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Antimatéria: cientistas descobrem peça-chave para entender como Universo surgiu - BBC News Brasil
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Antimatéria: cientistas descobrem peça-chave para entender como Universo surgiu - BBC News Brasil

Cientistas baseados no Cern, na Suíça, conseguiram fazer experimentos com a antimatéria, difícil de encontrar e controlar.

Ciência & Tecnologia

Cientistas fizeram uma descoberta importante sobre a antimatéria, uma substância misteriosa que existia em abundância quando o Universo começou.

A antimatéria é o oposto da matéria — da qual são feitos as estrelas e os planetas.

Ambas foram criadas em quantidades iguais no Big Bang que formou o nosso Universo. Embora a matéria esteja em toda parte, seu oposto é terrivelmente difícil de encontrar.

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Um estudo publicado na revista científica Nature revela que ambas, matéria e antimatéria, respondem à gravidade da mesma maneira.

Há anos, os físicos têm lutado para descobrir suas diferenças e semelhanças, de forma a explicar como o Universo surgiu.

Descobrir que a antimatéria subiria por conta da gravidade, ao invés de cair, teria destruído o que sabemos sobre a física.

Mas cientistas confirmaram, pela primeira vez, que os átomos de antimatéria caem. Isto abre as portas para novas perguntas e experimentos. Ela cai na mesma velocidade, por exemplo?

Durante o Big Bang, matéria e antimatéria deveriam ter se combinado e se anulado, deixando apenas luz. Por que não o fizeram é um dos grandes mistérios da física, e descobrir as diferenças entre as duas é uma chave para resolvê-lo.

De alguma forma, a matéria superou a antimatéria naqueles primeiros momentos da criação. A forma como ela responde à gravidade pode ser a resposta para a incógnita, de acordo com Danielle Hodgkinson, membro da equipe do Cern (ou Organização Europeia para Pesquisa Nuclear), na Suíça, o maior laboratório de física de partículas do mundo.

"Não compreendemos como nosso Universo se tornou dominado pela matéria, então isso é que motiva nossos experimentos", disse à BBC.

A maior parte da antimatéria existe de forma fugaz no Universo, por frações de segundos. Portanto, para realizar experimentos, a equipe do Cern precisou torná-la estável e duradoura.

O professor Jeffrey Hangst passou 30 anos construindo uma instalação para produzir meticulosamente milhares de átomos de antimatéria a partir de partículas subatômicas, prendê-los e depois fazê-los cair.

“A antimatéria é a coisa mais legal e misteriosa que você pode imaginar”, afirmou o cientista, animado.

“Até onde entendemos, você poderia construir um universo como o nosso, com você e eu, feito apenas de antimatéria.”

"É simplesmente inspirador lidar com isso; é uma das questões abertas mais fundamentais sobre o que é esse material e como ele se comporta."

O que é a antimatéria?

Vamos começar explicando o que é a matéria: tudo em nosso mundo é feito dela, de minúsculas partículas chamadas átomos.

O átomo mais simples é o hidrogênio. É disso que o Sol é feito principalmente. Um átomo de hidrogênio é composto de um próton carregado positivamente no meio e um elétron carregado negativamente que o orbita.

Com a antimatéria, as cargas elétricas são inversas.

Tomemos como exemplo o anti-hidrogênio, que é a versão antimatéria do hidrogênio, usado nos experimentos do Cern. Ele tem um próton carregado negativamente (antipróton) no meio e uma versão positiva do elétron (pósitron) que o orbita.

Veja aqui:

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2l3d08qpjjo