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Conhecimento

Como funcionam os kibutz em Israel

Entre as montanhas de Israel, e a fronteira com a Jordânia, no deserto de Negev, numa paisagem muito semelhante ao semiárido nordestino, estão duas comunidades autossuficientes onde vivem pessoas em um sistema diferente do tradicional capitalismo dos ocidentais. São os chamados kibutz – Lotan e Ketura – , fundados na década de 1980, inicialmente voltados apenas à atividade agrícola. Agora, no século XXI, as comunidades agregaram a pesquisa e a tecnologia para a convivência no território inóspito e escasso em recursos hídricos, mas mantiveram os valores judaicos pluralistas, igualitários e criativos. É lá onde estão 30 professores da Rede Estadual de Ensino Básico para uma imersão promovida pelo Programa Estadual Gira Mundo.

Os professores paraibanos de diversas cidades foram lá. Parte do grupo foi para Lotan e parte para Ketura, no Vale de Arava. Vlaminck Paiva, Engenheiro Agrônomo, da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), ficou com os professores em Lotan, onde moram cerca de 200 pessoas. “O kibutz é um membro do Movimento de Israel para a Reforma e o Judaísmo Progressista e a Rede Global de Ecovilas”, explica Vlaminck, acrescentando um pouco de história do povo judeu: “ O nome deste kibutz deriva de ‘um dos filhos de Seir, o horeu’, como narra o livro de Gênesis, capítulo 36, versículo 20. Lotan foi um descendente de Esaú , que morava em Edom, nas proximidades deste kibutz”.

Em Lotan se cultiva tamareiras, cria-se de vacas leiteiras e cabras para produção de queijo; há o ecoturismo, incluindo observação de pássaros; tratamentos de saúde holística - em particular o watsu (o shiatsu de água) e cursos. Mas cada atividade é potencializada pela tecnologia aplicada depois de vários anos de pesquisas e experimentos.

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Especialistas transmitem aos paraibanos experiências com uso de energias renováveis e tecnologias alternativas. Como na Paraíba, a água no Vale Arava é salobra e é preciso dessalinizar. É extraída de um grande aquífero no subsolo. No kibutz é aplicada a permacultura – agricultura voltada para a sustentabilidade – e a agroecologia.

O conhecimento é aprofundado no Centro de Ecologia Criativa do kibutz, uma instituição de educação, pesquisa e conservação ambiental. O Centro oferece programas acadêmicos em conjunto com a Universidade de Massachusetts Amherst e cursos com certificação.

Vlaminck se anima e garante: “Em breve, estaremos implantando essas soluções adaptadas às nossas características, através de um programa que estamos planejando, o Plantando Ideias, junto com a Empaer”.

Construções de argila têm energia sola*

“Nossas atividades começam às 7 horas da manhã e seguem até a noite. Já visitamos as instalações em um parque interativo para agricultura orgânica e urbana; fomos ao EcoCampus, é como se fosse um bairro, mas as construções são naturais, levantadas com fardos de palha, rebocadas com terra argilosa. A simplicidade da construção contrasta com a e eficiência energética, usando energia solar. Achei engraçado, pois se parece muito com as casas onde moravam os rebeldes do primeiro filme de Guerra nas Estrelas! Arredondados como uma oca, ou um iglu; mas com muita tecnologia para luz, água; a forma de construir… É o exemplo perfeito de sustentabilidade,” - conta Vlaminck Paiva.

Inteligência artificial para seleção dos frutos

O outro grupo alojado no Kibutz Ketura também vivencia uma experiência singular que vai muito além da técnica. É o convívio igualitário, com a distribuição dos recursos de forma a suprir as necessidades de cada família.

Quem se anima a documentar tudo o que está vendo no Ketura através de vídeos curtos é o professor de Filosofia Euclides S. Pereira Neto, da Escola Estadual Antônio Galdino Filho, de Pocinhos, no Sertão paraibano. “O pessoal pega no meu pé por causa dos vídeos! Mas eu me sinto na obrigação de registrar o que eu puder, pra transmitir pra outras pessoas essas experiências”, justifica.

Graças aos vídeos, pode-se ver que o grupo vai à campo, nas plantações de tamareiras, com pés que chegam a 20 metros de altura. “O cultivo de tâmaras gera uma lucratividade de R$ 2 a 3 milhões por ano ao kibutz. Cada pé adulto produz cerca de 150 quilos de tâmara por ano, mas consome mil litros de água. Eu fiz os cálculos: para produzir um quilo de tâmara, são necessários 2.500 litros de água”, informa o professor Euclides.

Desde a colheita, o processamento e o controle da distribuição é mecanizado. Na usina de beneficiamento, as tâmaras são selecionadas através de inteligência artificial: os frutos passam por uma esteira onde a qualidade é detectada pela cor e pelo tamanho; o algoritmo faz a conta e define o destino da tâmara, se é para consumo final, exportação, ou para produção de produtos à base de tâmara.

No Ketura vivem cerca de 400 pessoas – 163 são membros com poder de votos nas deliberações feitas através de comitês. O comitê central direciona os investimentos do kibutz. Cada pessoa recebe uma bolsa cujo valor depende da quantidade de filhos e da necessidade da família. Só judeus podem ser membros. O lucro é dividido buscando o aspecto da isonomia; todos recebem, independente da atividade que exerçam.

Pessoas do mundo inteiro visitam e fazem cursos no Instituto Arava de Estudos Ambientais, um instituto de estudos e pesquisas acadêmicas localizado no Ketura, e os paraibanos encontram muitos brasileiros de outros estados fazendo cursos por lá.

A Produção de energia solar fotovoltaica é feita em parceria com a iniciativa privada. Os produtos são comercializados e geram uma renda em torno de dois mil dólares por ano. Os visitantes ficam em alojamentos, bem como os moradores e os voluntários. Esses últimos se dispõem a trabalhar na colheita de tâmaras e na produção de alimentos sazonais. Ganham ajuda de custo de R$ 600 por mês, mas todas as necessidades de moradia, alimentação, lazer é dada pelo kibutz.

Professor reflete sobre a experiência

“Tivemos palestras com os melhores especialistas do mundo em energias solar, recursos renováveis, e não percebemos na fala deles uma necessidade de autopromoção. A nossa inquietação é a conscientização sobre a pesquisa e a persistência nos resultados futuros. Uma pesquisa não se faz em quatro meses. Aqui, o retorno é pensado para as gerações futuras.

Eles estão certos de que já temos as tecnologias, temos acesso ao conhecimento; falta colocar em prática. O problema é que no Brasil os projetos são individuais; a pessoa sai do projeto e o projeto acaba. Em Israel os projetos são institucionais.

O que eles querem nos passar são experiência de perspectiva de mundo e abertura para o trabalho. Expansão da consciência, pois temos tudo no Brasil. Mas não devemos ter heróis individuais de cada projeto, e sim o trabalho em equipe”, reflete o professor Euclides Neto.

Educação está no centro do processo de desenvolvimento

Aléssio Trindade, Secretário Estadual da Educação e da Ciência e Tecnologia, ressalta: “O Governo da Paraíba coloca a educação no centro do processo de desenvolvimento com a certeza de que, através dela, irá ocorrer o crescimento das pessoas. Além disso, a educação técnica promove a ampliação do conhecimento e das potencialidades de cada região, dos arranjos produtivos, ou seja, do plano de desenvolvimento do estado da Paraíba. A educação é uma das alavancas principais para, juntamente com a inovação, fazer a Paraíba crescer por meio dos paraibanos.”

O Programa Gira Mundo nasceu em 2016 e é realizado pela Secretaria de Estado da Educação (SEE), em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq). Já levou 350 professores e estudantes para países como a Finlândia, Canadá, Israel, Espanha, Portugal e Argentina. Empregou um investimento de mais de R$ 11 milhões. Mas não para por aí. Promove a continuidade das experiências na Paraíba com a implantação dos projetos dos professores selecionados e do compartilhamento do aprendizado entre os estudantes.

