BACK
Esta postagem menciona a COVID-19.

Esta postagem pode conter referências à COVID-19

Para obter acesso a informações oficiais sobre o coronavírus acesse o site do Ministério da Saúde.

Local

Minas Gerais: presos liberados na pandemia voltaram a cometer crimes

Levantamento do Ministério Público aponta que mais de 12.000 pessoas deixaram o sistema prisional mineiro para cumprir prisão alternativa ou domiciliar durante a pandemia.

De março a dezembro do ano passado, houve registro de 11.082 ocorrências envolvendo os detentos liberados.

Para a coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), promotora Paula Ayres, os números apontam a necessidade de uma "atenção redobrada" à soltura de presos em função da pandemia. "O benefício da prisão domiciliar ou das prisões alternativas, deve ser aplicado àqueles que se encontram no grupo de risco e eles devem ser monitorados de forma bastante cuidadosa pelos órgãos de Segurança Pública", afirmou.

Click to continue reading

As cidades com mais registros foram Belo Horizonte (1.326), Contagem (265), Sete Lagoas (243) e Uberlândia (204). A promotora Paula Ayres lembrou que o Ministério Público tem tentado revogar "os benefícios dos presos que descumpriram as medidas e busca ainda a monitoração contínua de todas as pessoas liberadas do sistema prisional mineiro"

O presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da OAB em Minas Gerais, Maikon Vilaça, diz que a liberação dos presos em regime aberto ou semiaberto deve ser mantida durante a pandemia. "Se formos avaliar, são detentos que estão no grupo de risco e, ao serem contaminados, podem ter a vida em jogo. E é responsabilidade do estado resguardar. Por mais que eles tenham cometido crime, são seres humanos", declarou.

Conforme Vilaça, nunca se prendeu tanto no Brasil, o que aponta que as políticas punitivas não funcionam. "Não estamos sabendo punir bem para que o indivíduo não volte a cometer crimes novamente. Vemos a pena de prisão privativa de liberdade em falência, e temos que criar alternativas para reintegrar aquela pessoa, dando condições para que sai da prisão com um trabalho, tenha condição de se sustentar e prosseguir com a vida sem voltar para o mundo do crime", diz.

Tags: Gaeco, Ministério Público, Minas Gerais, MG, OAB