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Cultura & Entretenimento

Som da Liberdade: Do boicote dos poderosos ao sucesso mundial

Quando o cineasta Alejandro Monteverde pensou em filmar a respeito do tráfico sexual infantil, ele tinha uma motivação: estimular o diálogo social sobre o assunto.

Com o enredo ganhando forma, Monteverde foi apresentado à história real de Timothy Ballard, ex-funcionário do governo americano que criou uma ONG para resgatar crianças vítimas do tráfico sexual.

– Eu queria começar um diálogo social e até ouso dizer que queria levar esse diálogo para uma esfera internacional e extrapolar fronteiras com essa conversa; essa era a minha motivação inicial – disse Monteverde ao Pleno.News durante uma coletiva de imprensa em São Paulo.

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Um dos maiores desafios para ele e Rod Barr, que também atuou como roteirista, foi retratar a história de Tim Ballard e mesclar a realidade com a ficção.

– Uma ficção baseada na vida real sempre vai ter algum nível de licença poética, pois é preciso transformar a história em uma linguagem cinematográfica. Transformar 30 anos de uma pessoa em duas horas de filme seria impossível de se fazer sem algum nível de licença poética; mas, neste caso, posso dizer que 80% de fato aconteceu e os 20% restantes é essa licença poética que temos na criação – adiantou.

O cineasta contou ainda que Tim Ballard cooperou para que a história de sua jornada em defesa das crianças pudesse ser o tema principal do filme.

GRAVAÇÃO, BOICOTE E SUCESSO

O filme Som da Liberdade foi filmado em parceria com a Fox Filmes e ficou pronto em 2018. Depois, a Disney comprou os direitos do longa da Fox, mas desistiu de lançá-lo.

– A Disney desistiu de distribuir o filme por motivos variados. Logo veio a pandemia e, nesse período, outros estúdios também não aceitaram distribuí-lo. A Angel Studios entrou só no começo deste ano, quando adquirimos os direitos sobre o filme – contou Jeffrey Harmon.

Desde então, a imprensa dos Estados Unidos passou a endossar o boicote ao filme, lançando rótulos de “filme conservador” e ligando a história com teorias da conspiração. Matérias contra a visão religiosa e política do ator principal do filme, Jim Caviezel, e do próprio Tim Ballard foram usadas para desqualificar a denúncia que a obra traz.

Questionamos o CEO da Angel Studios a respeito de como eles encararam essas campanhas de boicote. Jeffrey Harmon explicou que o filme incomoda pessoas poderosas, pois o tráfico sexual de menores é uma indústria lucrativa para os criminosos.

– Tem muito interesse contra o filme, pois a indústria do tráfico de crianças movimenta 150 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 738,3 bilhões) por ano. Chegamos na hora certa de realizar este filme, as pessoas tentaram nos impedir, mas o tiro saiu pela culatra – comemora Harmon ao falar sobre o sucesso do filme no mundo.

Lançado nos Estados Unidos em 4 de julho, o filme superou as expectativas nas bilheterias e logo passou a ser exibido na Europa e na América Latina, ganhando destaque e se tornando um grande sucesso mundial.

De acordo com o site The Numbers, até o momento, o filme já arrecadou 210 milhões de dólares (cerca de R$ 1,03 bilhão), sendo que a maior parte deste valor veio de bilheterias nos Estados Unidos.