Combinando socialismo e sionismo no sionismo trabalhista, o kibutz é uma experiência israelense única e parte de um dos maiores movimentos comunitários seculares da história. Os kibutzim foram estabelecidos em uma época em que a agricultura individual não era viável. Inspirados pela necessidade de vida em comunidade e ideologia socialista, os membros do kibutz desenvolveram um modo de vida comunal que despertou interesse em todo o mundo. Embora os kibutzim tenham sido comunidades utópicas por gerações, hoje eles são um pouco diferentes dos negócios capitalistas que deveriam substituir. Hoje, em alguns kibutzim, há uma comunidade e trabalhadores contratados adicionais que vivem fora dos limites da comunidade e são pagos, como em qualquer empreendimento capitalista.

Os kibutzim fornecem a Israel uma parte extremamente importante de sua liderança intelectual, política e militar. Embora o movimento do kibutz nunca tenha constituído mais de 7% da população de Israel, pode, como um punhado de instituições israelenses, ter contribuído para moldar a identidade cultural do país.

Historicamente, com a colonização do Estado de Israel estabelecido pelas Nações Unidas em 1948, os kibutzim também desempenharam um importante papel militar estratégico no primeiro conflito árabe-israelense, servindo como bases verdadeiramente avançadas para militares treinados. do exército até a intervenção de Tzahal (Exército israelense).

Origem e história

Na virada dos séculos 19 e 20, as condições de vida no Império Russo eram desfavoráveis ​​para todos os súditos, mas piores para os judeus. Fazer com que um terço da população judaica emigrasse, outro terço batizasse e o terço restante morresse de fome eram os objetivos oficiais do Império [carece de fontes]. Com exceção de alguns judeus ricos, os judeus foram forçados a viver em áreas de fronteira chamadas cherta osedlosti (ou assentamentos); mesmo assim, eles não podiam viver em grandes cidades como Kyiv, ou mesmo naquelas com população inferior a 500. a Vila. Para aqueles que se aventuraram na capital, Moscou, a polícia local estabeleceu uma recompensa de igual valor pela captura de um judeu e pela captura de dois ladrões. (Dublado, Volume III)

Um número desproporcional de judeus foi convocado para o exército czarista. Enquanto em outros países todos os soldados são considerados honrados, esses soldados judeus foram vítimas de profunda discriminação. Por exemplo, esses soldados tiveram que retornar aos assentamentos quando foram dispensados, embora o serviço militar os tenha levado de cherta osedlosti ou mesmo do Extremo Oriente russo. Além disso, durante a Guerra Russo-Japonesa, vários juízes ucranianos aproveitaram a ausência de soldados judeus para se livrar de suas famílias sob uma lei que permitia que famílias judias sem líderes homens fossem deportadas para garantir seus meios de subsistência. Esta última agressão é realmente tão extrema que o governo russo se opõe a ela. Mas os termos da condenação do general Vyacheslav Pulev a seus subordinados eram claramente discriminatórios: “As famílias dos judeus recrutados devem ser deixadas onde estão ‘até o fim da guerra’ (ibid.)”.

Após a posse do czar Alexandre III, a ameaça aos judeus cresceu. Seu governo não apenas permitiu, mas até encorajou fazendeiros insatisfeitos a atacar seus vizinhos judeus. A chamada “Lei de Maio”, promulgada pelo imperador em maio de 1882, proibia os judeus de morar em cidades com população inferior a 10.000 pessoas – expulsando famílias que moravam no mesmo local há gerações – e fixava cotas para evitar judeus de entrar. Um grande número de judeus entrou em universidades e campos profissionais. Assim, a repressão russa aos judeus no início do século 19 foi particularmente intensa.

As respostas judaicas a essas dificuldades foram variadas. Alguns optaram por se dedicar à luta socialista em casa; outros decidiram emigrar para o Ocidente. Alguns judeus, embora permanecendo ortodoxos, ignoraram as questões ao seu redor, enquanto outros tentaram se integrar à sociedade russa. Houve outros judeus – os mais interessados ​​em nosso assunto – que se tornaram proponentes do sionismo, cuja ideia central era a criação de um estado judeu na terra onde nasceu o judaísmo: a Palestina (ou Erez Israel).

Antes disso, os judeus que imigraram para a Palestina morreram lá na velhice ou foram para o judaísmo muito jovens em torno de Jerusalém e Herron. Em ambos os casos, os motivos da imigração eram religiosos, não sociais ou políticos, e essas pessoas não conseguiam se sustentar com seu trabalho e viviam de doações judaicas em outros lugares.

O movimento sionista – apesar de suas profundas raízes na história judaica – não se tornou uma força significativa até a década de 1880. Entre eles, 15.000 famílias, principalmente do sul da Rússia, se mudaram para a Palestina com a intenção de ir para lá. Viva – não apenas morra – e trabalhe no campo em vez de estudar. Este primeiro grupo de judeus dispostos a viver uma vida normal na Palestina foi chamado de “Primeira Alia”, e seus membros foram chamados de “Bilum”.

Neste ponto, é importante notar que trabalhar na terra é uma parte importante do sionismo. A ideia de que este é um movimento nacionalista é comum. Note-se, no entanto, que a sua componente económica pregava o regresso à agricultura da terra como principal ocupação do povo judeu, substituindo assim as ocupações típicas dos judeus europeus: possuir pensões e casas de penhores, exercer “pequenos negócios”, etc.

A Primeira Alia: O Assentamento Agrícola de Billum na década de 1880 criou o Movimento Kibutz

De fato, a primeira geração de Aria acreditava que o declínio da diáspora judaica se devia à sua aversão ao trabalho manual. Eles não apenas acreditavam que a salvação física e espiritual dos judeus vinha do cultivo da terra palestina, mas também acreditavam que a terra palestina tinha o poder milagroso de transformar fracos mercadores judeus em camponeses nobres e poderosos. A manifestação dessa crença pode ser vista na edição de 1883 do London Jewish Chronicle: “O pálido e encurvado mercador judeu há alguns meses” tornou-se “um trabalhador bronzeado, calejado e viril” (Silver-Brody, 33.36).

Em um espírito semelhante à “religião do trabalho” descrita acima, a Declaração Billum orgulhosamente declara sua intenção de “incentivar e fortalecer a imigração e a colonização de Erez, Israel, estabelecendo uma colônia agrícola com base na cooperação social”. Coerente com a ideologia sionista (que não havia recebido esse nome antes), Biluim também exortou o povo judeu a um renascimento sócio-político, espiritual e nacional na Palestina.

As esperanças de sucesso na agricultura de Biluim são altas, mas sua paixão supera suas habilidades agrícolas. Em apenas um ano, os Billums se tornaram tão dependentes da filantropia quanto seus ex-alunos. Mas Biluim colocou o dinheiro que recebeu em terras e equipamentos, e doações – de judeus muito ricos como o Barão de Rotschild e leitores “regulares” do London Jewish Chronicle – permitiram que eles prosperassem. Suas cidades Rishon LeZion e Zihron Yaakov tornaram-se bairros saudáveis ​​e atraentes. Essa vitória foi acompanhada pelo fato de que, na virada do século XIX, os imigrantes já estavam contratando árabes em suas terras, em vez de trabalharem eles mesmos (como pretendiam originalmente). A revolução econômica sionista ainda está por vir.

O estabelecimento da segunda aliá e do primeiro kibutz

Bandeira mostrando a origem do fundador do kibutz Gaash (1951). Em primeiro plano está a bandeira brasileira.

No início do século 20, o Holocausto ressurgiu na Rússia. Em 1903, após um massacre em Chisinau conhecido como o Primeiro Holocausto de Chisinau, as massas camponesas foram incitadas contra os judeus. Logo após a derrota da Rússia na Guerra Russo-Japonesa e na Revolução de 1905, a revolta estourou novamente, e o novo Holocausto provocou outra onda de imigração judaica russa. Na década de 1880, a maioria dos imigrantes foi para os Estados Unidos e alguns foram para a Palestina. Esta geração incluirá o fundador do kibutz

Como a Primeira Alia antes deles, a maior parte da Segunda Alia queria cultivar na Palestina. Aqueles que mais tarde encontraram o kibutz foram primeiro a Schonlezion, uma antiga vila em Billum, em busca de trabalho. Os fundadores do primeiro kibutz sentiram-se moralmente prejudicados pelo que viram entre os colonos judeus na aldeia “com seus supervisores judeus, trabalhadores migrantes árabes e guardas beduínos”. Eles viram novas aldeias e se lembraram dos lugares que deixaram para trás na Europa Oriental. Eles sentiram que não estavam vendo o início de uma comunidade puramente judaica, mas sim que estavam vendo uma reconstrução do tecido socioeconômico judaico do assentamento, onde os judeus faziam os trabalhos limpos e outros grupos étnicos faziam os trabalhos sujos. (Gavron, 19).

