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Opinião

Lembranças do Carnaval

Por Mauro Magalhães -   Ex-deputado e empresário. 

  Portelense de coração e apaixonado por todas as escolas de samba e blocos carnavalescos, lembro,  hoje, que um dos melhores momentos carnavalescos de minha vida foi o da grande festa de Momo, nas comemorações pelo Quarto Centenário do Rio de Janeiro,  que aconteceram em 1965.

  O Carnaval de 1965 foi em homenagem aos 400 anos da fundação do Rio de Janeiro(em1965) , que faz aniversário em primeiro de março. 

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  A população da cidade do Rio de Janeiro era de três milhões meio de pessoas. 

   Eu era deputado estadual pela UDN do antigo Estado da Guanabara e cheguei a ser líder do governo. 

  Governador do antigo estado da Guanabara,  Carlos Lacerda,  com o apoio de políticos de todos os partidos (inclusive,  dos partidos de oposição), dos empresários,  lideranças cariocas e da imprensa,  em geral , planejou uma grande festa,  com logotipo do Quarto Centenário, participações de artistas,  jogadores de futebol , personalidades e famosos. 

  Antes das comemorações de Carnaval,  participei, em 13 de fevereiro de 1965, junto com Carlos Lacerda   e outros políticos, da coroação da maravilhosa Solange Dutra Novelli (ela era a representante da região administrativa de Botafogo),  de apenas 17 anos, como Miss do IV Centenário.

  Em negociação prévia,  da qual participei como deputado e líder do governo da UDN, na Assembleia Legislativa,  Carlos Lacerda e os representes das escolas de samba acertaram que o tema geral dos enredos do desfile de 1965 seria o Rio de Janeiro. 

  A escola campeã foi Salgueiro,  com enredo de Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues,  A História do Carnaval do Rio,  baseado em livro da querida jornalista e escritora Eneida de Moraes. 

  O desfile aconteceu na Avenida Presidente Vargas, com destaque,  no cenário,  para a igreja da Candelária. 

   Osmar Valença era o presidente do Salgueiro,  na época. 

   Naquele Carnaval de 1965, Salgueiro inovou. Com a comissão de frente fantasiada com roupas assinadas pelo maravilhoso Joãozinho Trinta. 

  Lembro bem que o desfile na Avenida Presidente Vargas foi organizado pela Associação das Escolas de Samba do Estado da Guanabara. 

  A festa começava às 22h de domingo e só terminava na segunda-feira,  na hora do almoço. 

  A Império Serrano ficou em segundo lugar , no desfile das escolas,  em 1965. E, a minha querida Portela,  ficou em terceiro lugar. 

  Na Avenida Rio Branco , aconteceu o desfile das escolas de samba do Grupo 2. A campeã,  em 1965, foi Acadêmicos de Santa Cruz. A Unidos de Vila Isabel ficou em segundo lugar. E,  as duas foram promovidas para desfilar no Grupo 1, em 1966.

  Nos clubes,  o tema da história da fundação da cidade do Rio de Janeiro também foi contada. 

   O inesquecível Clóvis Bornay, que eu , também,  conheci, também contribuiu para o Carnaval do Quarto Centenário do Rio de Janeiro. 

  Pesquisador e museólogo,  ele escreveu artigo memorável sobre Estácio de Sá,  o fundador da cidade do Rio de Janeiro,  para uma revista do Museu Histórico Nacional. 

   Clóvis também confeccionou um traje histórico para o Concurso de Fantasias,  no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em homenagem a  Estácio de Sá e à fundação da cidade. 

  Bornay também desfilou pela campeã,  Salgueiro, na Avenida Presidente Vargas.