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Esportes

Fluminense, 120 anos.

Por Mauro Magalhães - ex-deputado e empresário.

Fundado em 21 de julho de 1902, por Oscar Alfredo Cox e mais 20 integrantes que apreciavam o futebol, o Fluminense comemora 120 anos, nesse 2022.

Nascido no Rio de Janeiro (no Largo dos Leões, bairro do Humaitá), em 1880, filho de George Cox, cidadão inglês, e da carioca Minervina Dutra Cox, Oscar Alfredo Cox tinha, também, a nacionalidade inglesa foi o primeiro presidente do Fluminense.

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O pai de Oscar Alfredo, George Cox, foi um dos fundadores do Rio Cricket e Associação Atlética, clube da colonia inglesa, em Niterói.

Oscar Cox e seu irmão, Edwin Horácio Cox, tiveram enorme influência do pai, na paixão por atividades esportivas.

Edwin, irmão de Alfredo, fazia dribles incríveis e foi o primeiro craque tricolor.

Oscar também foi um grande jogador de futebol e tornou-se campeão carioca em 1906 e 1908. Em 1910, ele deixou a direção do clube e, quando morreu, anos depois, recebeu inúmeras homenagens póstumas dos tricolores.

O nome Fluminense é derivado do Latim, flumen, que significa rio. O termo também é usado para se referir aos nativos do estado do Rio de Janeiro. Em 17 de outubro de 1902, o Fluminense instalou- se em Laranjeiras. Em 1905, foi criada a primeira camisa tricolor. Com as três cores presentes no hino composto por Lamartine Babo, o verde, o branco e o vermelho.

O primeiro jogo da Seleção brasileira aconteceu no campo do Fluminense, em julho de 1914, no aniversário de 12 anos do Fluminense.

Além do futebol, a vida social foi aprimorada pela direção do clube, que, a partir de 1920, começou a promover sessões de cinema, no entorno da piscina, e apresentou a Ópera Aída , no estádio.

Eu comecei a torcer pelo Fluminense, aos 16 anos, em 1950, quando meu tio materno, Heitor , que era advogado e torcedor fanático do clube, me levou a um jogo de futebol do time, no Maracanã ( o estádio tinha acabado de ser inaugurado , em junho de 1950).

Depois que virei deputado estadual, nos anos 60, minha relação com os dirigentes do clube , jogadores e torcedores famosos se intensificou.

Em 1964, quando o regime militar cassou os direitos políticos de Eloi Dutra (que havia sido eleito para ser o vice-governador do antigo Estado da Guanabara), Rafael de Almeida Magalhães, tricolor doente, foi indicado para o cargo, através de uma eleição indireta.

Rafael de Almeida Magalhães assumiu várias vezes o governo do Estado da Guanabara, interinamente.

Quando Carlos Lacerda renunciou ao cargo de governador, ao recusar-se a passar o cargo para Negrão de Lima (eleito em outubro de 1965, pelos partidos de oposição ao regime militar, os extintos PSD e PTB de Vargas), Rafael assumiu o governo . Depois, ele passou o cargo ao desembargador Martinho Garcez, presidente do Tribunal de Justiça, na época, que transmitiu o cargo ao governador eleito .

Eu era o líder da UDN na Assembleia Legislativa . Havia sido indicado , por aclamação, para substituir Nina Ribeiro, que tinha tido uma briga feia no plenário com o deputado Mac Dowell Leite de Castro. Os dois eram udenistas.

Nessa condição de líder da UDN, eu tive que ir todas as noites ao Palácio Guanabara, para despachar com o Rafael. Uma noite eu cheguei lá e encontrei um tricolor ilustre, o grande jornalista e escritor Nelson Rodrigues.

Já eram mais de 9 da noite. Ficamos ali e o tema principal de nossa conversa foi o Fluminense. Saímos tarde do Palácio Guanabara e Rafael sugeriu que fossemos jantar em um restaurante famoso de Copacabana, o Le Bec Fin. O papo, é claro, foi o Fluminense.

Em 1966, quando fui reeleito deputado estadual, o Fluminense foi campeão invicto da Taça Guanabara.

Presidido pelo advogado e juiz Francisco Horta, entre 1975 e 1977, o Fluminense teve a sua fase áurea, nessa época.

Horta contratou o craque Rivellino, que era do Corinthians, Paulo César, Carlos Alberto Torres, entre outros grandes jogadores.

A história do Fluminense Football Clube tem a ver com a história do Rio de Janeiro.

Time que mais disputou campeonatos estaduais, desde a sua fundação, consolidou-se, hoje, como os 12 maiores clubes de futebol do país.

Entre os torcedores famosos do Fluminense, estão Fernanda Montenegro, Chico Buarque, Nelson Motta, Silvio Santos, João Havelange, Pedro Bial e, até mesmo, in memoriam, o pai da aviação, Alberto Santos Dumont, sócio número 11 do time tricolor.

Tags: Esporte, Futebol, Fluminense