Joseph Baratz, que mais tarde fundou o primeiro kibutz, escreveu sobre seu tempo trabalhando em Zihron Yaakov:

“Estamos felizes em cultivar a terra, mas temos mais certeza de que o jeito dos antigos assentamentos não é para nós. Não é o jeito que esperamos que uma nação colonial faça – esse velho jeito de judeus prevalecendo e árabes para eles. empregos; em suma, acreditamos que não deve haver empregadores e empregados. Deve haver uma maneira melhor.”

Embora Joseph Baratz e outros trabalhadores quisessem cuidar da terra eles mesmos, tornar-se um agricultor independente em 1909 não era uma opção realista. Como Arthur Ruppin, um defensor da colonização agrícola judaica da Palestina, mais tarde colocou: “O problema não é que o assentamento coletivo é melhor do que o assentamento individual; é uma forma de assentamento coletivo, ou nenhum assentamento.” (Lehman, 12). )

A Palestina otomana era um ambiente hostil, nada parecido com as planícies russas familiares aos imigrantes judeus. A Galiléia é pantanosa e rochosa, enquanto o Negev, no sul do país, é um deserto. Para tornar as coisas mais desafiadoras, a maioria dos primeiros colonos da Segunda Alia não tinha experiência anterior em agricultura. O saneamento também é precário. A malária não é apenas um risco, é na verdade uma garantia. Além da malária, há tifo e cólera.

Além de seu clima rigoroso e solo relativamente pobre, a Palestina Otomana era, de certa forma, um lugar sem lei. Os beduínos nômades costumam invadir fazendas e assentamentos. Também é comum que danifiquem os canais de irrigação e queimem as plantações. Viver em um coletivo é apenas a maneira mais lógica de estar seguro em uma terra que não precisa deles.

Além das considerações de segurança, há também considerações de viabilidade econômica. Construir uma nova fazenda na região é um grande projeto de capital, e os fundadores do primeiro kibutz coletivamente não tinham recursos para construir algo que pudesse durar, pelo menos de forma independente.

No final, a terra em que Joseph Baratz e seus companheiros se estabeleceriam foi comprada pela grande comunidade judaica. Judeus de todo o mundo depositam moedas em pequenas “caixas azuis” para comprar terras na Palestina. Como esses esforços representavam todos os judeus da comunidade judaica, não fazia sentido comprar suas terras para ganho pessoal.

Em 1909, Joseph Baraz e outros nove homens e duas mulheres se estabeleceram perto de uma aldeia árabe chamada “Umm Juni” na parte sul do Mar da Galiléia. Até então, os adolescentes trabalhavam como casuais (diariamente), drenando ou pedreiros de pântanos, ou trabalhando como faz-tudo em antigos assentamentos judaicos. O sonho deles agora é trabalhar por conta própria e cuidar da terra. Eles compraram terras de uma família persa que morava em Beirute e chamaram sua comunidade de “Degania” em homenagem ao grão que cultivavam lá, já que “Degania” significa grão. Sua comunidade crescerá como o primeiro kibutz.

Os fundadores de Degania trabalharam duro, tentando espalhar a revolução social e reconstruir o que acreditavam ser suas terras ancestrais. Um pioneiro disse mais tarde: “Exaustão física, pernas fracas, dor de cabeça, queimaduras solares, fraqueza.” Às vezes, metade dos membros do kibutz não conseguia ir trabalhar. Muitos homens e mulheres jovens deixam o kibutz para viver uma vida mais fácil em cidades judaico-palestinas ou da diáspora.

Apesar das dificuldades, os kibutzim ficaram mais fortes. Em 1914, Degania tinha cinquenta membros. Outros kibutzim foram estabelecidos ao redor do Mar da Galiléia e nas proximidades do Vale de Jezreel. O fundador de Degania logo partiu para se tornar o apóstolo agrícola e socialista do novo kibutz.

Kibutz durante o Mandato Britânico

O fim do Império Otomano após a Primeira Guerra Mundial e o início do Mandato Britânico da Palestina serviram tanto aos Yishufs quanto aos kibutzim.

As autoridades otomanas dificultaram a imigração de judeus para a Palestina, tornando problemática a compra de terras. Isso afeta muçulmanos e cristãos, bem como judeus. Os otomanos também são administradores terríveis.

Apesar da mudança no governo palestino, o kibutz e o Yishuf como um todo cresceram graças à ascensão do antissemitismo na Europa. A disseminação de ideias liberais não foi irreversível, e a posição dos judeus em muitas sociedades da Europa Central e Oriental realmente se deteriorou, em comparação com as projeções anti-sionistas dos judeus anteriores à Primeira Guerra Mundial.

Os judeus sofreram severamente na Guerra Polaco-Soviética e na Guerra Civil Russa. Embora a morte fosse uma questão trivial em comparação com o derramamento de sangue da Primeira Guerra Mundial que se seguiu, o Holocausto de 1918-1920 fez o Holocausto das décadas de 1880 e 1900 parecer insignificante.

“O primeiro Holocausto ocorreu nos antigos centros judaicos de Zhytomyr e Berdichev”, escreveu Walter Raquel em sua História do Sionismo,

“De lá, eles se espalharam para Proskurov (1.500 judeus foram mortos) e arredores. No total, cerca de 15.000 judeus foram mortos nesses ataques e muitos outros ficaram feridos. Muitas propriedades judaicas foram destruídas. Número de mortos Muito maior do que os planos anteriores à guerra. Depois de 1914, a vida humana tornou-se inútil e, enquanto a morte de dezenas de vítimas de Kirchnev provocou uma onda de protestos no mundo civilizado, entre 1919 e 1920 milhares de O assassinato de pessoas não causou nenhum burburinho”.

Enquanto os massacres após a morte de Alexandre II e o massacre de Kirchnev desencadearam eventos massivos, o mesmo aconteceu com os massacres da Guerra Civil Russa. No início da década de 1920, milhares de judeus russos imigraram para a Palestina em uma onda conhecida como “Terceira Alia”.

Depois de consolidar o poder bolchevique, os judeus na Rússia e na Ucrânia tiveram a garantia de que seus corpos estavam intactos, embora nenhum deles pudesse emigrar. Durante o resto da década de 1920, imigrantes judeus para a Palestina viriam de outras partes da Europa Central e Oriental, origem da maioria dos judeus da Quarta Alia. Na verdade, esses terceiro e quarto imigrantes Alia fizeram mais para o desenvolvimento do movimento do kibutz do que os imigrantes de grupos anteriores.

Os 3 milhões de judeus da Polônia sofreram boicotes em massa de seus negócios, como a redução deliberada do número de judeus praticando medicina e direito por instituições oficiais. Em 1930, antes da Grande Depressão, um terço da comunidade judaica na Polônia não podia pagar certos impostos à comunidade judaica. O governo polonês geralmente manteve a justiça e a ordem, mas ainda há muitos massacres.

Judeus romenos também são vítimas de forte anti-semitismo. Os judeus foram expulsos das muitas ocupações e grupos estabelecidos no país, como a Liga Nacional de Defesa Cristã e a Guarda de Ferro, cujo objetivo era deportar todos os judeus.

Em outros países, o antissemitismo institucional não foi deixado de lado como na Polônia ou na Romênia, embora o antissemitismo seja generalizado e virulento.

