Opinião
A fusão ao Rio de Janeiro
Por Mauro Magalhães - Ex-deputado e empresário.
No último dia primeiro, em colégios, escolas, meios acadêmicos e nas memórias de quem, como eu, viveram e testemunharam a história da política fluminense , foi lembrada a data que marcou, em 1974, a unificação do antigo Estado da Guanabara ao Estado do Rio de Janeiro.
A lei que juntou os Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara foi assinada, há 50 anos atrás, em primeiro de julho de 1974, pelo General Ernesto Geisel.
Apesar da assinatura da lei da fusão ter sido de grande importância, não foi possível haver sessão solene para celebrar a data, pois no dia primeiro de julho de 1974 foi quando morreu o então presidente da Argentina, General Juan Domingos Peron.
Também, no dia primeiro de julho de
1974, os torcedores brasileiros comemoravam a vitória, na véspera, do time do Brasil contra a Argentina, nos jogos da Copa do Mundo.
Antes da junção, o Estado da Guanabara tinha uma única cidade, o Rio de Janeiro.
O Rio de Janeiro havia perdido o posto de capital federal em 1960, quando meu amigo, Juscelino Kubitschek, inaugurou Brasília, nova capital do país.
O Estado do Rio de Janeiro, antes da fusão, já era bem maior do que o antigo Estado da Guanabara.
Sessenta e quatro cidades integravam o Estado do Rio de Janeiro.
A capital do Estado do Rio de Janeiro era Niterói.
Antes da assinatura da lei da fusão, havia sido inaugurada a Ponte Rio-Niterói.
A lei da fusão garantiu que a junção dos dois estados tenha sido rápida.
Começou a vigorar, a partir de março de 1975.
Com a fusão dos Estados da Guanabara ao Rio de Janeiro, os orçamentos foram unificados.
A lei também unificou as polícias, os servidores públicos, as assembleias legislativas, os tribunais de Justiça e os habitantes.
O primeiro governador do Estado do Rio de Janeiro, resultado da fusão assinada em julho de 1974, foi o Almirante Faria Lima, que, antes, havia sido presidente da Petrobrás.
Faria Lima, oficial da Marinha, foi indicado pelas Forças Armadas. Naquela época, desde 1964, estavam suspensas as eleições diretas para governador ( as eleições diretas para governador só voltaram a acontecer em 1982, com a redemocratização e, aqui no Rio, o vitorioso foi Leonel Brizola).
Eu tive a honra de ter sido eleito, duas vezes, para ser deputado estadual pelo antigo Estado da Guanabara. A primeira vez foi em 1962 e a segunda, em 1966.
Depois que fui cassado, não pude mais me candidatar.
O primeiro governador do antigo Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, realizou mudanças radicais, como a abertura do Túnel Rebouças e o alargamento da Praia de Copacabana.
Depois da fusão, muitos ficaram a favor e outros contra a junção entre os dois estados.
Ocorreram duas campanhas pela desfusão , uma em 2004, que propunha a recriação do antigo Estado da Guanabara, e outra, em 2008. Pelo movimento " O Rio decide ".
Hoje, no entanto, todos têm a mesma identidade. São fluminenses e cariocas. Cidadãos do maravilhoso Estado do Rio de Janeiro.