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Saúde
Governo quer ajuda da China para obter 30 milhões de doses da Sinopharm
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, pediu que o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, verifique “a possibilidade de a Sinopharm fornecer 30 milhões de doses da vacina BBIBP-CorV” ao Brasil. Franco espera obter o imunizante “se possível, ainda para o 1º semestre de 2021”.
O secretário-executivo admitiu que a vacinação contra covid-19 no Brasil “corre risco de ser interrompida por falta de doses” e atribuiu a possibilidade à “escassez da oferta internacional”. O governo federal manifestou intenção de adquirir mais unidades da vacina da Sinopharm no 2º semestre.
Elcio também citou a variante brasileira como fator de preocupação: “O Ministério da Saúde está ciente da importância de conter essa cepa e de impedir que se espalhe pelo mundo, recrudescendo a pandemia”.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também pediu a intervenção do embaixador chinês para obter mais doses para o Brasil.
RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS COM A CHINA
O governo Bolsonaro pediu duas vezes a troca de Yang Wanming, mas o pedido não foi acatado pelo governo chinês. As solicitações foram feitas depois de conflitos entre a embaixada e o filho do presidente e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Por enquanto, o Brasil depende de insumos chineses para produzir as duas vacinas que são fabricadas pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz. Ambos enfrentaram atrasos na entrega da matéria-prima, o que impactou o cronograma de vacinação.
A Fiocruz adiou em um 1 mês a entrega do 1º lote da vacina de Oxford/AstraZeneca em produção no Brasil. O Ministério da Saúde espera 3,8 milhões de unidades até o final de março.
Já o Butantan alterou o número de doses que seriam entregues em fevereiro porque os insumos se esgotaram antes do previsto.
Bolsonaro negou que os impasses na importação de matéria-prima tenham causas políticas.
A VACINA DA SINOPHARM
O imunizante tem uma taxa de eficácia de 79,34% contra a covid-19. Os resultados foram anunciados em 30 de dezembro de 2020.
A Sinopharm é a 1ª a comunicar oficialmente o governo chinês sobre os resultados de eficácia alcançados durante a fase 3 de estudos de seu imunizante. Os ensaios clínicos da 3ª fase foram realizados com 31.000 voluntários nos Emirados Árabes Unidos. Os testes ainda foram feitos em: Bahrein, Egito, Jordânia, Peru e Argentina.
A farmacêutica desenvolve duas vacinas contra a covid-19, ambas usando a técnica de vírus inativado. Além da feita com o Instituto de Produtos Biológicos de Pequim, a farmacêutica tem parceria com o Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan.
As duas vacinas já são usadas na China em casos especiais desde agosto. Médicos, militares e diplomatas empregados no exterior foram vacinados.