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Opinião

Inteligência animal

“Os pássaros não são estúpidos” e "o peixe é um bicho inteligente.” Os autores destas citações têm, à primeira vista, pelo menos duas características em comum. Desde logo, o facto de reconhecem as qualidades dos animais em causa e de ambos ocuparem cargos políticos. Num artigo de opinião, o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações português, reconheceu, este mês, a inteligência dos pássaros a propósito da construção do novo aeroporto do Montijo. Alberto Souto de Miranda defendeu, que “é provável” que os maçaricos-de-bico-direito “se adaptem.” A ave considerada um símbolo dos Países Baixos tem, por assim dizer, hábitos e um deles é repousar no estuário do Tejo durante a travessia que faz entre o continente africano e a Holanda. Mas, se tudo correr como previsto, e depois de informada sobre as movimentações no Montijo, não terá certamente problemas em adaptar-se, tal como as todas as outras aves migratórias que não têm uma associação holandesa a dizer o que o local talvez não seja o melhor!

O secretário da Agricultura e Pescas brasileiro, também, é um defensor da inteligência dos animais, mas dos aquáticos. Em novembro, Jorge Seif Júnior, explicou ao mundo de que forma o peixe reage quando se depara com uma mancha de óleo: “foge.”

É positivo saber que na política há quem, ainda, preze as capacidades cognitivas dos animais e demonstre interesse em disciplinas como a zoologia. Ficamos, desta forma, a saber que tanto os pássaros como os peixes são inteligentes. Só esperamos que não sejam caso único.