteriormente.

Quem já estudo Design Thinking consegue ter ideia do que estou falando, mesmo que exista algum floreio na hora mostrar essa realidade tão libertadora, ela sempre está lá de forma clara. A solução está no problema!

Quando entendemos o problema de maneira profunda e estudamos as formas que foram utilizadas na tentativa de resolver, temos um caminho aberto e infinito para buscar soluções diferentes e inovadoras.

Afinal, você já deve ter ouvido alguém dizer algo do tipo: Faça a sempre a mesma coisa e você terá sempre os mesmos resultados.

Quando pensei na Fleekus, não tinha ideia de criar algo revolucionário. O objetivo era apenas resolver um problema. Há 5 anos atrás eu identifiquei e comecei a me aprofundar num tema que hoje se tornou uma grande questão, mas que naquela época pouca gente dava importância. As pessoas estavam consumindo informação nas redes sociais e as plataformas que existiam não eram o melhor ambiente para isso.

Como o problema foi gerado por uma demanda que não havia sido prevista e essa demanda não parava de crescer eu encontrei ali uma oportunidade de ajudar as pessoas e ainda gerar um novo negócio. Então pensei em criar um ambiente específico para aquele comportamento.

Acredite, há 5 anos atrás já dava para perceber o que aconteceria hoje: fake news, censura, confusão, bolhas, etc. Bastava um pouco de dedicação para entender o problema que as maneiras de solucionar aquele cenário iriam surgir.

Então pensei em numa rede colaborativa de informação. Uma rede social de notícias com mecanismos que ajudassem a identificar fake news, que fosse um ambiente democrático, sem bolhas, sem censura e que pudesse amplificar a voz das pessoas. Uma solução nova e simples para um problema complexo.

Como eu sempre gostei de tecnologia resolvi desenhar um projeto para atender a essa demanda e é aí que a confusão começa.

O princípio de inovar é fácil. A solução estava lá. Mas tirar do papel requer muito esforço e dedicação. Talvez, por isso, muita gente considere a tarefa de inovar difícil. Eu digo que não é. Difícil é você colocar a inovação em prática.

As pessoas tendem a ter muita resistência a tudo que é diferente daquilo que estão acostumadas. Quem ja tentou implementar um novo sistema em uma empresa, uma nova metodologia de trabalho ou um novo recurso para ser utilizado, sabe o quanto é complicado lidar com o pessimismo das pessoas em relação ao novo.

Isso se aplica a parceiros, chefes, investidores e a toda cadeia necessária para que algo novo seja colocado em prática.

Esse é o ponto!

É aí que muita gente para, desiste, se desmotiva ou simplesmente voltar a fazer o que sempre fez antes pra não se desgastar.

É nesse momento que a gente percebe que a busca pela inovação é mais um estilo de vida do que um objetivo. Quando você der de cara com esses problemas, inove! O que você precisa fazer que ainda não foi feito para solucionar essas questões?

Esse ciclo precisa ser tão infinito quanto as possibilidades que você tem pela frente toda vez que for buscar uma maneira diferente de solucionar um problema.

Mesmo que muita coisa já tenha sido pensada e feita, existe todo o resto. Que resto? Tudo aquilo que ainda não foi tentado e isso não tem limites.

Mas, peraí! Que resposta simples foi essa que precisa de um texto gigante para explicar?

Se você chegou até aqui, já está fazendo algo diferente da maioria. E para você, essa resposta talvez faça ainda mais sentido.

Inovação é iniciativa. Tem ação no nome. O simples fato de você pensar no problema e não apenas lidar com ele, já move você na direção da inovação.

Muitas pessoas só executam tarefas sem ao menos pensar no que estão fazendo e no porquê estão fazendo.

Para essas pessoas, o simples é fazer o mesmo de sempre e talvez por isso inovar provoque essa sensação de algo complexo.

A realidade é que inovar é o bombril que os mais velhos colocavam nas antenas para melhorar o sinal da TV, o pedaço de papelão que você põe no pé da mesa para evitar que ao balançar ela derrame o seu chopp, o barbante esticado para pendurar a roupa molhada, a aba no copo para não queimar a mão com o café, o alfinete para tirar o chip do celular, o arame para evitar vazamento na mangueira e tudo mais que depender da nossa iniciativa para solucionar um problema.

Todas esses implementos citados acima foram inovações. Hoje nós replicamos muitas delas e outras vezes criamos as nossas.

Portanto qualquer pessoa com iniciativa tem capacidade de inovar.

Basta você olhar para um problema e buscar uma solução diferente daquelas que não deram resultado. Simples desse jeito.

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