Baseado em parte no movimento juvenil alemão e nos escoteiros, o movimento juvenil sionista floresceu em quase todos os países europeus na década de 1920. Movimentos juvenis aparecem em todos os tons do espectro político. Existem movimentos de direita como Betar e movimentos religiosos como Bachad, mas esses movimentos juvenis sionistas são principalmente socialistas como Dror, Brit Haolim, Kadima, Habonim e Wekleute. Os movimentos juvenis de esquerda mais importantes na história do kibutz são os marxistas Hashomer Hatzair e Habonim Dror. Na década de 1920, o movimento juvenil de esquerda seria o sustento do kibutz.

Ao contrário dos que vieram como parte da Segunda Alia, esses membros do grupo de jovens receberam algum treinamento agrícola antes de partir. Ao contrário dos membros do Segundo e Terceiro Alias, também era improvável que fossem russos, pois a imigração da Rússia foi bloqueada após a Revolução Russa de 1917. Os judeus europeus que se estabeleceram no kibutz durante as Guerras Mundiais vieram de outros países da Europa Oriental, incluindo a Alemanha. Finalmente, os membros da terceira Alia estão à esquerda dos fundadores de Degania, argumentando que o voluntarismo socialista pode servir a qualquer um. Eles se veem como um movimento de vanguarda que inspirará o resto do mundo.

Degania na década de 1910 parecia limitar suas discussões a questões práticas, mas as conversas da próxima geração nas décadas de 1920 e 1930 eram discussões abertas sobre o universo. Em vez de um encontro em um restaurante, o encontro gira em torno de um incêndio. Em vez de iniciar a reunião com uma leitura de um minuto, ela começa com uma dança em grupo. Uma mulher, lembrando sua juventude em um kibutz no Mar da Galiléia, lembrou: “Ah, foi tão bonito quando todos nos juntamos à discussão, [eles estavam] procurando uns aos outros à noite – é isso que naquelas noites sagradas eu Um momento de silêncio, parecia-me que cada coração teria uma faísca, e as faíscas se combinariam em uma grande chama que perfurou o céu… No centro de nosso acampamento, a fogueira queimava e pesava muito. No momento seguinte, a terra emitiu um gemido rítmico, acompanhado por uma música emocionante.” (Gavron, 45)

Os kibutzim estabelecidos na década de 1920 tendem a ser maiores do que os kibutzim como Degania, estabelecidos antes da Primeira Guerra Mundial. A fundação de Degania tem doze membros. Fundada apenas dez anos depois, a Ein Harod tem 215 membros.

Enquanto isso, os kibutzim cresceram na década de 1920 e, em 1922, eles tinham apenas 700 pessoas em kibutzim na Palestina. Em 1927, a população do kibutz estava perto de 4.000. No final da Segunda Guerra Mundial, os kibutzim tinham uma população de 25.000, ou 5% de toda a população de Ishuf.

O desenvolvimento dos kibutzim diversificou o movimento em diferentes facções, embora as diferenças entre os kibutzim sejam sempre menores que suas semelhanças. Em 1927, vários novos kibutzim fundados por HaShomer Hatzair se uniram para formar uma associação nacional, o Kibutz Artzi. Por décadas, o Kibutz Artzi esteve à esquerda do kibutz. Em 1936, a Aliança Kibutz Alqi formou seu próprio partido, chamado União Socialista Palestina, mas é muitas vezes referido como Hashomer Hatzair. Uma vez estabelecido o Estado de Israel, fundiu-se com outro partido de esquerda para se tornar o Mapam (agora Meretz).

O Artzi Kibbutz está mais comprometido com a igualdade de gênero do que outros kibutzim. Uma mulher de um kibutz nas décadas de 1920 e 1930 chamava seu marido de ishi – “meu homem” – em vez da palavra hebraica usual ba’ali, que significa literalmente “meu senhor”.

Em 1928, o Kibutz Degania e outros pequenos kibutzim formaram um grupo chamado “Chever Hakvutzot”, a “Associação Kvutzot”. O kibutz Kvutzot manteve deliberadamente a população abaixo de 200. Eles acreditam que para que a vida em grupo funcione, os grupos devem ser pequenos e íntimos, ou a confiança entre os membros é perdida. Os kibutzim Kvutzot também abandonaram os laços com o movimento juvenil europeu.

O mainstream do movimento kibutz é referido simplesmente como “Kibbbutz United” ou “Kibbutz Hamhard”. O Kibutz Hameuhad acusou Artzi e Kvutzot de serem elitistas. Hameuhad criticou Artzi por se ver como uma elite socialista e criticaram Kvutzot por permanecer pequeno. O kibutz Hameuhad acomoda o maior número possível de membros. Assim, Givat Brenner tem mais de 1.500 membros.

Há também diferenças na religião. Kibutzim Artzi Kibutzim são ateus seculares, até mesmo convictos, orgulhosamente tentando ser “mosteiros ateus”. A maioria dos kibutzim tradicionais também despreza o judaísmo ortodoxo de seus pais, mas eles querem que sua nova comunidade ainda tenha características judaicas. Sexta-feira à noite ainda é sábado, com toalhas de mesa brancas e boa comida, e nenhum trabalho no sábado se você puder evitá-lo. Mais tarde, alguns kibutzim usaram Yom Kippur como um dia para discutir preocupações sobre o futuro do kibutz. Os kibutzim também realizavam missas mitsvot para seus filhos.

Embora os kibutzniks não rezem várias vezes ao dia, eles celebram festividades como Pentecostes, Sucot e Páscoa com danças, festas e festividades. O feriado judaico Tu B’shvat é o “aniversário da árvore”, que o kibutz reviveu em grande parte. De todos esses festivais, aqueles com certos elementos naturais, como Pessach e Sucot, são os mais importantes para os kibutzim.

Mais tarde em sua história, o movimento do kibutz desenvolveu uma seita religiosa extrema, um grupo agora conhecido como kibutz dati. O primeiro kibutz religioso foi Ein Tzurim, fundado em 1946. Ein Tzurim foi localizado primeiro perto de Safed, depois perto de Hebron, agora chamada Cisjordânia, e finalmente no Neguev. Os kibutzim religiosos eram e são coletivistas como os kibutzim seculares. Alguns kibutzim religiosos agora se identificam com o “hassidismo hippie” de rabinos como Shlomo Carlebach.

Kibutz no Edifício do Estado de Israel

Durante o Império Otomano, os kibutzim estavam principalmente preocupados com a violência criminosa, não com a violência política. Dado o pequeno número de judeus no país na época, a hostilidade árabe era residual, algo que mudou após a Declaração Balfour. Isso levou a uma nova onda de judeus migrando para a Palestina, o que desequilibrou a população na região, levando a sangrentos protestos antissemitas em Jerusalém em 1921 e Hebron em 1929. No final da década de 1930, a violência árabe-judaica tornou-se permanente, levando a um período conhecido na historiografia palestina como a “Era da Grande Intifada”.

Durante a Grande Revolta, os kibutzim começaram a assumir um papel militar mais voltado para o futuro do que antes. Compre ou construa armas, e mais membros do kibutz realizam exercícios e exercícios militares além do tiro. O soldado e político israelense Yigal Allon explica o papel dos kibutzim nas atividades militares yishuv.

“O planejamento de desenvolvimento dos assentamentos pioneiros sionistas foi pelo menos parcialmente determinado desde o início por necessidades políticas estratégicas. Por exemplo, a escolha dos assentamentos é influenciada não apenas por considerações de viabilidade econômica, mas principalmente pelas necessidades de defesa local, estratégia de assentamento global e o papel que esses grupos de assentamentos podem desempenhar em algum futuro (talvez decisivo). Qualquer confronto. Desta forma, a terra é comprada ou muitas vezes melhorada em áreas remotas do país.”

O kibutz também ajudou a definir as fronteiras do futuro Estado de Israel. No final da década de 1930, quando a Palestina estava prestes a ser dividida entre árabes e judeus, os kibutzim foram estabelecidos em áreas remotas para aumentar as chances de a terra ser incorporada a Israel em vez do Estado palestino. Muitos destes são feitos durante a noite. Em 1946, um dia depois do Yom Kippur, 12 novos kibutzim precários foram construídos às pressas no deserto do norte do Negev para ocupar a área seca, mas estratégica para Israel.

