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Ciência & Tecnologia

Nasa adia pela segunda vez lançamento de foguete à Lua

Pela segunda vez em seis dias, a Nasa adiou neste sábado (03/09) o lançamento do foguete Space Launch System (SLS), do projeto Artemis I, do Cabo Caneveral, na Flórida. A missão de teste não tripulada é o primeiro passo para a volta do homem à Lua desde a missão Apollo 17, em 1972.

O lançamento do SLS de 98 metros de altura e sua cápsula Orion foi adiado mais uma vez após repetidas tentativas de técnicos de corrigir um vazamento de propelente de hidrogênio líquido super-resfriado no terceiro estágio do veículo.

As operações foram canceladas cerca de três horas antes da janela de lançamento de duas horas, prevista para abrir às 15h17min (horário de Brasília). Uma nova tentativa não deve ocorrer antes do fim de setembro.

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Na segunda-feira passada, a primeira tentativa de lançamento foi frustrada por dificuldades técnicas, incluindo uma linha de combustível com vazamento, um sensor de temperatura defeituoso e algumas rachaduras na espuma de isolamento. A Nasa disse que esses problemas foram resolvidos.

O que é o programa Artemis?

O lançamento será o primeiro de uma série de seis missões à Lua planejadas até 2028. Sem astronautas a bordo na nave espacial Orion, o Artemis I será basicamente um teste de segurança para viagens tripuladas futuras.

Iniciado em 2017 e formado pela Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e agências espaciais de outros países, o programa Artemis faz parte dos esforços para revitalizar programas espaciais. "Queremos ampliar o alcance dos seres humanos no espaço. A Lua é o nosso vizinho mais próximo. Apesar do potencial de pesquisa, o Artemis visa, sobretudo, conquistar nossa primeira âncora no espaço", afirma Jürgen Schlutz, engenheiro aeroespacial da ESA.

A Nasa batizou o programa com o nome da irmã gêmea de Apolo, a deusa da Lua na mitologia grega.

A Orion é uma nave espacial parcialmente reutilizável, equipada com painéis solares e um sistema de acoplagem automático, e conta com motores de propulsão primário e secundário.

A ESA, juntamente com outras empresas europeias como a AirBus, foram centrais no desenvolvimento da tecnologia para a nave espacial, que comporta até seis tripulantes.

Em sua primeira viagem, a Orion levará três manequins, equipados com sensores de medição de radiação, aceleração e vibração.

Rumo a Marte

A longo prazo, o objetivo do Artemis é uma missão tripulada para Marte. Schlutz afirma que a Lua é um passo importante, pois será como uma espécie de posto avançado para essas missões. A previsão é que até o final desta década esteja concluída a primeira plataforma de pouso lunar.

A Administração Espacial Nacional da China e a agência espacial russa, Roscosmos, também têm planos de construir bases próprias na Lua até o início da década de 2030.

No Artemis, a base lunar auxiliaria as missões para Marte e seria usada como um posto avançado para aprimorar tecnologias e condições de vida. A viagem até ela duraria menos de uma semana.

"O ambiente na Lua é inóspito. Nosso maior desafio é proteger astronautas da radiação. Queremos construir módulos de habitação com tijolos exteriores de regolito [poeira lunar] para bloquear a radiação", afirma Aiden Cowley, cientista de materiais da ESA.

Sistemas de administração de recursos, de proteção contra radiação e de coleta de energia serão testados na Lua antes de serem levados para Marte, cuja viagem demora seis meses.