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Exportação de café do Brasil pode fechar safra com queda de 2 mi sacas, diz Cecafé - ISTOÉ DINHEIRO
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Exportação de café do Brasil pode fechar safra com queda de 2 mi sacas, diz Cecafé - ISTOÉ DINHEIRO

Por Nayara Figueiredo SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil pode encerrar a safra 2022/23 de café, em junho, com redução de 2 milhões de sacas nas exportações em relação à temporada anterior, quando o país embarcou 39,6 milhões de sacas, estimou nesta segunda-feira o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé). Um dos fatores que pode […]

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SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil pode encerrar a safra 2022/23 de café, em junho, com redução de 2 milhões de sacas nas exportações em relação à temporada anterior, quando o país embarcou 39,6 milhões de sacas, estimou nesta segunda-feira o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).

Um dos fatores que pode contribuir para o desempenho negativo da safra é o andamento das vendas externas de café da variedade robusta, que já caíram pouco mais de 60% somente no primeiro semestre da temporada.

“Vamos ver um decréscimo no volume de exportação nos próximos meses… a expectativa de redução pode ser em 2 milhões de sacas a menos no ano safra”, disse o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, em videoconferência com jornalistas, citando dificuldades logísticas.

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O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, acrescentou que, apesar da queda, o volume exportado ainda será considerado bem expressivo, pois não ficará muito distante de 40 milhões de sacas.

Nos seis primeiros meses da safra 2022/23, os embarques nacionais de café somaram 19,34 milhões de sacas de 60 quilos e renderam 4,576 bilhões de dólares ao país, declínio de 1,7% em volume, mas incremento de 31,5% em receita com o auxílio de preços elevados, conforme dados do conselho.

A exportação total de café verde está estável em 17,5 milhões de sacas no acumulado da safra, com uma alta de 7% (para 16,8 milhões de sacas) no arábica compensando a retração de 61,2% no robusta (para 702,8 mil sacas).

“A queda forte na exportação dessa variedade (robusta) se deveu ao crescimento da demanda das indústrias nacionais”, afirmou Ferreira.

No entanto, ele acredita que há possibilidade de recuperação nas vendas externas de robusta a partir de meados de março, capaz de “surpreender” o mercado.

Há também chance de, a partir de abril, surgir uma ampliação na oferta de café arábica disponível para embarque, diante da necessidade dos produtores e cooperativas de liberar espaço nos armazéns para a chegada da próxima temporada, “que vai ser importante”, afirmou o presidente.

Dados mais recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados em dezembro, indicaram que a colheita de 2022 de café –produto que está sendo embarcado na safra 2022/23– somaria 50,9 milhões de sacas, alta de 6,7% ante 2021, mas queda de 19,3% em relação ao recorde de 2020.

O ano de 2020 foi de alta no ciclo bianual da variedade arábica. Em 2022, contudo, as produtividades ficaram abaixo do potencial pois foram afetadas por seca e geadas em 2021, segundo a Conab.

ANO CIVIL

O Brasil encerrou o ano de 2022 com 35,58 milhões de sacas de 60 quilos de café verde exportadas, queda de 2,6% no comparativo anual, mas com preços mais altos alcançou um recorde na receita total obtida com os embarques, a 9,23 bilhões de dólares, mostraram dados do Cecafé nesta segunda-feira.

A receita representou uma alta de 46,9% comparada ao desempenho de 2021, com produtores sendo beneficiados também por um dólar acima de 5 reais, o que impulsiona vendas externas.

“O dólar comercial se manteve acima de 5 reais ao longo de quase todo o ano passado, bem como as cotações do café ficaram em níveis satisfatórios até passarem a cair recentemente”, disse o presidente do Cecafé em nota.

Ele destacou que o preço médio da saca, de 234,64 dólares, foi o maior nos últimos cinco anos e cresceu 52% sobre o ano anterior.

A queda no volume embarcado, segundo ele, foi motivada por dificuldades logísticas que ainda podem persistir em 2023, como disponibilidade reduzida de contêineres, dificuldades para rolagens de cargas e custos elevados.

Conflitos geopolíticos, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, que afetou o volume de compras de café dos russos, e um maior interesse da indústria nacional pelos cafés robusta e conilon também foram fatores citados pelo Cecafé entre os impactos que levaram ao recuo nas exportações em volumes no ano passado.

Os embarques de café arábica somaram 34,07 milhões de sacas, queda de 3,9%, enquanto o robusta marcou forte redução de 60%, a 1,5 milhão de sacas. Considerando o produto industrializado, a exportação total do Brasil atingiu 39,35 milhões de sacas, baixa de 3,1%.

Somente no mês de dezembro, as vendas externas de café verde ficaram em 2,86 milhões de sacas, diminuição de 16,6% ante igual período do ano anterior. Os embarques do arábica caíram 14,6%, para 2,81 milhões de sacas e os de robusta baixaram 61,3%, para 55,5 mil sacas.