Nesta terça-feira (08/11/22), os americanos votaram nas “midterms”, eleições que definirão os rumos da segunda metade do mandato do atual presidente, Joe Biden. Em disputa estão as vagas da Câmara de Deputados, um terço dos assentos do Senado e a escolha de diversos governadores.

Em meio às apurações, que apontam um leve favoritismo para os republicanos, um grupo observa o cenário com apreensão: a comunidade de imigrantes, que totaliza mais de 50 milhões de estrangeiros (14, 3% da população) nos EUA. “Uma maioria de representantes democratas indica a tentativa de implementação de projetos de leis pró-imigração, incluindo o aguardado ‘perdão’, que pode beneficiar até 11 milhões de pessoas atualmente indocumentadas no País. Por outro lado, uma maioria republicana pode significar a retomada de políticas mais duras, aumentando, inclusive, a quantidade de deportações”, avalia Marcelo Gondim, advogado de imigração nos EUA.

Carro-chefe de Joe Biden durante sua candidatura à presidência, a proposta de reforma imigratória acabou sendo “desidratada” pelo atual congresso americano (extremamente dividido entre republicanos e democratas) e foi considerada inviável em termos de orçamento pela Suprema Corte dos EUA. “Apesar de não ter o projeto de reforma aprovado, a atual administração conseguiu colocar em vigor algumas leis executivas que concedem proteção temporária para refugiados, menores que chegaram contra vontade nos EUA e vítimas de determinados crimes. Por outro lado, o governo Biden registrou, neste ano, um recorde negativo de 2 milhões de pessoas presas enquanto tentavam cruzar a fronteira sul. Em caso de maioria democrata nestas eleições, a possibilidade de retomar o projeto de legalização para indocumentados volta a ser uma possibilidade”, pondera Marcelo.