Nem todos os residentes do kibutz estão tentando expandir o território do futuro estado judeu. A facção esquerdista e marxista do movimento do kibutz, o kibutz Alts kibutz, é a última grande força entre as senhoras de Ishu a apoiar o estado binacional e se opor à secessão. No entanto, os kibutzim ainda queriam a imigração judaica livre, à qual os árabes se opunham.

Os membros do kibutz – kibutzniks – são creditados por terem lutado bravamente na Guerra Árabe-Israelense de 1948, emergindo do conflito e desfrutando de maior prestígio no nascente estado de Israel. Membros do Kibutz Degania foram fundamentais para impedir que tanques sírios entrassem na Galiléia com coquetéis molotov caseiros. Outro kibutz, Maagan Michael, produziu balas para a metralhadora Stern, vencedora da guerra. Mais tarde, a fábrica secreta de munições de Maagan Michael foi separada do kibutz e evoluiu para TAAS (Indústria Militar Israelense).

Kibutzim em Israel independente

O estabelecimento de Israel e o influxo de refugiados judeus da Europa e do mundo muçulmano apresentaram aos kibutzim desafios e oportunidades. A onda de imigração deu aos kibutzim uma oportunidade de expansão através de novos membros e mão de obra barata, mas também significou que os kibutzim Ashkenazi tiveram que se adaptar aos judeus cujas raízes eram muito diferentes das suas.

A ideologia do movimento kibutz

Os membros da primeira Alia eram devotos, mas os membros da segunda Alia, da qual os fundadores de Degania eram uma pequena parte, não eram. Embora tenham se estabelecido em terras bíblicas, esses jovens eram tipos de sinagogas. Na opinião deles, o judaísmo ortodoxo é um obstáculo para o povo judeu. O espiritualismo dos pioneiros do movimento do kibutz incluía uma mística do trabalho judaico, expressa por sionistas como Burr Katznelsen, que dizia: “Aonde quer que os trabalhadores judeus vão, a presença divina está com ele.” (Segev, 55)

Além da salvação da nação judaica através do trabalho, na ideologia do kibutz há também um elemento de salvação de Eretz Yisrael da Palestina. Na literatura anti-sionista que circula na Europa Oriental, a Palestina é ridicularizada como “terra dos gepeigerte” – “o estado de morte”. Os membros do Kibutz estão felizes em trazer a terra de volta à vida plantando árvores, drenando pântanos e inúmeras outras atividades que tornam a terra mais fértil. Ao solicitar doações, os kibutzim e outros assentamentos sionistas se autodenominavam como “fazendo o deserto florescer”.

A maioria dos kibutzim são construídos em terras livres, mas muitos são construídos em terras que foram cultivadas há muito tempo. A terra em que Degania foi construída foi anteriormente ocupada por agricultores árabes, que foram expulsos quando a terra foi comprada de proprietários ausentes pela agência de assentamentos sionistas. Nem todos os kibutzim estão estabelecidos no deserto: muitos estão na Galiléia, onde há muitos riachos e nascentes e uma precipitação anual de até 40 polegadas.

Como outros participantes do movimento sionista, membros do kibutz ou kibutznik não previram que não haveria conflito entre judeus e árabes sobre a questão da Palestina. A maioria dos sionistas prevê que os árabes apreciarão os benefícios econômicos que os judeus trazem. A ala esquerda do movimento do kibutz acreditava que os inimigos dos camponeses árabes eram os proprietários de terras árabes (chamados efendis), não os camponeses judeus. No final da década de 1930, a realidade destruiu essas noções de solidariedade de classe – os kibutzniks começaram a desempenhar um papel militar na crescente yishuv (comunidade judaica na Palestina).

Espera-se que os primeiros kibutzniks superem em número os agricultores palestinos comuns. Eles ainda esperavam mais do que uma pátria judaica: eles queriam criar uma nova sociedade onde ninguém seria explorado e todos seriam iguais. O kibutznik original queria deixar de trabalhar para os outros e explorar o trabalho assalariado. Daí a idéia de que os judeus se uniriam para administrar seus bens comuns, “de cada um segundo sua capacidade e segundo suas necessidades”.

Os membros do kibutz não são marxistas ortodoxos. Os marxistas não acreditam em nações e, como os sionistas, os kibutzniks claramente acreditam. Os marxistas tradicionais eram hostis ao sionismo, até mesmo às suas manifestações comunistas. Muitos comunistas linha-dura remanescentes do kibutz rejeitaram o comunismo após a conspiração do médico e a denúncia de Nikita Khrushchev das atrocidades de Stalin em seu discurso secreto em 1956. Até hoje, no entanto, muitos kibutzim continuam sendo focos de resistência da esquerda judaica em Israel.

Embora os próprios kibutzniks tenham praticado o comunismo, eles não acreditam que funcionará para todos. Os partidos do kibutz nunca defenderam a abolição da propriedade privada. Os kibutzniks consideram os kibutzim como um empreendimento coletivo sob o sistema capitalista. Além disso, os kibutzim são democráticos, os cargos dos kibutz são eleitos regularmente, a governança democrática é praticada e eles participam ativamente das eleições nacionais. Os Kibzniks geralmente acreditavam no processo político democrático e nunca defendiam a “ditadura do proletariado”.

Deve-se notar que os kibutzim não são as únicas empresas públicas em Israel. O pré-estado de Israel também viu o desenvolvimento de aldeias comunais chamadas moshavim (singular: moshav). Em Moshav, a comercialização e as compras agrícolas a granel são realizadas coletivamente, mas a vida pessoal é totalmente privada. Embora não seja tão famoso quanto os kibutzim, Moshawim sempre foi cada vez mais popular que o kibutz.

A vida kibutzkin

O princípio da igualdade não foi levado a sério até o final da década de 1970.

Todos no kibutznik não têm animais, ferramentas ou mesmo roupas. Doações e rendimentos recebidos do exterior são entregues ao tesouro comunitário. Se um membro do kibutz receber um presente durante qualquer viagem ao exterior, como uma visita ao dentista de um membro da família ou despesas de viagem pagas por um parente, a propriedade ou aceitação do presente será discutida em uma reunião noturna.- Lá.

As crianças que vinham para o kibutz recém-criado trouxeram alguns problemas. Se tudo for dividido igualmente pelos kibutzniks, quem será o responsável pelas crianças? A resposta para essa pergunta é colocar a culpa em todos pela criança, para que uma mãe amamente uma criança que não é dela. No geral, é uma experiência inesquecível para as crianças virem a um kibutz.

“Ficamos ansiosos quando vimos nossos primeiros filhos batendo uns nos outros no quintal ou pegando brinquedos para si mesmos. Isso significa que mesmo crescendo na vida pública não pode evitar essas tendências egoístas? Nossa inicial A utopia das ideias sociais é gradualmente destruída .”

Além disso, a taxa de natalidade dos kibutzim tem sido muito baixa.

Na década de 1920, os kibutzim começaram a criar crianças longe de seus pais em comunidades especiais chamadas “Clubes de Crianças” (Mossad Hinuchi). A teoria é que enfermeiros e professores treinados são melhores cuidadores do que pais amadores. Sob a Associação das Crianças, a relação entre filhos e parentes será melhor, porque os pais não precisam ser disciplinados e não haverá complexo de Édipo. Além disso, a esperança é manter a criança afastada do pai e libertar a mãe da “tragédia biológica”. As mulheres não precisam mais passar horas por dia criando os filhos, mas são livres para trabalhar ou desfrutar do lazer.

Há muito a ser dito sobre o papel das mulheres nos kibutzim. No início, sempre havia mais homens do que mulheres nos kibutzim, então os kibutzim eram naturalmente um lugar que tendia a ser dominado por homens. Memórias do início da vida do kibutz muitas vezes mostram mulheres do kibutz ansiosas para desempenhar os mesmos papéis que os homens do kibutz, desde cavar pedras até plantar árvores. Em Degania, pelo menos, os homens parecem querer que as mulheres continuem com papéis tradicionalmente femininos, como cozinhar, costurar e limpar.

