Ele herdou as características positivas dos visionários da geração que nasceu no início do século e o espírito democrático e disciplinado, extremamente afetivo e voltado para a cultura e educação, que recebeu da família, principalmente de sua mãe, dona Júlia Kubitschek, professora, que orientou os rumos vocacionais de JK, durante toda a sua vida.

O pai de Juscelino, João César de Oliveira, exerceu os ofícios de delegado de polícia e de caixeiro-viajante, mas morreu quando o ex-presidente tinha dois anos de idade.

Juscelino também era muito apegado à irmã, Maria da Conceição.

Dona Júlia, com dificuldades financeiras por causa da morte do marido, conseguiu que o filho fosse estudar em um seminário diocesano, embora ele não quisesse seguir a carreira religiosa.

Juscelino queria ser médico e estudou por conta própria, foi aprovado em todas as disciplinas, no ginásio e, quando tinha 19 anos, em 1921, passou no concurso e foi trabalhar como telegrafista, em Belo Horizonte.

Fez o vestibular para Medicina, em Belo Horizonte e foi aprovado. Entrou em 1922, ano da Semana da Arte Moderna, no Brasil, para a Faculdade de Medicina, em Belo Horizonte.

Em 1927, com muito sacrifício ( ele estudava e trabalhava, ao mesmo tempo), conseguiu se formar, em Medicina.

Especializou-se em Urologia.

Graças ao seu próprio sacrifício e às economias que fazia, conseguiu fazer o curso em Paris, em abril de 1930 mudou-se para a capital francesa.

Quando voltou ao Brasil, em novembro de 1930, o presidente da República já era Getúlio Vargas.

Namorado de Sarah Lemos Kubitschek, ao voltar ao Brasil, Juscelino Kubitschek pediu a mão da mulher com quem viveria até morrer, em agosto de 1976.

Em Belo Horizonte, Juscelino montou seu próprio consultório, trabalhou na Santa Casa de Misericórdia e deu aulas.

Em março de 1931, indicado por Gustavo Capanema, que naquela época era secretário de Justiça, JK foi nomeado para a Força Pública e foi servir no Hospital Militar, como capitão-médico .

O casamento de Juscelino Kubitschek com Sarah aconteceu em 30 de dezembro de 1931. Em outubro de 1943, nasceu Márcia Kubitschek, filha de Juscelino, que foi deputada federal e que eu conheci.

A segunda filha, Maria Estela Kubitschek Lopes, que também é minha amiga querida, foi adotada em 1947.

JK defendeu o governo Vargas, no conflito com São Paulo, durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Ele atuou como médico das tropas mineiras que lutavam contra as paulistas, na Serra da Mantiqueira. Em nossas conversas, na época da Frente Ampla, no final dos anos 60 e início dos 70, ele lembrava dessa época.

Nessa fase, Juscelino Kubitschek tornou-se amigo de Benedito Valadares, um grande político, que foi interventor de Getúlio Vargas, em Minas Gerais.

Chefe de gabinete de Benedito Valadares, Juscelino candidatou-se deputado federal e foi eleito, em 1934.

Apaixonado pela política, foi eleito presidente do Brasil e teria voltado ao poder, em 1965, caso não tivesse sido cassado. Parabéns, no céu, para Juscelino.