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Cultura & Entretenimento

A única mangueira que valorizo é a minha

Carnaval já era. Depois que começaram a distorcer o conceito de fantasia para devaneios socialistas e alegorias para discursos marxistas, o mestre sala foi invadido pelos sem-terra e a porta bandeira deixou suas raízes para servir de mastro para a foice e o martelo.

Lembro da imperatriz Leopoldinense entoando Liberdade, Liberdade num carnaval que tinha o tom perfeito da bateria e das reivindicações. Recordo de Joãozinho 30 e sua beija flor falando sobre o luxo e o lixo, ousado, atacava temas importantes para a sociedade sem perder a harmonia e o rebolado.

Toda arte serve sim para levantar discussões e pode ser usada como expressão popular para difundir temas de interesses sociais. Ocorre que o uso meramente político e partidário tira do povo a voz e desfaz toda a legitimidade de qualquer manifestação.

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O carnaval do Rio, há tempos tomado pela contravenção, não por acaso resolveu adotar o discurso daqueles que no poder estiveram sempre às margens da legalidade. Como aconteceu no ano passado onde o discurso comunista prevaleceu e foi exaltado nas notas dos jurados, podemos esperar o mesmo da Mangueira que certamente estará no topo, não pelos frutos do seu carnaval, mas pelo enredo que combina com os anseios daqueles que querem dominar até os momentos de lazer das pessoas.

É uma pena que, do carnaval de luxo que Joãozinho trinta tanto exaltava, esteja restando apenas o lixo.

Tags: carnaval, Mangueira, Escola de Samba, Natureza