Com o tempo, os homens do kibutz cederam, permitindo e até desejando que as mulheres desempenhassem os mesmos papéis que os homens, inclusive a segurança. O desejo de libertar as mulheres da maternidade tradicional é outro suporte ideológico do sistema associativo infantil. Curiosamente, as mulheres nascidas em kibutz são menos relutantes em desempenhar papéis femininos tradicionais. Foi a geração de mulheres nascidas que finalmente acabou com a Sociedade das Crianças. Além disso, embora haja uma “masculinidade feminina”, não há uma feminização masculina correspondente. As mulheres podem trabalhar nos campos, mas os homens não cuidam das crianças.

A vida social também tem algo em comum, não apenas a propriedade. Por exemplo, a maioria dos restaurantes de kibutz só tem bancos. Não é apenas uma questão de custo ou conveniência, mas os bancos são vistos como uma forma de expressar valor público. Em alguns kibutzim, maridos e esposas são desencorajados a sentarem-se juntos porque o casamento é uma exclusividade. No The Kibutz Community and Nation Building, Paula Rayman relata que o Kibutz Har se recusou a comprar garrafas de água para seus membros na década de 1950. Não porque as chaleiras sejam caras, mas porque os casais com suas próprias chaleiras significam que as pessoas passam mais tempo. Apartamentos em vez de cantinas comuns.

A vida pública é naturalmente difícil para as pessoas. Todo kibutz vê novos membros partirem depois de alguns anos. Como os kibutzim não têm contas bancárias pessoais, qualquer compra que não possa ser feita em uma cantina de kibutz deve ser aprovada pelo comitê, o que pode ser uma experiência humilhante. O Kibutz também tem membros que não gostam de trabalho duro ou uso indevido de propriedade pública. Sempre há ressentimento em relação a esses “parasitas”. Por fim, os kibutzim, como comunidades pequenas e isoladas, costumam ser lugares de fofoca.

Enquanto as principais decisões sobre o futuro dos kibutzim são tomadas por consenso ou votação, as decisões do dia-a-dia sobre onde as pessoas trabalham são feitas por líderes eleitos. Normalmente, os kibutzniks aprendem sobre suas obrigações lendo a folha de obrigações.

As memórias do kibutzim da era da vanguarda referem-se às reuniões do kibutz como discussões filosóficas intensas ou de pensamento livre. Observadores do kibutzim nas décadas de 1950 e 1960 relataram que as reuniões do kibutz eram oficiais e raramente participavam.

Os kibutzim tentam fazer com que as pessoas se revezem em trabalhos diferentes. Pode-se cultivar uma semana, criar gado na próxima, trabalhar em uma fábrica de kibutz na próxima e trabalhar em uma lavanderia na próxima. Até os diretores têm que prestar serviço humilde. A rotação é boa no sentido de que todos compartilham vários empregos, mas ruim no sentido de que impede as pessoas de se especializarem.

Os clubes infantis são uma das características mais interessantes da vida do kibutz para os forasteiros. Nos bons momentos do Clube Infantil, os pais passam duas horas por dia com os filhos, geralmente à tarde. No Kibutz Artzi, os pais são expressamente proibidos de deixar seus filhos dormirem à noite. Quando as crianças crescem, os pais às vezes não veem seus filhos por alguns dias, exceto por encontros casuais na área do kibutz.

Algumas crianças que frequentaram clubes infantis disseram que gostaram da experiência, outras ficaram em conflito, mas um grupo de vozes disse que crescer sem os pais foi muito difícil. Anos depois, um membro do kibutz descreveu sua infância na Associação Infantil:

“Amamentar a cada quatro horas nos faz chorar e desenvolver nossos pulmões, crescemos sem as redes de segurança básicas que precisamos para sobreviver. Com outras crianças sentadas no penico regularmente, somos criados para ser as mesmas Pessoas; À noite, os adultos saem e apagam todas as luzes. Você sabe que vai molhar a cama porque ir à pia é horrível.”

A repugnância sexual não faz parte da ideologia do kibutz: de fato, embora muitos turistas do kibutz fiquem impressionados com os conservadores de muitas comunidades do kibutz, nas sociedades infantis, meninos da juventude e A menina não foi colocada em quarentena à noite. Em Child of Dreams, Bruno Bettelheim cita um amigo do kibutz: “Enquanto as garotas americanas usam maquiagem e tentam se exibir o máximo possível, nossas garotas se cobrem, se recusam a usar roupas que revelam seios. Ou de qualquer outra forma”. as taxas são extremamente baixas. (Bettelheim, 243)

Kibutzim sempre foi um lugar de grande cultura. Muitos kibutzniks foram e são escritores, atores ou artistas. Os kibutzim têm companhias de teatro, corais, orquestras e ligas esportivas. Em 1953, Givat Brenner encenou a peça Meu Glorioso Irmão, sobre a revolta dos Macabeus, construindo uma aldeia de verdade na colina, plantando árvores de verdade e apresentando-a para 40.000 pessoas. Como todos os produtos de trabalho do kibutz na época, todos os atores eram membros do kibutz e esperava-se que todos encenassem a peça como parte de seus deveres.

O aspecto psicológico

Nos dias da independência de Israel, os kibutzim atraíram o interesse de sociólogos e psicólogos que tentavam responder à pergunta: Quais são as implicações de viver longe de uma vida criada por seus pais?

Melford E. Spiro (1958) e Bruno Bettelheim (1969) foram dois pesquisadores de kibutzim que escreveram sobre a vida mental. Ambos concluíram que a educação no kibutz torna mais difícil para os indivíduos manterem fortes compromissos emocionais mais tarde, como se apaixonar ou formar amizades duradouras. Por outro lado, aparentemente acharam mais fácil ter um grande número de amigos sem muito envolvimento emocional e uma vida social mais ativa.

Bettelheim acredita que a falta de propriedade privada é o motivo da falta de afeto nos kibutzniks. Ele escreve: “Eu não conheço nada melhor do que um kibutz no que diz respeito à propriedade privada, que, no mais profundo da alma, está relacionada com emoções privadas. Se uma está ausente, a outra geralmente está ausente.” esses conceitos, ver Primitivismo e Comunismo Primitivo).

Outros pesquisadores concluíram que as crianças que crescem nessas comunidades fechadas tendem a ver outras crianças ao seu redor como meio-irmãos e estão mais dispostas a procurar seus pares fora da comunidade à medida que amadurecem. Alguns argumentam que viver com outras pessoas quase todos os dias desde o nascimento cria uma versão extrema do efeito Westmark, que subconscientemente reduz a atração sexual dos kibutzniks um pelo outro. Os jovens muitas vezes deixam o kibutz como adultos, em parte porque nenhum candidato adequado é encontrado dentro do kibutz.

Se a educação do kibutz consegue cultivar os talentos das crianças superdotadas é um objeto de discussão dentro do movimento do kibutz. Muitas crianças que cresceram nos kibutzim lembram e dizem que o sistema de comunas castrava a ambição. Outros dizem que crianças brilhantes não são encorajadas. Bruno Bettelheim prevê que a educação do kibutz afundará na mediocridade: “[as crianças do Kibutz] não se tornarão líderes ou filósofos, não conseguirão nada na ciência ou na arte”.

Bettelheim deve ter se enganado sobre a criança que encontrou no Kibutz Atid. Na década de 1990, um repórter rastreou as crianças que Bettelheim entrevistou na década de 1960, onde na verdade era o Kibutz Ramat Yohanan. Repórteres descobriram que as crianças alcançaram grande sucesso acadêmico, empresarial, musical e militar. “Bettelheim estava enganado.” (Gavron, 166).

Kibutz e Desenvolvimento Infantil

Apesar dos relatos de jornalistas ou jornalistas individuais, há uma riqueza de pesquisas empíricas sobre o desenvolvimento infantil do kibutz. Esse tipo de pesquisa tem criticado a maneira como as crianças crescem nos kibutzim.

