Católico praticante, e, na época, deputado estadual pela UDN (sigla extinta, junto com os outros partidos, quando o regime militar de 1964 instituiu o bipartidarismo), fui me encontrar, em Paris, com Carlos Lacerda, Celio Borja e o saudoso empresário Braguinha, Antonio Carlos Almeida Braga, em 1966.

Era um feriado grande. Lacerda estava triste com a derrota de Flexa Ribeiro ( candidato da UDN) para Negrão de Lima (do antigo PSD), nas eleições para o governo do antigo Estado da Guanabara, em outubro de 1965, fui visitá-lo na capital francesa, quando Negrão de Lima tomou posse, em 1966.

Eu ia voltar direto ao Brasil, mas o empresário Almeida Braga, que era muito amigo de Carlos Lacerda, sugeriu que eu fosse até Portugal, no carro dele, que estava com o motorista, na capital francesa, e que, no caminho, ao passar pela Itália, eu poderia aproveitar para visitar o Papa Paulo VI, no Vaticano. Eu aceitei o convite.

Meu grande sonho era o de conhecer o Papa. Eu estava com um dos meus irmãos. Quando chegamos a Roma, eu telefonei para o Vaticano e expliquei que era deputado, no estado da Guanabara, Rio de Janeiro, que só tinha dois dias de folga, a viagem era longa, as terras, distantes, precisava pedir a bênção a Paulo VI.

Nascido em 1897 ( ele morreu em 1978), na Itália , Giovanni Montini, canonizado em 2018 pelo Papa Francisco, foi o primeiro Papa a viajar de avião.

Visitou os cinco continentes e, também, a Terra Santa. Procurava entender sobre todos os assuntos. Foi pontífice durante um período de mudanças revolucionárias.

Para ser recebido por ele, tive que insistir muito. O funcionário do Vaticano não queria ceder. Audiências com os papas tinham que ser marcadas com antecedentes. Mas, foram tantas as alegações de minha parte, que o assessor papal , finalmente, atendeu. Guardo até hoje a bênção que recebi do Santo Paulo VI.

João Paulo II, nascido Karol Wojtyla, em 1920, na Polônia, foi o segundo Papa que conheci pessoalmente.

Com pontificado que durou quase 27 anos, foi eleito em 1978 ( substituiu João Paulo I, que governou apenas 33 dias, pois morreu de infarto, pouco depois de assumir o papado, em setembro de 1978) e ficou até 2005, quando morreu, de um choque séptico e de um colapso cardiovascular.

O Papa João Paulo II foi o primeiro pontífice a visitar o Brasil.

Eu estava lá, na Base Aérea do Galeão, em 1980, quando João Paulo II aterrissou no Rio de Janeiro.

Embora cassado pela ditadura militar, em 1969 ( por integrar a Frente Ampla contra o regime, formada por Juscelino Kubitschek, Carlos Lacerda e João Goulart), fiz amizade com Mário Andreazza, nos anos 70, meu vizinho, nos verões, em Angra dos Reis). O ex-ministro convidou-me para participar da solenidade de boas vindas ao Papa, na Base Aérea do Galeão.

Também jamais esquecerei da bênção do Papa João Paulo II.

Ele cumpriu uma agenda incrível, no Rio de Janeiro. Foi ao Vidigal, Corcovado, Aterro do Flamengo, Maracanã.

Foi uma visita histórica , a que o Papa fez ao Brasil, em 1980.

Em 1991, o Papa João Paulo II visitou novamente o país.

Foi há 30 anos.

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