Social & Lifestyle
A certeza e a dúvida
Buda estava reunido com seus discípulos certa manhã, quando um homem se aproximou:
– Deus existe? – perguntou.
– Sim, Ele existe – respondeu Buda.
Depois do almoço, aproximou-se outro homem.
– Deus existe? – quis saber.
– Não, Ele não existe – disse Buda.
No final da tarde, um terceiro homem fez a mesma pergunta:
– Deus existe?
– Você terá que decidir – respondeu Buda.
Assim que o homem foi embora, um discípulo comentou, revoltado:
– Mestre, que absurdo! Como o Senhor dá respostas diferentes para a mesma pergunta?
– Porque são pessoas diferentes, e cada uma chegará a Deus por seu próprio caminho. O primeiro acreditará em minha palavra. O segundo fará tudo para provar que eu estou errado. E o terceiro só acredita naquilo que é capaz de escolher por si mesmo.
.
Os contos foram utilizados ao longo da história como ferramenta para a transmissão e fixação de conhecimentos. Aqueles que resistiram ao tempo e chegaram até nós, como este conto zen budista, são presentes valiosos.
Aqui discute-se sobre o que é “verdade” e não sobre “a verdade”.
“A verdade” é a coisa, o evento, que está em conformidade com os fatos ou a realidade. Já essa “verdade” do conto é um conceito utilitário.
Aqui Buda ensina que “verdade” é o que cada um necessita ouvir para crescer.
Três homens foram até ele com a mesma pergunta, mas cada um possuía uma necessidade diferente. Todos os homens caminham para um mesmo ponto, mas cada um pelo caminho que lhe é próprio.
.
Um mestre é capaz de dizer a “verdade” que precisamos ouvir porque ele o faz sem interesse pessoal, seu único objetivo é o bem, a realização do ser humano.
Entre nós, ainda não somos capazes de “verdades” desinteressadas. Então, atenhamo-nos simplesmente “a verdade”, que por si só já é um difícil e valioso exercício no caminho.
.
Fonte de consulta:
Palestra Contos Zen, professora Lúcia Helena Galvão
Nova Acrópole – Escola Internacional de Filosofia.
www.youtube.com/watch?v=9wlk19QGY68
Tags: conto zen, budismo, verdade, dúvida, certeza, ser humano, buda, crescimento pessoal, filosofia