Em um estudo de 1977, Fox comparou os efeitos da separação experimentados por crianças kibutzim quando foram removidas de suas mães com a remoção de seus metapelets (chamados metapelets por aqueles que cuidavam de crianças nos kibutzim israelenses). Ele descobriu que as crianças apresentavam transtorno dissociativo em ambos os casos, mas quando foram colocados juntos, as crianças estavam significativamente mais ligadas às suas mães do que às suas células. As crianças protestaram contra a separação subsequente de suas mães quando os Elementos foram reintroduzidos a elas. No entanto, as crianças do kibutz têm um vínculo mais forte com seus pais do que aquelas enviadas para internatos, onde as crianças passam três horas por dia com seus pais.

Em outro estudo de Scharf (2001), grupos criados em ambientes públicos de kibutzim eram menos capazes de lidar com situações de separação imaginadas do que grupos criados com membros da família. Isso tem implicações importantes para a adaptabilidade dos vínculos das crianças e a adaptabilidade de instituições como os kibutzim.

Economia Kibutz

Os primeiros kibutzim tentam alcançar a autossuficiência em todos os produtos agrícolas, de ovos a laticínios, de frutas a carne. Durante o experimento, o kibutznik descobriu que a autossuficiência era impossível.

Os kibutzniks também não são autossuficientes em termos de investimento de capital. Com relação ao estabelecimento de kibutzim, quando abertos em terras pertencentes ao Fundo do Estado Judeu; para expansão, a maioria dos kibutzim conta com instituições de caridade ou doações do Estado de Israel. A maioria dos subsídios assume a forma de empréstimos a juros baixos ou água com desconto. Em Israel, até a década de 1990, as taxas de juros eram geralmente em meados dos anos 30, e a água era cara, e esses presentes devem ter vindo em boa forma.

Mesmo antes da fundação de Israel, os kibutzim começaram a mudar da agricultura para a manufatura. Por exemplo, o Kibutz Degania construiu uma fábrica para produzir ferramentas para cortar diamantes, que agora fatura milhões de dólares por ano. O Kibutz Hatzerim tem uma fábrica de equipamentos de irrigação por gotejamento (tecnologia inventada no Kibutz). A empresa de Hatzerim, a Netafim, é uma corporação multinacional com mais de US$ 300 milhões em receita anual. Maagan Michael vai da fabricação de armas e balas à fabricação de ferramentas médicas e plásticos. Os negócios de Maagan Michael ultrapassam US$ 100 milhões em receita anual. Houve uma onda de industrialização do kibutz na década de 1960, e hoje apenas 15% dos membros do kibutz trabalham na agricultura.

Quando o kibutz foi industrializado, não havia empregos agrícolas suficientes para absorver todos no kibutz. Os kibutzim também se industrializaram sob pressão do Estado de Israel. Ao longo das décadas de 1950 e 1960, Israel teve um dos maiores déficits comerciais do mundo, e o país estava desesperado para aumentar as exportações, e os kibutzim foram solicitados a fazer sua parte.

A contratação de trabalhadores temporários tem sido um ponto de discórdia no movimento do kibutz. É permitido contratar alguém durante a época de colheita, quando há necessidade de mão de obra? A maioria dos kibutzim trabalha com requisitos práticos e inicia a prática de contratar pessoas fora do kibutz durante a alta temporada de trabalho.

A contratação de não-judeus é especialmente controversa. Os fundadores do movimento do kibutz esperavam salvar a nação judaica através do trabalho, e contratar não-judeus para fazer o trabalho pesado não combinava com essa ideia. Na década de 1910, o Kibutz Degania procurou em vão por pedreiros para construir casas. Eles só contratam árabes se não encontrarem pedreiros dispostos a resolver o problema da malária para os locais.

Hoje, os kibutzim passaram por tremendas mudanças. Apenas 38% dos funcionários do kibutz são membros do kibutz. Na década de 1970, os kibutzim frequentemente empregavam palestinos. Atualmente, os tailandeses substituíram os palestinos como trabalhadores manuais não judeus nos kibutzim. Eles são onipresentes em várias áreas de serviço e fábricas.

Assim como os kibutzim foram transformados em manufatura na década de 1960, eles estão se transformando em turismo e serviços hoje.

O Kibutz Hatzerim tem até um escritório de advocacia. Quase todo kibutz tem quartos para alugar. Alguns desses quartos são humildes e voltados para estudantes que viajam, mas o Kibutz Kiryat Anavim tem um hotel de luxo com uma bela vista. Muitos kibutzim, como Kibutz Lotan e Kfar Rupin, operam pacotes de férias para observação de pássaros. Um turista europeu pode ver mais pássaros em uma semana em Israel do que em um ano em casa, dizem eles. O movimento do kibutz moderno não é estranho ao movimento do kibutz moderno, e os kibutzniks de hoje estão engajados em ocupações condenadas pela primeira geração de kibutz.

Ao contrário das previsões da economia clássica, os kibutzim não carecem de espírito empreendedor. Muitos kibutzim estão investindo ativamente dinheiro na construção de novos negócios, incluindo investimentos no mercado de ações. Essa farra de empréstimos alcançou o movimento kibutz da década de 1980, forçando-os a recuar das ideias coletivistas. Hoje, a maioria dos kibutzim vive no ponto de equilíbrio, com cerca de uma dúzia de muito ricos e muitos apenas perdendo dinheiro.

Hoje, muitas pessoas que vivem em kibutzim têm que trabalhar fora do kibutz. Espera-se que eles devolvam uma porcentagem de sua renda ao coletivo. O kibutz da cidade Kibutz Tammuz não tem negócios; todos os seus membros trabalham em setores fora do kibutz.

Dias Atuais

O Declínio do Movimento Kibutz

Nas últimas duas décadas, os kibutzim tornaram-se gradual e constantemente menos coletivistas. Os kibutzim não adotaram o princípio de “de cada um de acordo com sua capacidade e de acordo com suas necessidades”, mas adotaram o princípio de “de cada um de acordo com suas necessidades e de acordo com suas necessidades”.

As primeiras mudanças a serem feitas são os talheres e o refeitório. Quando a eletricidade é “gratuita”, os kibutzniks não têm incentivo para economizar energia. As pessoas continuavam ligando o ar condicionado. Na década de 1980, os kibutzim começaram a medir o uso de energia. Conseguir que os kibutzniks paguem pelo uso de energia exige que eles realmente tenham fundos pessoais. Daí o retorno das contas pessoais.

As cafeterias também são uma das primeiras coisas a mudar. Quando a comida é “de graça”, as pessoas não têm incentivo para comer em quantidades moderadas. Todo restaurante de kibutz termina a noite com muita comida extra; geralmente essa comida é para animais. 75% dos restaurantes de kibutzim agora usam um sistema de pagamento conforme o uso para restaurantes à la carte.

Os kibutzniks veem seus vizinhos mais do que a maioria dos outros israelenses, mas eles começaram a levar uma vida privada. Muitas cafeterias de kibutz não oferecem mais três refeições por dia. Como outras famílias israelenses, as famílias do kibutz têm aparelhos de DVD e internet. Há muito menos atividades em grupo do que no passado. As convenções de Kibutzim agora raramente são agendadas, em vez de discussões noturnas sobre questões cósmicas.

Talvez o exemplo mais marcante de um kibutz abandonando o princípio da igualdade seja a prática do pagamento diferenciado. Os gerentes de fábrica agora receberão uma quantia pessoal mais alta do que os trabalhadores da fábrica ou da fazenda.

Na década de 1970, quase todos os kibutzim abandonaram os clubes infantis em favor do estabelecimento de famílias nucleares. Existem muitas razões. Alguns kibutzim acreditam que a vida coletiva das crianças pode levar a problemas psicológicos; outros dizem que desistir de seus próprios filhos é um sacrifício muito grande para os pais. As próprias crianças disseram que se lembram de ter medo de ficar longe de seus pais no escuro à noite.

Embora o kibutz tenha deixado a Associação de Crianças, as crianças do kibutz não cresceram como seus pares fora do kibutz. Muitos kibutzim dão a seus filhos seus próprios apartamentos quando completam 16 anos. Outros kibutzim ainda estabelecem sociedades infantis para jovens com mais de doze anos.

