Carlos Lacerda (que minha família e eu apoiamos, quando se candidatou como governador) foi eleito em 1960 para ser o primeiro governador do antigo Estado da Guanabara, pela extinta UDN, partido político que fazia oposição a Juscelino Kubitschek e João Goulart e que sempre foi contra Getúlio Vargas.

Criado em 1960, o antigo Estado da Guanabara durou até 1975.

A palavra Guanabara significa, na língua tupi, "seio-mar". A sigla era GB e os cidadãos nascidos ou moradores do chamavam guamabarinos.

Parte da elite carioca ( que votava na UDN) era contrária a transferência do Distrito Federal O Rio de Janeiro passou a ser a capital do Brasil em 1834, ainda na fase colonial. Continuou como capital no período do Império. E, continuou como a capital do país após a Proclamação da República, em 1889) para Brasília.

Então, para não perder o "status" de centro político, o empresariado, com o apoio de grupos da política, pressionou para que fosse criado o antigo Estado da Guanabara.

O primeiro governador foi José Sette Câmara Filho, nomeado pelo presidente Juscelino até que o primeiro governador eleito tomasse posse no cargo.

Depois que Lacerda saiu, governaram o antigo Estado da Guanabara o embaixador Negrão de Lima (de 1965 a 1971) e o advogado e ex-deputado federal Antônio de Pádua Chagas Freitas, eleitos pelo MDB, partido de oposição ao regime militar, implantado em 1964, a partir da deposição de Jango.

Apesar de alguns movimentos contrários, em 1974 foi realizada a fusão dos estados da Guanabara e Rio de Janeiro.

A partir de 1975, a cidade do Rio de Janeiro deixou de ser estado da Guanabara e voltou a ser a capital fluminense.

As eleições na Guanabara, em 1962, elegeram o ex-deputado federal Eloy Dutra , candidato do PTB getulista e janguista, que venceu o candidato Lopo Coelho, apoiado pela UDN, e o ex-senador Mário Martins, filiado ao PL.

Para o senado, foram eleitos Adamastor de Oliveira Lima, apoiado pelo PSB e pelo antigo PTB, e Gilberto Marinho, do PTN.

A campanha para as eleições de 1962 foi histórica. O candidato mais votado para deputado federal pelo antigo Estado da Guanabara foi o ex-governador Leonel Brizola.

Com número recorde de votantes, Leonel Brizola recebeu 270 mil votos. Mais de o dobro do que o candidato udenista, Amaral Neto.

Em terceiro lugar, na lista de deputados federais daquele ano, ficou o ex-governador Chagas Freitas. Eleito pelo antigo PSD de getulistas e juscelinistas.

Outros nomes conhecidos, entre os eleitos para a Câmara Federal, foram Sergio Magalhães (PTB), Juarez Távora (PDC), Eloy Dutra (naquele tempo havia a possibilidade de se candidatar a vice -governador e a parlamentar, ao mesmo tempo), Adauto Lucio Cardoso UDN), Aliomar Baleeiro (UDN), Nelson Carneiro (PSD), Benjamin Farah (PSB), Max da Costa Santos (PSB), Rubens Berardo (PTB), entre outros.

Muito jovem e estreante na política, eu fui o último, da lista de eleitos para deputado estadual, nas eleições de 1962.

Entre os primeiros colocados, destacavam -se Danilo Nunes (UDN), Raul Brunini (UDN), Saldanha Coelho, Artur da Tavola, Hércules Corrêa, José Gomes Talarico, Edna Lott (todos esses pelo antigo PTB), Mac Dowell de Castro ( UDN) e o saudoso Jamil Haddad (PSB), entre outros.

São seis décadas, desde essa marcante eleição.

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