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Opinião

Ignorar a inteligência artificial pode ser um tiro no pé para altos executivos

Quanto tempo sua empresa sobreviverá se de repente todos os concorrentes se tornarem 30% mais produtivos? E se eles ficarem 50% mais produtivos? Isso pode parecer alarmismo e algo muito distante da realidade, mas uma pesquisa recente mostra que é tudo menos isso.

Em um novo estudo do MIT, gerentes, profissionais de marketing e RH, consultores e analistas de dados que usaram a inteligência artificial produziram relatórios 37% mais rápido e com melhor qualidade. E não apenas as pessoas ficaram mais produtivas, como também sua satisfação no trabalho aumentou. Uma pesquisa com desenvolvedores de software descobriu que aqueles que usam IA concluem uma tarefa de desenvolvimento em JavaScript 55,8% mais rápido do que os que não usam.

Profissionais que trabalham com suporte ao cliente usando IA aumentaram em 13,8% o número de resoluções de problemas por hora. Com a tecnologia, eles participaram de vários chats ao mesmo tempo, gastaram cerca de 9% menos tempo por chat e gerenciaram 14% mais conversas por hora. Quando um funcionário com apenas dois meses na empresa usou a inteligência artificial, teve um desempenho tão bom quanto um profissional com seis meses de experiência trabalhando sem IA. E o turnover, ou a rotatividade de funcionários que usaram IA, foi quase 9% menor do que o dos profissionais sem IA.

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Inteligência artificial pode ser o diferencial da sua empresa

Cada um dos concorrentes da sua empresa tem acesso a ferramentas de IA gratuitas ou muito baratas que podem eliminar as suas vantagens competitivas em questão de meses ou até semanas. Sua nova vantagem competitiva será a rapidez com que você pode treinar todos os funcionários da sua organização em IA.

O problema é que o novo estudo da empresa de pesquisa em liderança Leadership IQ sobre a prontidão do uso da IA descobriu que 73% dos líderes admitem ter pouca ou nenhuma experiência com ferramentas de inteligência artificial. E 55% acreditam que seus funcionários são indiferentes, relutantes ou resistentes à IA.

A chave para todas as empresas é fazer com que os funcionários usem a IA imediatamente. Mesmo se você começar com pequenas tarefas, as pessoas precisam experimentar o poder dessa tecnologia para abraçar seu potencial.

Por exemplo, imagine que você precisa escrever um memorando executivo analisando o balanço patrimonial e a demonstração de resultados da sua área. Mesmo para líderes experientes, analisar os números, calcular os principais índices financeiros e redigir o memorando pode levar várias horas. Mas com a IA, tudo isso pode ser concluído literalmente em cinco minutos. (Você pode assistir a um tutorial em inglês mostrando como fazer isso no ChatGPT).

Em um caso como esse, a IA não apenas é incrivelmente rápida em comparação com um ser humano, mas elimina a parte maçante do trabalho.

Talvez sua equipe tenha acabado de fazer uma reunião e você queira resumir a conversa e identificar as tarefas de todos. Em vez de passar a próxima hora revisando e sintetizando suas anotações, a IA pode fazer a transcrição da chamada e, em segundos, fornecer um resumo e apontar quem fica responsável por cada coisa. A inteligência artificial pode até escrever emails de acompanhamento para você. (Aqui está um tutorial em inglês mostrando o processo passo a passo).

Em vez de permitir que seus novos vendedores passem meses aprendendo por tentativa e erro, a IA pode conversar com os melhores vendedores e guiar seus novos contratados. Também pode analisar suas melhores campanhas de marketing e identificar precisamente por que elas tiveram mais sucesso que outras.

Existem milhares de atividades que podem ser aceleradas e aprimoradas com o uso da IA. Mas, novamente, a chave é fazer com que seus funcionários usem essas ferramentas agora. Se eles não começarem a usar a IA hoje, a equipe dos seus concorrentes vai e eles ficarão mais rápidos, melhores e mais inteligentes. Ignorar a IA é como dar dinheiro, vantagem competitiva e sucesso à concorrência. Cada tarefa que eles concluem 37% mais rápido ou problema do cliente que eles resolvem com 14% mais eficiência é uma vitória para eles e uma perda para você.

O CEO da IBM recentemente anunciou que 30% das funções não voltadas para o cliente poderiam ser substituídas pela IA e ferramentas de automação em cinco anos. Eles não estão esperando para começar a usar essas ferramentas. E, se você não quer perder as vantagens competitivas que construiu ao longo dos anos, precisa fazer com que sua força de trabalho também use a inteligência artificial.

A disputa de companhias por cada vez mais espaço no aquecido mercado da inteligência artificial tem puxando para cima as ações de empresas de capital aberto desenvolvedoras de produtos baseados nessa tecnologia. De fato, especialistas apontam que é um bom momento para investir em companhias do setor, mas eles alertam que é preciso atenção com o “modismo” que pode envolver o assunto. O investimento é considerado de risco.

Na esteira do sucesso do ChatGPT, a Microsoft (MSFT34) e o Google (GOGL34), por exemplo, vêm anunciado serviços semelhantes à ferramenta, bem como mais produtos tendo a inteligência artificial como base.

O lançamento pela OpenAI do ChatGPT, sistema que tem como base a inteligência artificial e que permite conversa em texto por chat com um robô, aconteceu em novembro de 2022 e ganhou as atenções de usuários e gigantes de tecnologia. Foi o aplicativo com o maior alcance de público no tempo mais curto de toda a história, atingindo 100 milhões de usuários após 2 meses do seu lançamento.

Meses depois, em março, a Microsoft revelou um “copiloto” de inteligência artificial para escritórios, expandiu integração do ChatGPT para ferramentas de desenvolvedor e lançou ferramenta com tecnologia da OpenAI para criar imagem a partir de texto. Já o Google liberou o lançamento antecipado concorrente do ChatGPT.

A startup OpenAI, por sua vez, informou que está começando a lançar um poderoso modelo de inteligência artificial conhecido como GPT-4, preparando o terreno para mais competição entre seu patrocinador, a Microsoft, e o Google.

Marco Saravalle, analista e sócio-fundador da Sara Invest, acredita que esse é o momento de investir em ações de empresas de inteligência artificial, pois o segmento de tecnologia está buscando se reinventar e, por isso, pode haver um bom retorno. Ele alerta, no entanto, que é necessário cuidado com os modismos.

“Sempre vamos ter vários modismos que podem, realmente, fazer sentido, mas, ao mesmo tempo, podemos estar entrando em algo muito arriscado ou que já esteja no preço. Exemplos: a indústria farmacêutica no momento da covid, e a indústria da maconha, que teve um boom muito forte e depois uma grande desvalorização dos ativos do setor na sequência.” (MARCO SARAVALLE, ANALISTA E SÓCIO-FUNDADOR DA SARA INVEST)

“Esse é o momento da inteligência artificial, esse é o debate, mas, talvez, fique o alerta para o tamanho das posições nestes investimentos, pois ainda temos muitos questionamentos em relação ao segmento”, diz Saravalle.