Desde o final da década de 1970, os kibutzim perderam seu prestígio aos olhos dos israelenses de fora. A imagem do kibutznik mudou de um pioneiro, abnegado e guardião das fronteiras nacionais para a de um consumidor alternativo, idealista e subsidiado.

Há muitas razões para a perda de prestígio. Uma razão é que a população Mizrahi e religiosa de Israel se tornou maior e mais assertiva. Por várias razões, os kibutzim nunca atraíram um grande número de judeus não-asquenazes. Na década de 1980, quando quase todas as outras instituições em Israel estavam totalmente integradas entre Ashkenazi e Mizrahim, o kibutz permaneceu redutos Ashkenazi. À medida que Israel se tornou mais religioso, os kibutzim tornaram-se quase seculares e menos respeitados. Naquela época, os kibutzim não tinham permissão para participar da absorção de judeus etíopes porque as pessoas temiam que o secularismo dos kibutzim afetasse as crenças religiosas dos imigrantes etíopes.

A industrialização do kibutz na década de 1960 elevou o padrão de vida no kibutz, mas esse padrão de vida melhorado significou o fim do auto-sacrifício que os israelenses comuns tanto admiravam. Em sua campanha para primeiro-ministro em 1977, Menachem Begin criticou os kibutzniks como “milionários com piscinas” e conquistou a primeira vitória da direita.

Finalmente, a necessidade de ajuda financeira do governo prejudicou a imagem do kibutz. Durante os anos 1970 e início dos anos 1980, Israel experimentou hiperinflação – até 400% ao ano. Durante esse período, os kibutzim tomaram empréstimos pesados ​​na expectativa de que a inflação acabaria com suas dívidas. Quando o governo israelense implementou um programa de austeridade para reduzir a inflação para 20% ao ano, os kibutzim enfrentaram bilhões em dívidas que não puderam pagar. Os resgates de governos, bancos e kibutzim lucrativos deram ao movimento do kibutz um respeito considerável.

Perspectiva

Ano População Número de Kibutzim

1910 10 1

1920 805 12

1930 3 900 29

1940 26 554 82

1950 66 708 214

1960 77 950 229

1970 85 110 229

1980 111 200 255

1990 125 100 270

2001 115 500 267

2008 120 000 273

O final dos anos 1980 e o início dos anos 1990 foram um momento ruim para o movimento do kibutz, pois a população do kibutz envelheceu e diminuiu, embora ainda houvesse áreas ativas dentro do movimento. Naquela época, vários novos kibutzim foram estabelecidos em Arawa, perto de Eilat, o ponto mais ao sul de Israel. Um kibutz Arava bem conhecido é o Kibutz Samar, embora este kibutz em particular tenha sido estabelecido em 1976.

Kibutz Samar não se considera um kibutz anarquista, mas na verdade é isso. Em vez de receberem várias tarefas, os membros trabalham onde acham que precisam, sem qualquer seleção formal. O Kibutz Samar ainda tem uma caixa aberta. O Kibutz Samar mantém a confiança entre os membros, o que é raro entre outros kibutzim.

Os kibutzniks não desejam mais transformar o resto de Israel ou o mundo em um grande projeto coletivista, mas não desistiram de mudar o mundo de maneiras mais concretas. Os kibutzniks têm desempenhado um papel importante no movimento ambiental de Israel. Alguns kibutzim tentam gerar toda a sua energia a partir de células solares. Os kibutzniks também são proeminentes entre os ativistas da paz israelenses.

No início de 2003, a população do kibutz começou a responder a um declínio de longo prazo. O crescimento populacional que começou naquele ano continua até o presente. A maioria dos kibutzim com população aumentada são kibutzim reorganizados.

Enquanto alguns kibutzim perdem dinheiro, os kibutzim são parte integrante do estabelecimento de defesa de Israel, especialmente aqueles localizados em áreas de fronteira. O governo israelense provavelmente continuará a apoiá-los para fins militares, bem como por razões políticas e históricas. Os kibutzniks justificam os subsídios apontando que todos os países desenvolvidos subsidiam sua agricultura.

Sua herança

Em sua História da Palestina sob o Mandato Britânico, A Complete Palestine, o pós-sionista Tom Segev escreve sobre o movimento do kibutz:

“Os kibutzim foram uma criação social primitiva, mas permaneceu um fenômeno marginal. No final da década de 1920, não mais de 4.000 pessoas (incluindo crianças) viviam em cerca de 30 kibutzim, que representavam apenas 2,5% da população judaica da Palestina. O mais importante O serviço que os kibutzim fornecem para a luta nacional é militar, não econômico ou social. Eles são os guardiões das terras sionistas, e seus padrões de assentamento determinam em grande parte as fronteiras do país. Os kibutzim também tiveram um efeito poderoso na auto-imagem dos sionistas .”

As opiniões de Segev podem ser cínicas, mas ele está certo de que a história de Tel Aviv, que coincidentemente foi fundada no mesmo ano de Degania, pode ser mais representativa da experiência de Ishov do que a história do kibutz.

O kibutz foi criticado por não cumprir seus princípios. A maioria dos kibutzim não era autossuficiente e tinha que empregar não membros do kibutz como trabalhadores de campo (ou trabalhadores industriais posteriores). Particularmente controversa é a contratação de trabalhadores árabes, ao mesmo tempo em que os exclui de ingressar no kibutz como membros plenos.

Nas últimas décadas, os kibutzim foram criticados por abandonar os princípios socialistas na tentativa de competir no mercado. O Kibutz Shamir possui uma empresa de produtos ópticos listada na Nasdaq Stock Exchange. Muitos kibutzim pararam de cultivar a terra e, em vez disso, desenvolveram parte da terra para uso comercial e industrial, construindo shopping centers e fábricas nas terras do kibutz para empregar não membros do kibutz, enquanto os kibutzim mantinham a terra para arrendamento ou venda de lucro da terra. Da mesma forma, os kibutzim, que não estão envolvidos em tais desenvolvimentos, foram criticados por depender de subsídios estatais para sobreviver.

No entanto, os kibutzniks desempenharam um papel na sociedade Yishuf e, posteriormente, na sociedade israelense, muito além de sua proporção na população. De Moshe Dayan a Ehud Barak, os kibutzniks ocuparam posições de liderança em Israel. David Ben-Gurion viveu em Tel Aviv a maior parte de sua vida, mas o Stebok Kibutz no Negev é seu lar espiritual.

Kibutzim também contribuiu muito para o desenvolvimento do movimento cultural hebraico. A poetisa Rachel ficou fascinada com os pontos de vista dos vários kibutzim da Galiléia nas décadas de 1920 e 1930, e o sonho do kibutz de “fazer o deserto florescer” tornou-se parte do sonho israelense.

Da mesma forma, os kibutzim influenciam desproporcionalmente como o resto do mundo vê Israel e como os israelenses veem seu país. Uma razão pela qual os socialistas apoiaram tanto Israel em suas duas primeiras décadas foi que os kibutzim representavam o socialismo em sua forma mais pura. Livros e filmes sobre Israel, de The Source, de James Michener, a Exodus, de Leon Uris, apresentam o famoso kibutz. O estereótipo do kibutznik – bronzeado e usando um chapéu de caubói – tornou-se um estereótipo para todos os israelenses, inclusive sendo usado na propaganda anti-sionista.

No que diz respeito à imagem que os israelenses têm de si mesmo, a certa altura, quando perguntado o que ele planejava fazer com os milhares de israelenses que não tinham comida suficiente para comer, o então primeiro-ministro Ehud Barak sugeriu que os israelenses só precisam abrir Sua distribuição estava faminta, como se Israel fosse um grande kibutz.

Com mais de 250 kibutzim ainda em Israel, pode ser prematuro abordar o legado do movimento do kibutz. No entanto, enquanto Israel pode ter centenas de entidades que se autodenominam kibutzim, o impulso coletivista desapareceu. Como o maior movimento coletivista secular de todos os tempos, o kibutz prova que o próprio modelo é economicamente sustentável, enquanto o fanatismo ideológico não é.