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Executiva da Avon manteve idosa em trabalho escravo
Mariah Corazza Üstündag, funcionária de alto escalão na Avon, e seu marido, Dora Üstündag, mantiveram uma idosa de 61 anos em situação análoga à escravidão. A mulher foi resgatada semana passada da casa da executiva, um imóvel localizado no Alto de Pinheiros, área nobre da zona oeste de São Paulo.
A idosa trabalhava para a família Corazza há mais de 20 anos, foi contratada em 1988 sem registro em carteira, sem férias e 13º salário, e desde de 2011 não recebia salário fixo. Além da privação dos direitos básicos garantidos pela CLT a mulher residia em uma espécie de depósito nos fundos do terreno. No "quarto" a idosa dividia o espaço com cadeiras, estantes e caixas amontoadas. Um sofá velho era utilizado como cama e não havia banheiro disponível. Para tomar banho ela usava usava um balde e caneca.
No dia 16/06 Mariah e o marido mudaram-se do imóvel e não avisaram a idosa, abandonando-a no local. No dia 18/06 a polícia foi chamada e resgatou a idosa. No mesmo dia Mariah foi presa em flagrante em sua nova residência em Cotia, mas foi solta após pagar fiança de R$ 2,1 mil.
A casa de Pinheiros pertence a mãe de Mariah, Sônia Corazza, famosa consultora na indústria de produtos de beleza. Agora filha, mãe e genro responderão na justiça a acusação dos crimes de omissão de socorro, abandono de incapaz e por redução a condição análoga à de escravo.
Nas redes sociais circulam mensagens exigindo posicionamento da empresa Avon em relação a postura da funcionária, o desejo público é de que ela seja demitida da organização.
Seu perfil no Linkedin e em outras redes sociais foi deletado, assim como os de seu marido Dora.
Tags: Sônia Corazza, Dora Üstündag, Mariah Corazza Üstündag, Avon, omissão de socorro, abandono de incapaz, escravidão moderna