BACK
Opinião

Estadão descreve indicação de Lula ao IBGE como um “insulto”

Em texto publicado nesta sexta-feira (28), o jornal O Estado de São Paulo avaliou a nomeação do economista Márcio Pochmann para comandar o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como um “insulto” por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao órgão. Para o periódico, a escolha foi claramente “ideológica” e “político-partidária”.

– A nomeação do economista Márcio Pochmann para presidir o IBGE foi um insulto do presidente Lula da Silva à instituição. Primeiro, e mais grave, por se tratar de indicação exclusivamente política de um quadro do PT para um órgão essencialmente técnico, ignorando o compromisso que o próprio Lula, emocionado, assumiu ao tomar posse; segundo, por apartar do processo de escolha o Ministério do Planejamento, ao qual o instituto é vinculado – analisou o jornal.

O periódico prosseguiu dizendo que a “incapacidade” de Pochmann como economista é “amplamente reconhecida” no meio acadêmico, e por isso, ele teria trilhado um caminho na política, liderando entidades relacionadas ao PT, como o Instituto Lula e a Fundação Perseu Abramo.

Click to continue reading

O texto também afirmou que Pochmann aparelhou politicamente o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no período de cinco anos em que esteve à frente da entidade. Ele foi nomeado para o cargo por Lula em 2007.

– Nos cinco anos em que o economista esteve na função, pesquisadores renomados, mas com visão contrária à dele, foram afastados. Dizendo que o Ipea não era operador do mercado financeiro, Pochmann suspendeu a divulgação trimestral do Boletim de Conjuntura, com projeções das principais variáveis macroeconômicas, muitas vezes desfavoráveis ao governo. Mas a maior polêmica de sua gestão foi um concurso para a contratação de 62 pesquisadores cujo conteúdo foi duramente criticado pelo forte direcionamento político – acrescentou o Estadão.

O jornal usou o espaço de seu editorial para alertar que uma “eventual submissão do IBGE aos interesses petistas seria um desastre”, pois o órgão é essencial para fundamentar políticas públicas.

O texto não concentrou sua crítica apenas a Lula, mas disse também que o IBGE está sendo “desrespeitado” desde a era do ex-presidente Fernando Collor de Mello, nos anos 90. No entanto, voltou a frisar que Lula escolheu um “fiel sabujo do PT” e não um “técnico reconhecido”, lançando assim, “sombra de desconfiança” sobre si mesmo.