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Quer atuar nos EUA? Especialista tira dúvidas sobre visto de trabalho
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Quer atuar nos EUA? Especialista tira dúvidas sobre visto de trabalho

CEO do escritório Toledo Advogados Associados, Daniel Toledo explica em detalhes como obter o EB-2, que é um visto de trabalho para pedir o Green Card nos EUA

Viagem

O EB-2, mais conhecido como visto americano, é um dos principais caminhos para que profissionais qualificados possam atuar nos Estados Unidos. O documento é definido como “visto para trabalhadores com habilidades excepcionais” e é destinado a estrangeiros com experiência e formação acadêmica comprovadas. Inclusive, segundo levantamento da plataforma de viagens Kayak, os EUA ocupam a 7ª posição no ranking dos melhores países para trabalhar na América do Norte e Central.

Para obter o EB-2, o estrangeiro necessita de uma oferta de emprego e uma certificação de trabalho (Labor Certification) aprovada pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos.

Assim, saber mais sobre o documento pode ser o que muitos profissionais precisam. Pois, de acordo com o Atlas das Juventutes da FGV Social, quase 50% dos brasileiros entre 15 e 29 anos desejam deixar o Brasil e um dos principais motivos é a carreira profissional.

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Mas quem pode ter o EB-2 emitido? Ao que deve ficar atento? Essas e outras dúvidas sobre o Employment-Based (EB) são esclarecidas pelo advogado especializado em imigração Daniel Toledo, fundador da Toledo Advogados Associados:

Metrópoles: O que significa o EB-2?

Daniel Toledo: O EB-2 – da categoria Employment-Based (EB) -, conhecido popularmente como visto, é uma solicitação de Green Card baseada no Interesse Nacional dos Estados Unidos de ter essa pessoa contribuindo no mercado de trabalho norte-americano. Ele concentra um rol de requisitos.

M: Chamá-lo de “visto” é coerente? Por quê?

DT: Apesar de ser popularmente conhecido assim, é errado chamá-lo de visto. O EB-2 não é algo que se estampe no passaporte. Ele é um processo para aquisição do Green Card, que é a autorização de residência permanente nos EUA.

M: Quais são os requisitos para obtê-lo?

DT: Para obter o EB-2, o interessado precisa ter um diploma de pós-graduação ou uma habilidade excepcional. Sendo assim, é necessário que o profissional cumpra alguns requisitos, como ter mestrado, doutorado, pós-graduação, mais de cinco anos de experiência, salário acima da média, habilitação para exercer a profissão, além de notório reconhecimento dentro da área.

M: Ele se enquadra em mais de uma vertente? Se sim, quais?

DT: Sim. O EB-2 se divide em duas vertentes, a Exception Ability e a Extraordinary Ability. A primeira se refere a profissões que têm um grau avançado significativamente acima do encontrado nas áreas de ciências, artes ou negócios. Já a segunda, a profissionais que comprovem o seu destaque na área de atuação, de três a 10 requisitos do Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS).

M: Quais profissões ele enquadra?

DT: Ele abrange profissões como empresários, artistas, atletas, cientistas, professores, além de pessoas com mais de 10 anos de experiência dentro da área.

M: Na sua opinião, qual a relevância do EB-2?

DT: A relevância do EB-2 é imensa, porque ele é um dos principais caminhos migratórios para trabalhar nos EUA. É por meio dele que é possível ter o Green Card, que é a concessão de residência permanente. Sendo assim, além de ter a autorização permanente, a pessoa não precisará de um visto temporário, tendo de ser renovado de tempos em tempos. O Green Card dá mais solidez, estrutura e possibilidades dentro dos Estados Unidos. Inclusive, após o quinto ano de uso, ela abre o caminho para uma futura cidadania na região.

M: Quando o Green Card é emitido, o que fazer depois?

DT: Depois que o processo inteiro é aprovado, a pessoa passa por uma entrevista e, depois, é emitido o Green Card dela, que chegará à própria casa.

M: Como a Toledo Advogados Associados avalia o cenário para emissão do EB-2?

DT: Primeiramente, é preciso ter cuidado. Hoje, há muitas empresas vendendo o EB-2 como um produto de prateleira, levando em consideração que qualquer pessoa se encaixa no processo. No caso, eles fazem “copia e cola” e dão adeus, sem prestar satisfação ao cliente. Posteriormente, quando o processo não é aprovado, não há mais o que se fazer, e o cliente perde o dinheiro. O profissional tem de entender que a aquisição do EB-2 é uma soma de fatores, que devem ser transcritos em um processo. A imigração tem percebido esse esquema e negado diversos processos baseados nessa aplicação sem pé nem cabeça que tem acontecido.